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"É importante que mais gente comece a prover serviços em IPv6"

Entrevista com Christian Lyra, técnico do PoP-PR

O ponto de presença da RNP no Paraná não é o único a ensaiar experiências com o protocolo Internet de próxima geração. Na rede IPv6 da RNP, estão também os PoPs do Rio Grande do Norte, Bahia, Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Todos eles estão igualmente habilitados a trafegar IPv6 em modo nativo, isto é, sem precisar encapsular os dados para que eles passem por uma rede IPv4. No entanto, o desenvolvimento de serviços para uso do protocolo se encontra em diferentes estágios em cada PoP. Na entrevista abaixo, Christian Lyra, técnico do PoP-PR fala da experiência na qual está trabalhando.

Desde quando o PoP-PR faz parte da rede IPv6 nativa do RNP2?

Christian Lyra: Desde 25 de março deste ano. O importante a ressaltar é que agora "realmente" estamos usando alguma coisa com IPv6, pois apenas ter o protocolo habilitado no roteador não signfica tanta coisa assim.

O que as instituições usuárias do Paraná precisam fazer para trafegar dados em IPv6?

Christian Lyra: O protocolo IPv6 vai em algum momento no futuro substituir o atual IPv4. Quanto mais cedo as instituições começarem a se familiarizar com o novo protocolo, mais fácil será fazer a transição e mais cedo elas começarão a usufruir das facilidades e novos recursos que o IPv6 traz. As instituições usuárias precisam entrar em contato com o PoP-PR atraves do e-mail info@pop-pr.rnp.br manifestando o interesse, que nós estudaremos a melhor maneira de conectá-los em IPv6, seja nativamente, se o equipamento que os interconecta suportar, seja através de túneis IPv6 sobre IPv4.

Qual a função do portal IPv6 do PoP-PR?

Christian Lyra: O portal do IPv6 do PoP-PR cumpre alguns objetivos: divulgar o IPv6, concentrar informações sobre o IPv6 (servir de ponto de referência), prover informações a respeito da implementação de serviços usando IPv6, além de usar o próprio servidor onde está hospedado o portal como uma espécie de testbed (plataforma de testes) de como montar um servidor e serviços que suportem IPv6, já que praticamente todos os serviços que rodam nesse servidor suportam IPv6 (www, smtp, pop3/imap etc.)

Quantos, no Paraná, já demonstraram interesse em se integrar ao projeto?

Christian Lyra: Que nos contactaram diretamente e demonstraram interesse, apenas dois, mas são os maiores. A saber, a Universidade Federal do Paraná (que é nossa instituição de abrigo) e a Copel (companhia de energia do estado, mas que também opera comunicação de dados).

Quais as expectativas do PoP-PR em relação ao servidor e ao portal?

Christian Lyra: A expectativa é que ele se torne um ponto de referência na implementação do novo protocolo. Que mais gente colabore com suas experiências. Estamos particularmente interessados na parte "prática", ou seja, como suportar o IPv6 na nossa rede, como configurar, que aplicações e serviços rodam em IPv6, etc.

O portal é para uso do público em geral? Como as pessoas fazem para cadastrar contas de e-mail, por exemplo? Quem pode cadastrar?

Christian Lyra: Sim, o portal é para o público em geral. Caso o usuário deseje se cadastrar ele terá acesso também a uma conta de e-mail e acesso de escrita a área wiki do portal permitindo que eles editem/adicionem documentos e páginas ao portal.

Há mais alguma coisa que você julgue interessante acrescentar?

Christian Lyra: Sim. É importante ressaltar que embora muita gente esteja pesquisando o IPv6, não tem havido um movimento de igual porte no provimento de serviços em IPv6. Ou seja, muito se pesquisa mas pouco se implementa. É importante que mais gente comece a prover serviços em IPv6 para romper o ciclo vicioso: pouca gente usa IPv6 porque tem poucos serviços rodando em IPv6, e tem poucos serviços porque pouca gente usa!

[RNP, 05.09.2003]