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Discussões sobre o cloud computing e inclusão digital tiveram destaque no 2º dia do Fórum RNP

Evento debate até amanhã o papel da tecnologia da informação e comunicação no desenvolvimento da educação e pesquisa no Brasil

O segundo dia de debates do Fórum RNP, nesta quarta-feira, reuniu nomes importantes do setor de telecomunicações no Brasil como o presidente da Telebras, Caio Bonilha, e a secretária de inclusão digital do Ministério das Comunicações, Lygia Pupatto. A programação fomentou ainda importantes discussões sobre cloud computing com o representante do TERENA (Associação Transeuropeia de Ensino e Pesquisa), Peter Szegedi, e de instituições federais de ensino no Brasil. O evento acontece até amanhã, 16/8, em Brasília, e tem como objetivo debater a importância das tecnologias de informação e comunicação (TIC) no desenvolvimento da educação e pesquisa no Brasil.

O desafio da implantação e sustentação das redes avançadas

Inclusão digital e avanço da infraestrutura de redes foi o tema debatido pelo presidente da Telebras, Caio Bonilha, a secretária de inclusão digital do Ministério das Comunicações (Minicom), Lygia Pupatto, o presidente da Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará, Fernando Carvalho, e o secretário de Ciência, da Tecnologia e da Inovação do Estado de Alagoas, Eduardo Setton. O diretor de soluções da RNP, Eduardo Grizendi, mediou o debate questionando qual o papel das instituições acadêmicas nas ações de inclusão digital no Brasil.

Lygia Pupatto falou sobre a implantação do projeto piloto de Cidades Digitais, que beneficiará 80 municípios em todo o Brasil. O projeto viabilizará redes metropolitanas de fibras óticas que  conectarão todos os órgãos públicos das prefeituras ao Ministério do Planejamento, além de oferecer pelo menos um ponto de acesso público à banda larga. Por meio da iniciativa, o governo federal pretende melhorar a gestão e os serviços dos municípios. “Temos a consciência de que é um projeto de médio e longo prazo, porém sabemos que é um caminho sem volta, que trará maior transparência nas gestões e um grande passo para a inclusão digital no país”, afirmou a secretária. 

Para a RNP, participante do grupo de trabalho que desenvolveu o projeto, as Cidades Digitais complementarão as ações de interiorização da infraestrutura de redes destinada a ensino, pesquisa, saúde e cultura, conhecida como rede Ipê. 

A secretária anunciou ainda, em primeira mão, a contrapartida para a RNP no projeto. A instituição receberá dois pares de fibras óticas em cada um dos 80 pontos que serão instalados, contribuindo para a interiorização da rede acadêmica. 

Lygia citou também o Programa Redes Digitais da Cidadania. O objetivo é reduzir desigualdades sociais com o uso da Internet e das TIC. O programa vai priorizar o atendimento de comunidades com baixos níveis de desenvolvimento e acesso à tecnologia, com foco especial nas micro e pequenas empresas, área rural e mulheres.

O presidente da Telebras, Caio Bonilha, reiterou o papel da instituição de prestar apoio e suporte a politicas públicas de conexão à Internet em banda larga. A estimativa é que, até o final do ano, o backbone da Telebras tenha 21 mil km e continue em busca de expansão. Caio citou o projeto cabos submarinos que visa reduzir o custo de compra da banda larga, diminuir a dependência externa e atrair conteúdo internacional. O satélite geoestacionário e o projeto super banda larga nas universidades em parceria com RNP também foram destacados por Caio.  

Fernando Carvalho falou sobre o case de sucesso do Governo do Estado do Ceará que conta hoje com um cinturão digital com 2.980 km de cabos de fibra ótica em uma parceria com a Telebrás e a RNP. 

Os paradoxos da computação em nuvem 

No primeiro painel do dia “Computação em nuvem – olhando ao redor”, o executivo da Amazon, José Papo, falou sobre o case da Amazon Web Services (AWS). Atualmente, a empresa oferece uma plataforma de infraestrutura confiável, escalável e de baixo custo na nuvem, que potencializa a operação de centenas de milhares de empresas em 190 países ao redor do mundo. 

