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Computação em nuvem: debate aborda expectativas, desafios e oportunidades
19/10/2017 13:29
Como atividade extra do Fórum RNP, foi realizado, no dia 19/10, o SIG de Computação em Nuvem, que reuniu gestores e técnicos de TIC de universidades, institutos federais e de pesquisa, coordenadores de projetos na área de TIC e representantes de empresas do setor. O encontro foi como um bate-papo, em que os participantes puderam trocar relatos e conhecimentos sobre o tema. Além disso, a RNP apresentou o panorama atual do processo de construção dos novos serviços em nuvem, que vêm sendo modelados pela organização para serem oferecidos às instituições usuárias.
De acordo com o diretor de Serviços e Soluções, José Luiz Ribeiro Filho, a estratégia da RNP será atuar como broker, sendo um player estratégico na facilitação do acesso a serviços em nuvem. O modelo escolhido foi o de marketplace, em que a organização vai oferecer serviços por meio de acordos, formas de pagamento variadas, ofertas variadas e parceria com provedores. “O papel da RNP será garantir o melhor acordo para beneficiar as instituições clientes”, explicou. Para isso, a organização também está se preparando com infraestrutura básica, atuando para ampliar a capacidade da rede acadêmica. “Estamos trabalhando em parcerias para ter capacidade de sobra para uso, como a área de ensino e pesquisa necessita”, completou.
Um grupo de trabalho da RNP está liderando a modelagem desse serviço. Em maio deste ano, a equipe recebeu provedores privados para levantar informações sobre as ofertas de nuvem pública que o mercado oferece, visando à futura contratação desses serviços. Representantes de dois desses provedores estiveram no evento para apresentar seu modelo de atuação: o diretor-nacional de Tecnologia da Microsoft, Ronan Damasco, como global provider, e o líder de ACME da Vert, Sérgio Mamede, como local provider. Além disso, também estava presente o analista de Operações da Unicamp, Roberto Lauretti, que fez uma exposição sobre a Nuvem Computacional Unicamp, no modelo on premise. Assim os participantes puderam conhecer um os benefícios e dificuldades que cada um desses modelos tem a oferecer e, a partir disso, definir o melhor caminho a seguir.
Como on premise, a infraestrutura da Unicamp é acadêmica e tem como foco inicial atender às necessidades da instituição. “Atualmente, somos uma nuvem privada com o objetivo de hospedar sistemas administrativos, além de ensino e pesquisa, mas estamos nos preparando para nos tornar uma nuvem hídrida”, afirmou Lauretti, que declarou interesse em fazer parceria com a RNP na entrega do modelo de marketplace. Já a Vert é um provedor local e colocou seu papel de broker. “A nuvem é um caminho para que os objetivos de negócios das empresas sejam atingidos de forma mais ágil e escalável. Por isso, contamos com a nossa infraestrutura própria e a de nossos parceiros, como a Amazon e a Microsoft”, garantiu Mamede. A Microsoft é um provedor global e tem a confiança na marca como principal benefício. “Por isso, a preocupação da Microsoft com essa confiança está baseada em segurança, privacidade, conformidade com as legislações e transparência”, ratificou Damasco.
Algumas instituições já estão realizando testes no uso da nuvem da RNP e puderam falar um pouco sobre essa experiência durante o SIG. Os diretores de TI dos Institutos Federais de Minas Gerais (IFMG) e Brasília (IFB), Luiz Henrique Ferreira e Anderson Costa, tiveram essa responsabilidade. No IFMG, o projeto piloto, realizado nos meses de agosto e setembro deste ano, passou por algumas etapas: reuniões de preparação via webconferência, concepção de um plano de trabalho, disponibilização da infraestrutura e implantação da nova versão do Sistema Eletrônico de Informações (SEI), tudo orquestrado pela RNP. A equipe do instituto ajustou os parâmetros e começou a usar o serviço.
“A palavra-chave foi confiança. Temos muita tranquilidade de colocar nossos serviços na nuvem da RNP. A experiência foi um sucesso. Agora devemos avançar na nova etapa de produção, entender quais serviços a organização vai nos disponibilizar com sustentação. As equipes estão confiantes e gostariam de agradecer à RNP”, afirmou Ferreira.
Um dos desafios apontados pelo IFB foi existir investimento adequado em infraestrutura para atender ao Decreto 8539, que diz respeito ao uso do meio eletrônico para a realização do processo administrativo no âmbito dos órgãos e das entidades da administração pública federal. “Esse decreto fomentou as discussões sobre nuvem e quando, em uma reunião, eu soube que a IFMG já tinha um projeto adiantado para usar a SEI na nuvem da RNP, entrei em contato para também levar nosso sistema para experimentar essa nuvem”, revelou Anderson Costa.
O IFB decidiu levar uma instância completa da nuvem do Sistema Unificado de Administração Pública (Suap) para a nuvem da RNP, a fim de verificar qual seria a experiência de uso, tanto de ponto de vista técnico quanto do usuário. Em paralelo, a organização está testando o serviço em resiliência, site backup, segurança da informação. “A nuvem é uma realidade, mas precisamos ter cuidado tecnológico, financeiro e de continuidade desse serviço. Minha intenção é ter dados suficientes para fazer a migração de forma segura e ter a RNP sendo uma instituição parceira nos permite fazer isso de forma tranquila”, ressaltou Costa.
O diretor-adjunto de Serviços da RNP, Luiz Coelho, destacou o interesse da organização em abrir o espaço do evento para conversar com os gestores e técnicos de TI a fim de entender, com mais detalhes, as necessidades das instituições, modelar e oferecer um serviço ou mais em nuvem de forma sustentável. “Os clientes que vão nos dizer quais devemos oferecer”, finalizou.