| Grupos de trabalho da Oficina para a Inclusão DigitalIdentidade Cultural O processo de globalização não provoca a homogeneização completa das culturas e das identidades. Pelo contrário, não apenas antigas questões de identidades se mantêm vivas como multiplicam-se diferentes bolsões de identidades locais, de inspiração religiosa, étnica ou comportamental. Desta forma, a discussão de Inclusão Digital deve necessariamente levar em conta as tensões entre as identidades culturais múltiplas das quais participamos e a identidade cultural primária representada pela língua materna e nacional. O objetivo deste grupo de trabalho é discutir estas tensões e as formas de garantir a participação ampla e includente de todos os grupos e identidades culturais. Limites da Inclusão Digital O objetivo da Inclusão Digital é a Inclusão Social. O que se quer é erradicar, no campo da tecnologia de informação e de comunicação, algo análogo ao analfabetismo funcional, e não a qualificação de pessoas nos aspectos mais avançados da tecnologia de informação e de comunicação (nível de proficiência que tem sido chamado de "fluência digital"). "Alfabetização Digital" é uma expressão que remete ao processo de capacitação da população para que essa ganhe proficiência na utilização dos recursos de tecnologia de informação e de comunicação disponíveis. Sua definição clara é fundamental pois pode levar à dissipação de recursos que devem se concentrar na solução da questão da Inclusão Digital. O objetivo do GT é delimitar os contornos do que é "utilizar com proficiência os recursos de tecnologia de informação e de comunicação disponíveis", dada a ênfase em inclusão social que deve pautar o processo de Inclusão Digital. Conscientização da Sociedade O tema "Inclusão Digital" pode ser levado à população de formas e enfoques variados. É importante que as campanhas de divulgação do tema reflitam os aspectos relevantes da questão e não o pueril, o tecnocêntrico, o modismo ou o que é meramente comercial. O objetivo do GT é estabelecer quais aspectos deverão ser enfatizados nas campanhas de conscientização da população no que diz respeito à inclusão digital. Diretrizes para a Elaboração de Sites Públicos Quais são os critérios que devem nortear um site público? Como garantir o acesso à informação, à navegabilidade e à compreensão? Como se define eficiência e transparência para sites públicos? Quais serviços devem estar disponíveis e como se define a interatividade? Devemos encarar todo site público como um nódulo da Rede Pública e privilegiar a interação de muitos para muitos? O objetivo deste GT será o de responder estas perguntas com a maior exatidão possível. Instâncias e Processos para a Constituição das Redes Públicas O conceito de "Rede Pública" diz respeito ( entre outras coisas ) à malha de conexões e de instâncias comunicativas que a Sociedade Civil, com base na instrumentalização da tecnologia de informação e de comunicação, cria e mantém para se tornar uma interlocutora ativa articulada, competente e atenta do Estado. O objetivo do GT é esclarecer o caráter e a funcionalidade dessas redes e identificar processos que viabilizam a constituição das mesmas. Formação de Multiplicadores e Monitores Os multiplicadores e monitores são o primeiro contato da sociedade para a compreensão das ferramentas de inclusão. As formas de capacitação e o conteúdo a ser ministrado a estes definirão como a sociedade será alfabetizada digitalmente. Os multiplicadores e monitores devem ter bom senso para encontrar soluções específicas para cada bolsão de identidade cultural, garantindo a transmissão dos conhecimentos necessários para a inclusão. O objetivo deste GT é definir o perfil dos monitores e multiplicadores e a diretriz de sua capacitação. Capacitação da Comunidade Cada comunidade possui a sua realidade, definida por fatores diversos. As ações a serem utilizadas para capacitar os cidadãos devem levar em consideração o perfil das pessoas do local, buscando utilizar as atividades desenvolvidas como forma de estímulo à sua capacitação. Além disto, a capacitação deve ser fonte de estímulo para o exercício da cidadania, possibilitando a aquisição de conhecimento e a produção deste pela comunidade. O objetivo deste GT é definir as diretrizes para a capacitação da comunidade Formação de Educadores Os educadores são responsáveis pela preparação de crianças e jovens para a sociedade da informação. Uma reflexão pedagógica sobre a utilização da tecnologia, tendo como diretriz a inclusão e a capacitação para o pensamento crítico, dando controle aos alunos sobre a máquina e não gerando a dependência, é a chave para a nossa inserção na sociedade do conhecimento e informação. A Internet deve ser vista não apenas como uma grande biblioteca para pesquisa, mas como uma forma de interação e de comunicação entre as pessoas. O objetivo deste GT é definir o perfil dos professores, as linhas pedagógicas a serem adotadas e a diretriz da capacitação. Educação Formal e Inclusão Digital Parte importante do processo de Inclusão Digital se dará, certamente, no âmbito da Educação Formal. Muitos argumentam, atualmente, que a tarefa anterior da alfabetização foi ampliada, passando a englobar a Alfabetização Digital. Definir os métodos pedagógicos para gerar esta alfabetização é uma tarefa que não poderia ser executada em um ano, quanto mais em duas horas. Porém, podemos ter a pretensão de definir as necessidades dos alunos, qual o conteúdo a ser ministrado dentro de uma visão de parâmetros básicos para a formação digital. O objetivo do GT é esclarecer como a Educação Formal deve metabolizar (ou não) essas novas demandas, identificando qual caminho a seguir na alfabetização digital. Capacitação Profissional Em todo o mundo o mercado de tecnologia sente a falta de mão de obra especializada. Também