Segundo o executivo, através do sistema é possível diminuir entre 25 e 75% os custos de armazenamento. “São benefícios de economia e ganho produtividade imensos. Em menos de um minuto, é possível criar um computador em nuvem com altos padrões de segurança. É uma mudança de paradigmas, você não precisa mais investir dinheiro nessa infraestrutura, você pode direcionar seus recursos para a pesquisa e conhecimento, sem preocupação com os gastos de armazenamento de dados.” 

Em outro debate, houve uma reflexão sobre as expectativas e desafios no uso de cloud computing para educação e pesquisa. O diretor do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), instituição vinculada ao Ministério da Educação (MEC), José Guilherme Moreira Ribeiro, ponderou sobre a necessidade desse serviço em diferentes níveis de ensino. “A área de pesquisa precisa muito desse recurso, mas quando se pensa em educação pública, as necessidades são outras. Não acho o cloud computing um processo maduro ainda. Mas as nuvens comunitárias integradas podem ser uma solução para o futuro”, arriscou. 

Para Francisco Brasileiro, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), ainda existem muitos desafios nesse ambiente. “Diferente da Internet, não existe “a” nuvem e sim vários modelos de nuvens, com aspectos diferentes. Certamente existe uma configuração que pode resolver grande parte dos seus problemas, mas não existe ainda uma solução mágica”, afirmou.

Com uma visão também cautelosa sobre o assunto, a pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Liane Tarouco, avaliou as vantagens e desvantagens do serviço. “Será que há mecanismos suficientes de proteção?”, indagou. Segundo a especialista, a possível perda de disponibilidade ou de dados e o perigo de erros de usuários ainda são questões a serem sanadas.  “Cair das nuvens é uma possibilidade que deve ser analisada antes de entrar nesse ambiente. Não se pode esquecer que existem outras soluções plausíveis. Então, vamos agir com cautela”, alertou.  

O coordenador de Redes no Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), Alberto Wester, reforçou a importância da elasticidade do serviço de cloud computing, de extrema importância para o setor de astronomia. “Hoje o problema de planejamento de capacidade é resolvido pelo provedor de serviços. O conceito de nuvem é crucial para armazenamento da crescente demanda ou ainda a demanda esporádica por grande poder computacional”, explicou. 

O representante do TERENA (Associação Transeuropeia de Ensino e Pesquisa), Peter Szegedi, falou sobre o serviço piloto de cloud computing desenvolvido pela instituição, que, desde 2010, tem olhado para o setor e estudado formas de oferecer serviços e aplicações em nuvem para a comunidade acadêmica europeia. Ele fez uma breve demonstração do projeto, mas confessou que ainda não é possível sanar alguns problemas de segurança, corroborando a análise dos especialistas do painel anterior. 

Gestão de mudanças 

Outro assunto abordado no Fórum foi a gestão de mudanças em empresas de diferentes segmentos. Fanny Schwarz, da empresa Symnetics, mostrou através de pesquisas como reagem as lideranças em um mundo ágil que muda a cada instante. Essa transformação é consciente, segundo pesquisa feita pela consultoria com mais de 162 instituições públicas e privadas. Porém, segundo ela, o processo de inovação segue a linha de tentativa e erro. “É um extenso e profundo aprendizado e o discurso nem sempre acompanha a prática. Quando falamos em inovação, há um grande desafio das lideranças de propiciar um ambiente de trabalho diferente onde a geração de ideias é favorecida”, disse. 

O diretor do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Domingos Manfredi Naveiro, falou como é, na prática, um projeto de implantação da gestão estratégica na instituição em busca da inovação. O processo pretende posicionar a instituição como referência nacional até 2021 em pesquisa e desenvolvimento tecnológico para a inovação. 

Demonstração futurística 

A programação do Fórum encerrou com uma impressionante demonstração do projeto de visualização remota de aplicações avançadas, através de portais colaborativos com middleware SAGE, desenvolvido pela Universidade de Chicago, em Illinois. Via streaming, em tempo real, o conteúdo de alta resolução é distribuído para display-walls escaláveis. 

A aplicação consiste em um painel de monitores (a.k.a. video-wall) touch sreen e equipamento de vídeo conferência conectados a uma rede de alta capacidade, que permite a execução de múltiplas aplicações. Trata-se de uma ferramenta visualização que pode ser usada para atividades de ensino, pesquisa e comunicação entre instituições remotas.