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Iniciativa Óptica Nacional

O diretor da RNP, Nelson Simões, apresentou dois novos projetos que envolvem a utilização de fibras ópticas. O primeiro deles propõe a criação de redes comunitárias e tem um forte caráter social. É uma proposta que colabora para a universalização de acesso. O modelo prevê a união de universidades, escolas, hospitais, empresas e em redes de telecomunicações para construção e custeio, em forma de condomínio, de uma rede de fibras ópticas para uso comum. O retorno do investimento ocorre em 6 a 12 meses e a economia pode chegar a 1000% sobre os custos da contratação dos serviços diretamente às operadoras.

— Essa pode ser, inclusive, uma forma alternativa para aplicação dos recursos do Fust — sugeriu Nelson.

A tecnologia empregada (ethernet sobre as fibras) e o modelo de custeio em condomínio reduz drasticamente os custos e envolve a participação de diversas instituições. Isso favorece a ampliação do acesso à rede de uma larga camada da população, além de permitir o uso de aplicações impossíveis com o modelo atual. Em Chicago há uma iniciativa semelhante em curso, chamada de Chicago Civic Net - http://www.ci.chi.il.us/CivicNet/.

O outro projeto é a chamada Iniciativa Óptica Nacional. Visa promover o desenvolvimento econômico através de P&D em redes experimentais e suas aplicações. A grande motivação técnica deste projeto é a tendência da convergência do IP com as redes ópticas. A convergência consiste em eliminar os diversos protocolos utilizados tradicionalmente pelas operadoras de telecomunicações para o tráfego de dados em fibras ópticas, que encarecem o custo de iluminação das fibras, e usar o IP como protocolo principal de controle de transmissão, permitindo o melhor aproveitamento deste meio físico para aplicações avançadas.

O projeto prevê sinergia no uso de recursos de fundos e projetos de P&D de empresas. A Lei de Informática é uma das alternativas para a captação de recursos das empresas, que também podem alocar recursos diretamente através de projetos consorciados.

As redes experimentais, baseadas em transmissão IP sobre fibras ópticas, são plataformas de testes de componentes, equipamentos, protocolos, serviços e aplicações e permitirão a transferência de tecnologia para as empresas.

Já existe um projeto chamado Giga, proposto por RNP e Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), em parceria com o Laboratório Nacional de Redes de Computadores (Larc), Fapesp, e empresas operadoras e fabricantes para a criação de uma rede experimental entre Campinas (SP) e Petrópolis (RJ). Esta rede vai interligar intituições entre estas cidades com o objetivo de desenvolver tecnologias de redes e de serviços de telecomunicações voltadas para o novo paradigma.

No Canadá e na Holanda existem iniciativas semelhantes: CA*net3 http://www.canarie.ca/advnet/canet3.html e a SurfNet http://www.surfnet.nl/en/, respectivamente.

[RNP, 07.06.2002]