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Unesco, RNP e Universidade de Moçambique dão curso de segurança de redes em Maputo

Curso pretende promover aproximação entre países de língua portuguesa


A RNP, a Unesco e a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) promoveram em março um curso de segurança de redes em Maputo, Moçambique. O curso foi idealizado para ser oferecido a representantes de Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOPs), como parte de uma ação de estímulo à cooperação internacional entre países de língua portuguesa membros da Unesco. As chuvas que inundaram o país em fevereiro, contudo, atrapalharam o plano e reduziram o universo de alunos a moradores da capital, devido aos problemas que as enchentes causaram no transporte local. O país que experimentou três sucessivos anos de crescimento superior a 10%, menos de uma década após o fim de uma guerra civil de 16 anos, hospedou o evento feito para formar um grupo de agentes multiplicadores do curso de administração de redes Internet. O objetivo foi o de promover a expansão da Internet nos PALOPs e proporcionar uma união mais ativa de países de língua portuguesa na realização conjunta de iniciativas que visem o desenvolvimento da rede nestes países.

A Unesco custeou as despesas de transporte e estadia dos dois técnicos do Centro de Atendimento a Incidentes de Segurança (CAIS) alocados pela RNP para ministrar o curso, enquanto a UEM ofereceu a organização e infra-estrutura local para evento. Cerca de 20 alunos - todos de Moçambique, exceto um timorense residente em Moçambique - receberam 22 horas de treinamento entre os dias 14 e 17 de março. O conteúdo, preparado por Jacomo Dimmit Boca Piccolini e Renata Cicilini cobriu tópicos básicos sobre redes, protocolos de comunicação, Unix e aspectos de segurança de redes. A maioria dos alunos era formada por técnicos, alunos e funcionários da administração da UEM. Foram utilizados slides nas aulas teóricas e um laboratório do Centro de Informática da UEM, equipado com 16 PCs Pentium2 300 MHz, 64 Mb de memória RAM, 3 Gb de disco rígido, CD ROM 40x e placas de rede Intel 10/100 nas aulas práticas. "A receptividade foi ótima, afinal todos apresentavam muita dedicação e disposição para aprender", comentou Renata Cicilini. Ela revelou que o sistema operacional Linux despertou grande interesse nos alunos "por se tratar de um sistema operacional Unix de domínio público e robusto".

A coordenadora do CAIS, Liliana Solha, ficou satisfeita com o resultado. Dentre dezenove alunos que responderam a questionários de avaliação do curso, doze o avaliaram como "muito bom" e outros dois como "bom". Considerando as dificuldades enfrentadas por conta do desastre natural - falta de luz na véspera do curso atrapalhou entrega e configuração de equipamentos, ela considera que foi uma boa "oportunidade de difundir a cultura de segurança".

A partir de diversas atividades recentes, o Conselheiro Regional de Informática e Telemática da UNESCO na América Latina, Claudio Menezes, está interessado em viabilizar a criação de uma rede oficial de cooperação entre instituições dos países de língua portuguesa nos campos de comunicação, informação e informática e suas aplicações em educação, ciência e cultura.

Moçambique teve seu crescimento reconhecido pelo presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, que declarou em fevereiro deste ano ser aquela "a economia que crescia mais rápido no mundo". No mesmo mês, o país foi devastado pelas enchentes que deixaram mais de 200 mil desabrigados. Timor Leste optou pela independência em plebiscito da ONU em agosto de 99. Libertou-se, assim, de um regime de opressão instalado pela Indonésia em 1975 e precisou de ajuda internacional para neutralizar as tentativas criminosas de milícias pró-Jacarta de impedir sua independência. São duas nações de língua oficial portuguesa que poderiam se beneficiar de uma iniciativa como essa.

[RNP, 29.03.2000]

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