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Status e usos potenciais do Amazônia Conectada são apresentados no Fórum RNP 2016

09/11/2016 13:02

O programa Amazônia Conectada foi problematizado pelo Exército Brasileiro, com seus potenciais usos explorados pela Secretaria do Estado do Amazonas (Susam/AM) na manhã deste segundo dia de Fórum RNP 2016.

“O Amazônia Conectada tem o objetivo de lançar fibra óptica pelas calhas dos leitos dos principais rios da Amazônia Ocidental, com o intuito de favorecer o desenvolvimento da população. Ganhou prêmio de melhor projeto de prestação de serviços digitais para o setor público e já é uma realidade. Há um ano, foi lançado e está operacional o trecho subfluvial entre Coari e Tefé. Até o final do ano, faremos a licitação para o lançamento de fibras entre Manaus e Coari e, depois, adicionaremos o trecho entre Manaus e Novo Airão. A expectativa é que a implantação aconteça até fim do primeiro trimestre de 2017, atendendo os municípios de São Gabriel da Cachoeira e Tabatinga”, detalhou o coronel Eduardo Wolski, Subchefe do Centro Integrado de Telemática do Exército (CITEx).

O coronel destacou que, além do desafio de inovação e logística na interligação de cidades por fibras subfluviais, a gestão das parcerias que viabilizam a iniciativa também é um ponto crítico. “O programa não se sustentaria, apenas, com as necessidades do Exército. Mas, ainda que cada um dos parceiros tenha seus interesses, estamos falando em levar cidadania para uma população que ainda vive o que chamamos de Tordesilhas Digital”, disse.

Segundo o subchefe do CITEx, “o Estado possui um bem valioso, mas há dificuldade de investir”. Por isso, no horizonte, ele vislumbra a possibilidade de desenvolver novas alianças. “Há provedores locais que desejam investir na região, com a contrapartida de ter acesso à capacidade instalada”, garantiu.

Como benefício dessa infraestrutura à sociedade, o secretário de Saúde do Estado do Amazonas, Pedro Elias de Souza, citou a possibilidade de “ampliar o telediagnóstico, a teleconsultoria e a educação em saúde, permitindo economizando em deslocamento de pacientes e evitando tirar os médicos das cidades nesse processo”, com o uso da telessaúde e da telemedicina.

Souza mostrou a estrutura de saúde da região, que possui 62 municípios, com quase 4 milhões de habitantes, mas metade concentrada na capital. “Temos, no Amazonas, a maior floresta tropical do planeta e a maior bacia hidrográfica do mundo, mas isso impõe certas dificuldades. Por isso, o Programa Amazônia Conectada será um divisor de águas. Essa população, dispersa em um enorme território, tem os mesmos direitos de acesso a politicas públicas de saúde que qualquer brasileiro. No entanto, a exceção de Manaus, não temos nenhuma ação de média e alta complexidade nesses municípios. No ano passado, gastamos R$ 20 milhões só com o transporte de pacientes do interior para a capital. Outro problema é que só quatro desses municípios têm possibilidade de voo noturno”, revelou.

Por esses motivos, o secretário acredita que a telessaúde é a solução para a região. “Por meio do uso das telecomunicações e da informática, podemos alcançar lugares onde a distância e as barreiras de acesso geográfico prejudicam a vida da população brasileira. Ninguém tem qualidade de vida se não tiver saúde”, concluiu.