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RNP e Embratel estabelecem terceiro ponto de troca de tráfego

Configuração atual atende recomendação do Comitê Gestor

No início de setembro a Rede Nacional de Pesquisa e a Embratel estabeleceram, em Brasília, um novo ponto para troca de tráfego entre seus backbones. O enlace foi implementado em ATM com velocidade de 20 Mbps. Os backbones de maior abrangência nacional, que atendem ao público acadêmico e comercial, contam agora com três pontos de troca de tráfego (PTT) que somam 70 Mbps de largura de banda total. A comunicação entre as principais redes de acesso à Internet no Brasil, com a configuração de três PTT que atendessem a demanda em nível nacional, era uma recomendação do Comitê Gestor da Internet no Brasil.

A comunicação de dados entre RNP e Embratel é feita, em São Paulo, com circuito de linha dedicada de 34 Mbps de velocidade, instalado desde agosto de 99; no Rio de Janeiro, com um enlace em ATM de 16 Mbps, ativado no início de agosto deste ano; e, mais recentemente, no recém-inaugurado PTT de Brasília, também em ATM, a uma velocidade de 20 Mbps.

O tráfego de dados entre essas duas redes é crescente, dada a disseminação das finalidades que a Internet se presta e a diversidade de informações e serviços disponíveis para os usuários. A maior velocidade do PTT de São Paulo se justifica porque esta é a região que concentra o maior número de usuários em ambos os backbones. Pelo lado da Embratel, encontram-se grandes provedores de serviços Internet comerciais, como provedores de acesso e de conteúdo, indústrias e organizações de varejo no comércio eletrônico. Pelo lado acadêmico, há um conjunto de instituições de pesquisa que conduzem trabalhos de ponta e que utilizam a rede de forma intensa.

A qualidade da comunicação entre o backbone da RNP e o da Embratel era uma preocupação de coordenadores dos Pontos de Presença (PoP) da RNP. Em recente entrevista ao RNP Notícias, alguns deles alertaram que o serviço de peering, como é conhecida a troca de tráfego entre backbones, poderia comprometer o desempenho do novo backbone RNP2 pois as altas velocidades das conexões nacionais seriam desproporcionalmente superiores às dos pontos de troca de tráfego. Para o coordenador de operações da RNP, Alexandre Grojsgold, a configuração atual atende com folga a demanda e vai garantir a qualidade do serviço por bastante tempo.

— Em São Paulo, e também no Rio, a ocupação média da largura de banda tem sido inferior à capacidade de tráfego das conexões dos PTT. Mesmo nos momentos de pico de uso dos enlaces o limite de largura de banda não chega a ser atingido. A inauguração do ponto em Brasília, portanto, vai garantir aos nossos usuários a qualidade da comunicação com o backbone da Embratel e vice-versa, beneficiando, sobretudo, os usuários na capital federal - explicou.

O primeiro PTT entre RNP e Embratel foi ativado com um circuito dedicado de 64 Kbps no Rio de Janeiro, em 1995. O serviço de peering evoluiu, então, para dois circuitos de 64 Kbps; depois, um circuito de 2 Mbps; e, no primeiro semestre de 97, dois circuitos de 2 Mbps, sempre no Rio de Janeiro. Em São Paulo, o primeiro PTT foi inaugurado em dezembro de 98 e usava quatro circuitos de 2 Mbps, atualizados em agosto de 99 para um total de 34 Mbps. O PTT do Rio de Janeiro foi desativado em junho de 2000 em função da última atualização em São Paulo. Isso porque os protocolos de roteamento não são capazes de compensar a desproporcional diferença na largura de banda desses pontos, causando um desbalanceamento no roteamento e prejudicando a troca de dados. O ponto do Rio foi restabelecido em agosto deste ano numa velocidade superior e mais compatível com a de São Paulo.

A instalação e a manutenção dos canais de comunicação do serviço de peering entre RNP e Embratel são totalmente custeadas pela operadora. Além deste, a RNP faz troca de tráfego com o backbone da Global One, em São Paulo e no Rio de Janeiro, e com o da Impsat, em São Paulo e no Paraná, além de uma série de outras redes.

[RNP, 25.09.2000]