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Ministérios da Ciência e Tecnologia e da Educação assinam programa de investimentos conjuntos

Plano prevê investimentos de cerca de R$ 215 mi nos próximos cinco anos para construção de um novo backbone acadêmico


No último dia 19 de outubro, em Brasília, os ministros da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, e da Educação, Paulo Renato Souza, assinaram o Programa Interministerial de Implantação e Manutenção da Rede Nacional para Ensino e Pesquisa. O programa prevê investimentos conjuntos dos dois ministérios nos próximos cinco anos, num total de cerca de R$ 215 milhões, para a implantação de uma nova rede acadêmica, a RNP2. O novo backbone, com previsão de plena operação até março de 2000, vai conectar todas as 52 instituições federais de ensino superior (IFES) e institutos de pesquisa, utilizando a tecnologia ATM. A nova infra-estrutura irá atender a demanda por maior qualidade de serviços da rede para o tráfego de produção da comunidade acadêmica, dará suporte ao desenvolvimento de novas aplicações para ensino superior e permitirá o início da experimentação de interconexão entre as Redes Metropolitanas de Alta Velocidade (ReMAVs). Em outubro, a RNP estará fazendo os primeiros testes para definição do serviço ATM a ser contratado para o novo backbone.

A rede acadêmica brasileira vem sendo mantida nos últimos dez anos pelo MCT, através da implantação do backbone da Rede Nacional de Pesquisa. De acordo com o Programa Interministerial, à RNP caberá, novamente, o papel de planejar, implantar, operar e coordenar a rede junto às instituições que hospedam seus Pontos de Presença em todo o País. Os recursos previstos vão permitir que a RNP contrate a tecnologia mais adequada para implementar as melhorias na infra-estrutura da rede exigidas pela comunidade usuária dos seus serviços. Nos últimos três anos, o orçamento do MCT para a RNP apresenta um curva descendente nos investimentos: R$ 13 milhões em 96; R$ 11 milhões em 97; e R$ 9,7 milhões em 98. O programa assinado representa um aumento considerável nos recursos disponíveis. Ele prevê investimentos anuais paritários entre os dois ministérios da ordem de R$ 21 milhões. Para 99, já foi assinado o convênio que garante R$ 7 milhões em contrapartida ao investimento já realizado pelo MCT.

MEC e MCT já vinham discutindo há algum tempo uma forma de colaboração para um projeto comum na área de infra-estrutura e serviços de redes que desse suporte à aplicações estratégicas para a Secretaria de Ensino Superior (SESU). Uma das aplicações previstas que vai ser viabilizada com a nova rede é a implantação de Bibliotecas Digitais Temáticas. As novas bibliotecas serão constituídas de um acervo eletrônico de periódicos que permitirá a redução de custos de distribuição para as bibliotecas das IFES.

O backbone da RNP, atualmente, é baseado na contratação de linhas dedicadas, que é uma tecnologia que não atende mais às necessidades da comunidade acadêmica. A tecnologia ATM apresenta melhor relação custo/benefício por oferecer maior disponibilidade de largura de banda nos enlaces para comunicação a distância a custos comparativamente vantajosos. Ela viabiliza a utilização de velocidade de 34 Mbps para as principais conexões do backbone e diferenciação de serviços.

Na arquitetura do novo backbone, os pontos onde existe grande agregação de tráfego ou experimentos das ReMAVs terão os acessos mais velozes. Os PoPs que não demandam largura de banda tão grande e que não fazem experimentação em redes estarão interligados a, no mínimo 2 Mbps. Hoje, essa é a velocidade máxima do backbone. A velocidade máxima passsará para 34 Mbps, 17 vezes mais rápida que a atual. A mínima, vai passar de 128 Kbps para 2 Mbps.

A implementação do novo backbone se dará em três fases e depende de um período inicial de testes. O projeto Piloto ATM terá início no final de outubro, inclui o PoP-DF, o PoP-SP e o PoP-MG, utilizando acessos a 155 Mbps e prazo de duração de um mês para validar o serviço ATM a ser contratado (sobre o Piloto ATM, a RNP publicou uma notícia em 15.10.99). Até dezembro deste ano, entra em operação a primeira fase, com a inauguração da interconexão entre os três PoPs do Piloto e mais três, ainda indefinidos - a definição depende de viabilidade técnica a ser verificada pela RNP junto à operadora de telecomunicações. Até fevereiro de 2000, a segunda fase prevê a conexão de outros sete PoPs (incluindo os pontos que conectam ReMAVs e/ou concentram tráfego de experimentação): PoP-RS; PoP-PR; PoP-SC; PoP-RJ; PoP-GO; PoP-BA; PoP-PE; PoP-RN; PoP-PB; PoP-CE. E, finalmente, até março de 2000, a nova rede alcançará todos os outros 14 PoPs da RNP. O convênio assinado vai viabilizar a contratação dos serviços de telecomunicações, aquisição e atualização de equipamentos.

No primeiro semestre de 2000 também será ativada uma conexão de alta capacidade com o Startap nos EUA, ponto de concentração de conexões internacionais ao projeto Internet2.

[RNP, 21.10.1999]

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