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Workshop Redes Avançadas

Grupos de Trabalho RNP

No Workshop Redes Avançadas, os coordenadores dos Grupos de Trabalho RNP (GT-RNP) explicaram o que vêm fazendo, juntamente com suas equipes, para demonstrar a viabilidade do uso de novos protocolos, serviços e aplicações de redes de computadores.

Os GTs, cinco ao todo (GT Educação Em Redes, GT Vídeo Digital, GT Voz sobre IP, GT Diretórios e GT QoS), foram criados, em 2002, para viabilizar o desenvolvimento de projetos pela RNP e por grupos de pesquisa nacionais, em parceria. Cada um desenvolve um projeto específico, durante um ano, e presta conta sobre suas atividades, periodicamente.

Aplicações educacionais em rede – Liane Tarouco

A pesquisadora Liane Tarouco, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), coordenadora do GT Aplicações Educacionais em Redes, foi a primeira a falar sobre as atividades desenvolvidas neste GT, que se concentraram no tema videoconferências. Segundo ela, as ações compreenderam, inicialmente, a determinação dos problemas envolvidos na realização de videoconferências no âmbito da Internet2 (de rede, de capacitação de pessoal, ambientais, de qualidade de serviço, configuração de PCs inadequada etc). Depois, foram feitos testes para análise do tráfego, mensuração e monitoração de problemas.

O GT concluiu que, para videoconferências serem bem-sucedidas, é indispensável haver reserva de banda e níveis de serviços diferenciados, de acordo com a aplicação do usuário. É preciso, também, know-how na área. Tendo isto em vista, a equipe vai prestar sua contribuição para viabilizar e melhorar as transmissões. "Até o término do projeto, em meados de 2003, estarão concluídos documentos de referência para que usuários possam realizar videoconferências com menor dificuldade e coordenadores locais de videoconferência possam ser devidamente capacitados" – adianta Liane.

Os conteúdos abrangerão hardware e software utilizados, explicações sobre protocolos, comunicação de dados, formas de implementar videoconferência, aplicações, cenário requerido e etiqueta de videoconferência, dentre outros temas.

Vídeo digital – Guido Lemos

O coordenador do GT Vídeo Digital, Guido Lemos, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), detalhou o serviço de vídeo sob demanda em desenvolvimento neste grupo. Ele explicou que o trabalho começou pela identificação de quem, no Brasil, trabalha com aplicações de vídeo digital e com qual infra-estrutura. Feito isso, a tarefa seguinte foi a definição de uma infra-estrutura de suporte a aplicações que manipulam vídeo digital capaz de servir a todos os usuários.

O GT criou o protótipo de um Portal de Vídeo Digital contendo biblioteca digital, relação de projetos e experimentos relacionados a vídeo digital, agenda atualizada de eventos na área, documentos, normas e aplicações a respeito. Tudo isto para facilitar a troca de experiências. Paralelamente, uma Rede de Vídeo Digital foi planejada para viabilizar o teste de técnicas multicast de transmissão de vídeo. Outras necessidades relacionadas ao tema poderão ser supridas de forma inovadora: "Estamos implantando um projeto-piloto de vídeo sob demanda com conteúdo de interesse da RNP. À medida que o material vai sendo digitalizado e sonorizado, é posto na rede" – conta Guido.

Telefonia na Internet – Paulo Aguiar

O coordenador do GT Voz sobre IP, Paulo Aguiar, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), falou sobre o serviço de telefonia IP em desenvolvimento por seu grupo de trabalho. Ele explicou que a pesquisa possibilitará a transmissão de voz por redes de dados, utilizando protocolo IP, e garantirá qualidade de serviço (QoS) aos empreendimentos. Explicou, também, que o trabalho foi subdividido em fases. A princípio, como teste, está sendo feita transmissão de voz sobre IP no backbone RNP2. Estatísticas estão sendo geradas com base nos resultados sobre o desempenho da rede e a degradação ou não das ligações. Em seguida, serão definidas instituições-parceiras (universidades federais) que terão seus PBXs interconectados, através do RNP2. Equipes locais serão formadas e será mantida uma bibliografia técnica para consulta e auxílio à disposição delas, em um site.

Ao final do projeto, a implantação de um serviço experimental de telefonia no backbone RNP2 e o treinamento de pessoal para operar serviços de VoIP, de forma distribuída, garantirão know-how à RNP para repassar a experiência a outras organizações. "Assim, empresas e instituições de P&D poderão conectar seus PBXs, telefones IP ou estações de trabalho à Internet, para estabelecer comunicação de voz. Difundiremos a telefonia sobre IP com qualidade de serviço" – garante Aguiar.

Diretórios – Noemi Rodriguez

O andamento dos trabalhos do GT Diretórios foi explicado por sua coordenadora, Noemi Rodriguez, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Antes de mais nada, ela comentou que diretórios (bases de dados para consulta sobre pessoas, processos, recursos e grupos) não são muito utilizados no Brasil, mas seu grupo de trabalho se empenha para reverter o quadro. "É de grande utilidade unificar a gerência de informações, serviços de catálogo, diretórios de pessoas ou usuários. O que se tem, hoje, é apenas o uso em baixa escala, porém crescente, de diretórios sobre equipamentos, redes e informações sobre informações", esclarece.

O trabalho do GT inclui o levantamento de aplicações usuárias potenciais, estudo de esquemas para integração intra e interinstitucional, planejamento de topologia adequada, análise de questões como segurança, escolha de software, quais dados disponibilizar para quem e realização de projeto-piloto de diretório multi-campi e testes.

No momento, estão em estudo o servidor Openldap (para ambientes Windows e Linux), mecanismos de segurança e distribuição de dados e simplificação de protocolo de serviços.

Paralelamente, foram formadas alianças com outros GTs, como é o caso do GT Vídeo Digital, para o qual o GT Diretórios vai desenvolver cadastro de títulos de vídeo disponíveis e localização do material, controle de acesso de usuários, registro de servidores e cadastro de configuração de equipamentos.

[RNP, 11.10.2002]