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Teletrabalho é adotado como inovação em gestão de pessoas

09/11/2016 16:09

A experiência do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) na institucionalização do teletrabalho foi o tema da apresentação de Joselma Oliveira Goulart, da Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades (Sobratt). O Serpro foi a primeira organização pública a implantar o trabalho remoto no Brasil.

Segundo a palestrante, teletrabalho é o realizado em lugar distinto do ambiente físico da organização, utilizando tecnologias apropriadas para a execução das atividades que possam ser realizadas remotamente, com o objetivo de proporcionar qualidade de vida ao colaborador. Para isso, quatro vertentes precisam ser analisadas: tecnologia, processos, pessoas e legislação. “Não adianta tentar inovar em uma nova modalidade de processos sem olhar principalmente as pessoas”, frisou a palestrante.

De acordo com a especialista em Gestão de Pessoas, em um primeiro momento, o Programa de Teletrabalho no Serpro foi incorporado apenas em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, cidades onde os funcionários levavam mais horas para chegar ao trabalho. Depois, foi criado um escritório do Serpro em Campinas, para os funcionários do interior de São Paulo que se deslocavam todos os dias para a capital paulista.

O processo de implementação passou por diversas etapas, como a avaliação da infraestrutura necessária para o trabalhador desempenhar suas atividades em casa, de acordo com as normas de ergonomia, por exemplo. Como critério de seleção de funcionários aptos ao teletrabalho, o Serpro utilizou métricas para saber se mais de 60% das atividades do cargo poderiam ser desempenhadas a distância. “Primeiro, fizemos uma inscrição voluntária e, para a seleção, avaliamos se o profissional tinha o perfil para ser um teletrabalhador. Essa avaliação passava inclusive por uma entrevista psicossocial”, contou Joselma.

A palestrante apontou como um dos problemas o processo de demandar atividades e cobrar resultados do teletrabalhador, por iniciativa do gerente. Para contornar a questão, foi criado um programa de avaliação de atividades diárias, com o objetivo de aumentar a produtividade. “Vimos que o empregado é o mais favorecido e é o que mais contribui para o sucesso do programa. Entendemos que não se trata de um benefício ou prêmio, mas uma forma diferenciada de desempenhar as atividades”, concluiu.