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A evolução da telemedicina na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

10/11/2016 11:43

O idioma une a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e, agora, as ações de telemedicina. No começo deste ano, o Secretariado Executivo da CPLP definiu, em Lisboa (Portugal), a Estratégia de Telessaúde para os países, cujos resultados foram exemplificados no Fórum RNP 2016 com as experiências de Cabo Verde e Portugal.

Luis Lapão, do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, relatou os esforços para a aprovação do Roteiro Estratégico de Telemedicina, que ele liderou em parceria com a Rede Universitária de Telemedicina (Rute) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Portugal está em estágio avançado no tema, já que lida com o assunto desde os anos 1990. Lapão destacou que o país já tem o enquadramento da consulta a distância em sua legislação, prevendo que esta seja sempre acompanhada por um médico. “Esse custo adicional compensa quando avaliamos os custos abissais de deslocamento de pacientes, clínicos, de transporte e sociais”, garantiu.

O benefício da telemedicina em evitar o deslocamento de doentes é ainda mais premente para países como Cabo Verde, formado por dez ilhas na região central do Oceano Atlântico. Os desafios geográficos têm sido vencidos pela tecnologia, como mostrou a diretora do Programa Nacional de Telemedicina de Cabo Verde, Vanda Azevedo.

“Ligamos cada ilha aos hospitais regionais e esses ao central, para terem acesso à telemedicina. Estabelecemos a obrigatoriedade de consulta prévia pelo serviço, o que economiza tempo e dinheiro”, relatou ela, que também detalhou todos os equipamentos disponíveis em Cabo Verde, que têm viabilizado a realização de diagnósticos a distância. Além de teleconsultas, a telessaúde tem sido empregada na formação remota de profissionais da área.

Entrando no segmento de redes acadêmicas, Moçambique está construindo a base para o desenvolvimento da telemedicina. Lourino Chemane, CEO da rede acadêmica nacional, MoRENet, disse que já há infraestrutura de redes em instituições de ensino com faculdades de Medicina. “Conseguimos integrar todas as universidades de Moçambique, ou seja, 82 instituições de ensino superior e pesquisa à rede acadêmica”, contou, reforçando que, futuramente, essas poderão oferecer serviços de saúde em rede à população.