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Palestra discute a adoção de práticas em computação verde
10/11/2016 18:56
A eficiência energética, o uso de recursos renováveis e componentes não tóxicos e o descarte dos resíduos gerados nos processos de produção foram debatidos pelo diretor de sustentabilidade da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e diretor de meio ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), João Carlos Redondo, que fez sua apresentação no Fórum RNP sobre computação verde.
Segundo o palestrante, o conceito de computação verde está calcado no modelo de economia circular, que rompe com a ideia do fim do ciclo de vida do produto. “Hoje é possível que o plástico de uma impressora velha vire as peças de uma impressora nova”, exemplificou.
Ele explicou que surgiu um movimento mundial para banir componentes tóxicos em equipamentos de tecnologia, que ganhou força com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que impactou fabricantes, o comércio e instituiu a responsabilidade compartilhada na cadeia de valor. “O mercado tem demandado eficiência energética. Atributos como a composição dos produtos, feitos de materiais recicláveis, passaram a ser mais exigidos”, disse.
O setor de TI foi um dos grandes impactados pelas novas práticas sustentáveis, uma vez que, segundo um levantamento da Gartner, 50% do consumo de energia de uma empresa está ligado à tecnologia da informação. Outra norma que interferiu no setor foi a diretriz europeia ROHS, para reduzir ou eliminar substâncias nocivas ao ambiente na composição dos materiais dos equipamentos. “Uma série de estudos culminaram na publicação da ROHS que mudou o mercado e passou a ser fomentada pelo setor público, que só comprava com essa certificação”, comentou Redondo.
Outra questão a ser considerada pelos fabricantes é a logística reversa, que impôs a obrigatoriedade para o recolhimento dos produtos eletroeletrônicos no Brasil no final de sua vida útil. Em 2016, a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos passará pela assinatura de um acordo setorial entre o governo e a iniciativa privada, que estabelecerá metas quantitativas para postos de coleta. A previsão de assinatura do acordo é o primeiro semestre de 2017.