| ReMAVs começam a apresentar resultadosPrograma interministerial MCT-MEC garante segunda etapa do projeto O edital Projetos de Redes Metropolitanas de Alta Velocidade (ReMAVs), lançado em outubro de 1997 em conjunto pela RNP e pelo Programa Temático Multiinstitucional em Ciência da Computação (ProTem-CC), com apoio do CNPq, termina o ano de 1999 com resultados preliminares positivos e boas perspectivas para 2000. Concebido como uma ação estratégica para a implantação de uma infra-estrutura de rede nacional de alta velocidade, o edital promoveu a criação de catorze redes, formadas por consórcios que agregam instituições de ensino superior, institutos de pesquisa e prestadoras de serviços de telecomunicações em importantes regiões metropolitanas nacionais. A primeira etapa, de formação das redes, já está superada e envolve cerca de 79 instituições. As atividades desses consórcios estão em pleno andamento e já estão criando oportunidades de formação de parcerias com empresas de serviços e tecnologias de redes que geram benefícios mútuos. O programa interministerial de investimentos firmado em outubro entre o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e o da Educação (MEC) garante os recursos necessários para a segunda etapa de interligação das redes metropolitanas já no próximo ano, através de um cronograma de investimentos paritários dos ministérios da ordem de R$ 215 milhões, que se estende até 2004. As ReMAVs, que operam com conexões de até 34 Mbps, viabilizarão novas aplicações com recursos multimídia que não são possíveis na Internet atual. Cada consórcio conta com a participação de uma operadora de telecomunicações que satisfaz as necessidades de adequação tecnológica das conexões entre as instituições consorciadas. Os enlaces utilizam a tecnologia ATM que dá suporte ao desenvolvimento das aplicações com uso intenso de recursos multimídia. Grande parte das ReMAVs estará com suas redes em plena operação até o final deste ano. Em Curitiba, em São Paulo e no Rio de Janeiro, a criação das ReMAVs somou esforços às iniciativas anteriores de criação de redes avançadas (Rede de Pesquisa de Curitiba, conexão de alta velocidade entre São Paulo e Campinas e Rede Rio2, respectivamente). Outro resultado preliminar é a parceria que está sendo negociada entre a Engeredes e a RNP para a utilização da rede de fibras ópticas da operadora. A RNP ofereceu dois treinamentos onde capacitou cerca de 250 técnicos que estão operando os equipamentos e desenvolvendo as aplicações nos consórcios. Até março do ano que vem, está prevista a conexão de todas as redes metropolitanas e a conseqüente difusão nacional de aplicações desenvolvidas localmente. Para o público em geral, as novidades vão passar do nível da operação e gerenciamento dessas novas redes para o campo das mais de dez aplicações que nelas estão sendo desenvolvidas, em áreas como Telemedicina, Educação a Distância, Geoprocessamento, TV Digital, Teleconferência e outras. A assinatura do Termo de Adesão ao projeto norte-americano Internet2, e a conseqüente contratação de um canal de conexão internacional que deverá operar entre 34 e 155 Mbps representa a terceira e conclusiva etapa do projeto de implantação de uma rede nacional de alta velocidade. A definição depende, ainda, da ativação da nova fibra óptica do cabo Américas 2, que deverá estar no ar até abril do próximo ano. Contudo, uma vez concluídas as etapas do projeto, as atividades e oportunidades tendem a se renovar. A arquitetura da nova rede exige que as instituições se organizem de modo a viabilizar técnica e financeiramente a operação dos GigaPoPs - a estrutura responsável pela comutação e gerenciamento de tráfego entre as redes de uma mesma região. Além da perspectiva operacional, o aspecto tecnológico apresentará um novo degrau a ser vencido com a implantação de um backbone óptico que permitirá atingir uma largura de banda acima de 622 Mbps para tráfego de dados. O acordo MCT-MEC representa um importante aporte de recursos para o desenvolvimento das tecnologias Internet no Brasil, e prevê a consistência e regularidade de investimentos federais necessários para a prospecção tecnológica e formação de recursos humanos no país. Além disso, a experiência do trabalho integrado entre governo e iniciativa privada nesta área tende a se intensificar, incrementando os avanços e estendendo os benefícios à toda a sociedade.
[RNP, 18.12.1999] |