no Brasil, os processos da universalização do acesso terão uma demanda crescente por profissionais capazes de manter a rede pública funcionando. Neste contexto, a capacitação para o mercado é essencial, pois garantirá o desenvolvimento do setor. O objetivo deste GT é gerar diretrizes para a capacitação profissional, visando a demanda de um mercado futuro. Inclusão Digital e Pessoas Portadoras de Deficiências (PPD) O advento das novas tecnologias de informação e de comunicação abre possibilidades importantes e inéditas de inclusão de pessoas portadoras de deficiências na esfera da interação social, na esfera das práticas comunicativas e na esfera do trabalho. Porém, se esta população não for considerada nos projetos estaremos apenas transferindo para o meio digital a exclusão que se percebe em diversas áreas. O respeito à diversidade deve ser garantido e nortear os trabalhos de inclusão digital. O objetivo do GT é esclarecer como as iniciativas de Inclusão Digital devem explorar essas possibilidades para garantir o acesso aos deficientes. Inclusão Digital e Autonomia do Aprendizado O advento dos sistemas de comunicação em grande escala tornaram a aprendizagem continuada uma possibilidade concreta e autônoma. A escola e outras instituições de ensino e de regulamentação do ensino, contudo, não têm explorado ou favorecido adequadamente a realização desse potencial. Como a população pode ser capacitada para utilizar intensivamente sistemas de comunicação em grande escala (como a Internet) para adquirir conhecimento de forma autônoma? Como esses sistemas podem ser melhor adequados para viabilizar a aquisição autônoma de conhecimento? O que é necessário alterar na legislação e em outros corpos normativos para que a aquisição autônoma de conhecimento seja fomentada e legitimada? O objetivo do GT é esclarecer a relação entre ser cidadão e ter a capacidade de adquirir conhecimentos de forma autônoma, bem como definir as diretrizes desta ação. Modelos de Telecentros Neste GT pretendemos definir modelos de Telecentros destinados a apoiar pequenos e médios empresários, condomínios, centros comunitários, deficientes, enfim, a sociedade, a fim de realizarem trabalhos e acessarem informações e serviços de seu interesse. Como gerar o ambiente público propício para isto? O objetivo deste GT é gerar modelos que deverão contemplar a infra-estrutura mínima de equipamentos e de serviços para sua operação, inclusive com propostas de modelo de gestão. Formas de Financiamento A instalação de Telecentros, a capacitação, a divulgação dos programas, todas estas ações necessitam de investimentos para se concretizarem. Mas, a crise das empresas de tecnologia que presenciamos nos últimos meses demonstra que devem haver diretrizes a serem seguidas na aplicação de recursos. No nosso caso, o interesse social suplanta os interesses comerciais, mas não os elimina. A possibilidade de um retorno, seja financeiro, seja de marketing institucional, ou mesmo de desenvolvimento e estabilidade econômica, auxiliam na decisão do aporte pretendido onde for necessário. Relacionar as principais fontes de recursos e definir uma metodologia de aprovação de créditos (até mesmo os "a fundo perdido") em muito auxilia as ações sérias no setor, que realmente estão interessadas no estabelecimento da inclusão digital. Este GT tem como objetivo gerar modelos de financiamento e/ou parceria que promovam a implantação, operação, manutenção e suporte dos Telecentros. Infra-estrutura de Comunicação A inclusão digital pressupõe o acesso à Internet como forma básica de transferência de conhecimento. Sendo assim, surge a necessidade de um modelo para o setor de comunicações que contemple a redução dos custos de acesso com a garantia de uma qualidade de serviço adequado. Esse modelo deve levar em consideração a questão da capilaridade das redes para as localidades que se encontram nos pontos mais distantes e sem recursos. Este GT tem como objetivo gerar este modelo como uma meta a ser desenvolvida pelas empresas de telecomunicações com a sociedade. Manutenção e Suporte O objetivo deste GT é identificar as alternativas de se prestar manutenção e suporte de forma eficiente a todos os pontos eletrônicos de presença. Essas alternativas devem prever parcerias com comunidades, a sociedade organizada e também os governos locais. Equipamentos de Baixo Custo O objetivo deste GT é definir as características necessárias para a produção de equipamentos de baixo custo que atendam o mínimo exigido para o acesso à Internet e serviços básicos, com qualidade adequada. Estas especificações podem prever características que permitam sua expansão para que seja possível a incorporação de novos recursos. Equipamentos Especiais e acessibilidade O advento das novas tecnologias de informação e de comunicação abre possibilidades importantes e inéditas de minimizar, ou mesmo de solucionar, as dificuldades de comunicação e expressão de pessoas portadoras de deficiências, de habitantes em áreas inóspitas e em situações especiais. Tendo em vista que a infra-estrutura de universalização do acesso aos recursos de informação e de comunicação ainda está em seus estágios iniciais, é impositivo que a mesma seja concebida, desde o início, levando-se em consideração as necessidades e aspirações de todos os cidadãos. O objetivo do GT é esclarecer os fatores principais que devem ser observados na concepção da infra-estrutura de universalização do acesso aos recursos de informação e de comunicação para que a mesma sirva adequadamente a todos. Programas e Aplicativos O objetivo deste GT é propor os tipos de programas e aplicativos necessários para a Inclusão Digital, tendo como referência o baixo custo dos produtos bem como as facilidades e características necessárias para se promover a inclusão digital. [RNP, 10.05.2001] |