| Geoprocessamento: ReMAVs mapeiam as cidadesProjeto auxilia administração de prefeituras Imagine administrar uma cidade sem saber onde passam os canos de água, os fios de telefone ou da rede elétrica; além da rede particular — cabos de fibra óptica das empresas de telecomunicação ou cabos de televisão por assinatura. Como planejar estratégias urbanísticas sem ter dados sobre a densidade demográfica por região, sem saber por onde passam os rios e lençóis d'água subterrâneos e sem ter noção da malha viária existente? Para que todos estes dados estejam consolidados e acessíveis, é preciso investir em geoprocessamento. Ou GIS — Geographic Information Systems, como é mais conhecido. As Redes Metropolitanas de Alta Velocidade (ReMAVs) estão desenvolvendo aplicações na área de geoprocessamento, beneficiando-se da infra-estrutura de redes avançadas implantada. — A velocidade da rede ATM permitiu a implementação de uma solução alternativa para a descentralização do Sitema de Informação Geográfica de Goiânia (SIGGO): as funções que demandam grande capacidade de processamento podem ser efetuadas nas estações clientes. O acesso ao grande volume de dados necessários para estas funções será viabilizado através da velocidade da rede ATM. O servidor passará a prover dados e funções básicas, que demandem pouca capacidade de processamento — exemplificou Wilda Soares Lemos, coordenadora do projeto de geoprocessamento da ReMAV de Goiânia. Acesso público aos dados geográficos Disponibilizar os dados para a comunidade em geral também é a intenção de Renato Moreira Hadad, coordenador do grupo de geoprocessamento da ReMAV de Belo Horizonte. "Acredito que, depois que as informações forem processadas e consolidadas, as mesmas poderão ser disponibilizadas em um site na Internet", planeja Renato. O projeto, liderado pelo Instituto de Geociências Aplicadas, está dependendo ainda do término da instalação da rede local. Banda larga potencializa projetos A coordenadora da equipe de geoprocessamento da ReMAV de Salvador, Lígia Atta, lembra que, para que a performance seja satisfatória numa aplicação deste porte, é necessária uma estrutura de banda larga, pois é grande o volume de dados e recursos gráficos utilizados. A implantação do backbone RNP2 possibilita que as informações geográficas de uma determinada região sejam disponibilizadas para todo o país, gerando uma maior integração e intercâmbio de experiências entre os consórcios. A ReMAV de Salvador desenvolve quatro projetos em geoprocessamento: SIG-UFBA — base cartográfica e informações descritivas do campus de Ondina; SIG-Salvador — sistema de gerenciamento das bases de dados geográficos da prefeitura de Salvador, intituições federais e estaduais, e concessionárias de serviços; Sistema de Referência Cartográfica - SRC-RMS — aplicativo de consulta aos marcos geodésicos da região metropolitana de Salvador; e SIG-RMS — aplicativo que visa disponibilizar dados geográficos para visualização e consultas. A base de dados do SRC-RMS e do SIG-RMS é o INFORMS, um sistema desenvovido pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia — CONDER, cujo objetivo é a geração, manutenção e disponibilização de uma base de dados geográficos de uso comum. — A implantação destes aplicativos irá proporcionar auxílio na tomada de decisões de diversas instituições parceiras, além de oferecer subsídios no trabalho de instituições públicas e privadas voltadas ao planejamento urbano da cidade de Salvador — contou Lígia. O coordenador geral da ReMAV de Recife, Carlos Ferraz, espera que a banda larga torne-se bastante extensiva para que mesmo os que operam em banda estreita consigam ter acesso a grande parte das aplicações, embora, inicialmente, o projeto pretenda atender apenas aos técnicos das entidades ligadas à ReMAV. — No geral, o projeto espera ter a rede de alta velocidade como um anel com pontos de acesso a mais baixa velocidade para outros usuários/entidades, que mesmo com banda estreita até estes pontos, poderão usufruir de uma grande parte das aplicações. Ou seja, como as informações trafegarão em alta velocidade até o ponto mais próximo ao qual o usuário se conecta, este único link de mais baixa velocidade não impactará tanto nos resultados — explicou o professor Carlos Ferraz. Ultrapassando fronteiras regionais Desde maio deste ano, com o início da implantação do novo backbone da RNP, vem se tornando possível o uso de aplicações avançadas em nível nacional. Hoje o backbone já atinge todas as regiões do Brasil podendo alcançar até 155 Mbps de velocidade. Com isto, as aplicações ganham um novo impulso, como observa Ferraz: — Em breve, esperamos estar trocando informações entre estados para adaptar aplicações em nível regional e nacional e, futuramente, internacional, como no Mercosul, por exemplo. O principal aplicativo GIS da ReMAV de Recife é o Unibase Piloto, que constitui-se na criação e disponibilização de uma base de dados cartográfica única da cidade de Recife. A base de dados, cedida pela prefeitura, é gerenciada e atualizada pela EMPREL — Empresa Municipal de Informática. Partindo do Unibase, há três subprojetos: SISGEOP — Projeto Georreferenciado de Operações Policiais, que permite a análise criminal e estatística mapeada dos delitos ocorridos na região metropolitana; Projeto Guia na Metrópole — GIS para o controle de rotas dinâmicas baseado nas informações de trânsito, com potencial para estender-se a funções turísticas, com mapas de ruas, trajetos, indicação de transportes etc.; e SGA — Sistema de Gerenciamento Ambiental, para monitoramento e fiscalização ambiental da região metropolitana de Recife. mais informações: ReMAV Salvador: http://www.rema.ufba.br/ [RNP, 18.10.2000] |