| RNP participa de workshop da Ampath na FlóridaGT de Vídeo Digital transmite TV interativa para o evento A RNP participou, nos dias 29 a 31 de janeiro, do Workshop Ampath: Fostering Collaborations and Next Generation Infrastructure, ocorrido na Universidade Internacional da Flórida, em Miami. O encontro, patrocinado pela Fundação Nacional de Ciências dos EUA, teve por objetivo reunir os membros da rede Ampath e interessados para criar um intercâmbio de idéias, promover e consolidar as colaborações em curso. Além disso, previa a formação de equipes internacionais para projetarem a infra-estrutura da próxima geração. Durante o evento, ocorreram as primeiras reuniões dos grupos de estudo temático da Ampath relacionados à física de alta energia, astronomia, colaboração de dados digitais e ciências da atmosfera e do oceano. Representando a RNP, estiveram presentes o diretor de Inovação, Michael Stanton, o diretor de Operações, Alexandre Grojsgold, o coordenador do GT Vídeo Digital, Guido Souza Filho e a coordenadora do GT Educação em Redes, Liane Tarouco, sendo estes dois últimos, os coordenadores do grupo de trabalho de dados digitais da Ampath. Além da RNP, representaram o Brasil os professores de física da Uerj, Alberto Santoro, de computação da UFCG, Walfredo Cirne, de física da Unicamp, Hugo Fragnito, de medicina da USP, Luis Fernández López e a professora Teresa Cristina da Poli/USP. As palestras apresentadas abordaram temas como redes ópticas, aprendizado a distância, ciências biológicas, gerência de falhas e colaboração com as redes da Europa. Michael Stanton elogiou a participação brasileira no evento. — A presença do Brasil foi notável, pois, com a exceção da Teresa Cristina, todos fomos palestrantes, painelistas ou coordenadores de sessões. GT da RNP transmite vídeo interativo para workshop No último dia do Workshop Ampath, durante a reunião do grupo de trabalho de dados digitais, Guido Lemos, coordenador do GT de Vídeo Digital da RNP, apresentou um programa de TV interativo. O mesmo vídeo podia ser assistido ao mesmo tempo em Natal (RN) e Miami. Para que a transmissão do programa fosse possível, a RNP configurou um enlace exclusivo de 10 Mbps entre seus pontos de presença de Natal e Rio de Janeiro. Do Rio de Janeiro para Miami, a transmissão foi feita através do enlace de 45 Mbps cedido pela Ampath à RNP. O experimento foi implementado para funcionar sobre uma plataforma Java. Guido explicou que, desta forma, a transmissão pode ser feita tanto para aparelhos de TV digital como para "set-top boxes" (aparelhos capazes de decodificar sinal digital de televisão e de permitir o acesso de TVs normais à Internet, entre outras funcionalidades) e defendeu a criação de um canal aberto de TV interativa para a América Latina. Em sua palestra, Guido apresentou como um bom exemplo para a TV interativa a transmissão de um jogo de futebol. Nesta situação, o espectador pode escolher o ângulo em que vê o jogo (a partir das cadeiras, arquibancadas ou cabines, por exemplo), pode participar de um chat, trocando idéias com outros torcedores-espectadores, e pode responder a uma pesquisa (dizendo, por exemplo, quem ele acha que será o vencedor do jogo). Diretor de Inovação da RNP fala em redes ópticas A palestra de Michael Stanton – Optical Networking in the Americas (Rede Óptica nas Américas) – ocorreu no segundo dia do workshop e fez parte do painel "What will Optical Networking for the Americas look like?" (Como será a Rede Óptica nas Américas?). Ele falou das vantagens da substituição do cobre pela fibra óptica e apresentou ainda três exemplos brasileiros de fibras ópticas: a rede da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, a Rede Metropolitana de Alta Velocidade (ReMAV) de Curitiba e o Projeto Giga. A UFF possui uma rede de fibra óptica própria de 24 km, criada em 1998, que substituiu a antiga comunicação fornecida pela operadora Telemar. Ela interliga todas as unidades da universidade com enlace de 622 Mbps e possui conexão com a televisão a cabo para transmissão do canal universitário. A ReMAV de Curitiba tem 40 km de extensão e conecta três instituições de ensino (CEFET-PR, PUC-PR e UFPR) e a empresa CITS, com enlaces de 1 Gbps. O Projeto Giga, que começou a ser implementado este ano, é uma parceria entre a RNP e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD). Seu objetivo é interconectar 20 universidades e centros de pesquisa no corredor entre Campinas e Rio de Janeiro (600 km), a taxas de, pelo menos, 1 Gbps. A Ampath opera atualmente com apenas três países (Brasil, Argentina e Chile). Realidade insatisfatória para um projeto que tem por objetivo interconectar as redes de educação e pesquisa das Américas do Sul e Central ao projeto Internet2. Na opinião de Michael Stanton, uma das dificuldades da Ampath é a rigidez do seu modelo que mantém a mesma conexão de 45 Mbps em toda a rede, independente das características políticas, culturais, sociais e econômicas de cada país. — Para países como a Nicarágua, por exemplo, que não precisam de um enlace com esta capacidade, a iniciativa acaba não sendo interessante economicamente, pois o custo sai mais alto do que o necessário. Clara é tema de discussão do Joint Techs Workshop Michael Stanton aponta uma alternativa mais viável: a Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas (Clara). Este foi um dos temas tratados na sua segunda palestra no Joint Techs Workshop, evento no escopo do projeto Internet2, que sucedeu ao Ampath Workshop. Este encontro ocorreu durante os dias 2 a 5 de fevereiro, também na Universidade Internacional da Flórida. A iniciativa Clara reúne as redes de educação e pesquisa dos países da região para prestar serviços de redes avançadas e está atualmente em fase de aprovação de estatutos. A Clara pretende criar uma infra-estrutura, de interconexão das redes latinas entre si e também com a Europa e EUA. A iniciativa deverá contar com o financiamento parcial da União Européia. Está prevista uma rede que irá abranger seus 19 países membros e permitirá, inicialmente, uma variação de tráfego de 10 a 45 Mbps entre seus participantes, com conexão de maior capacidade para as redes da Europa e EUA. — Outra vantagem da Clara é a conexão não centralizada, ao contrário do que ocorre na rede Ampath, em que qualquer comunicação entre países passa por Miami. O projeto Clara permite uma conexão direta entre países latino-americanos. Michael Stanton avalia positivamente os dois eventos ocorridos na Universidade da Flórida. — A reunião foi muito útil pois deu oportunidade para conversas e contatos entre as redes nacionais que estão preparando a criação da organização Clara e da rede Clara. [RNP, 21.02.2003] |