| Brasil sedia debate mundial sobre futuro da universidadeRNP e MEC transmitem o evento para a Internet "Novos caminhos para a educação superior: o futuro em debate" foi o tema do seminário internacional Universidade XXI, que ocorreu entre os dias 25 e 27 de novembro, em Brasília. Mais de mil participantes dentre ministros, lideranças acadêmicas e professores da Europa, Estados Unidos, Ásia e América do Sul se reuniram com o objetivo de discutir a criação de uma nova universidade, integrada em escala planetária, em sintonia com a velocidade do conhecimento e com as exigências do mundo moderno, proporcionando a inclusão plena da sociedade. O seminário foi organizado pelo Ministério da Educação do Brasil, Organização dos Estados Americanos (OEA), Banco Mundial, Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), Conselho Britânico, Observatório de Reformas Universitárias (ORUS) e Universidade das Nações Unidas (UNU). A transmissão do evento para a Internet foi feita através da rede da RNP. Na abertura do evento, o ministro da Educação Cristovam Buarque defendeu a reformulação da estrutura interna da universidade, dos cursos e da sua relação com a sociedade. O representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, reforçou o discurso do ministro afirmando que "além de uma atitude ativa de repúdio à mercantilização da educação superior, é indispensável que as universidades reforcem, cada vez mais, as contribuições sociais à coletividade". A programação foi dividida em conferências, trabalhos em grupo e oficinas. As conferências abordaram temas como "Sociedade e a Reinvenção da Universidade"; "O Estado e a Reinstitucionalização da Universidade"; "Produção, partilha e apropriação do conhecimento" e "Universidade e Mundo: globalização solidária do conhecimento". Fez parte deste último debate a discussão sobre exclusão tecnológica e projetos nacionais. Mereceu destaque no seminário o acordo de integração entre Brasil e Argentina na área educacional assinado pelos ministros Cristovam Buarque e Daniel Filmus. O acordo prevê a criação de três escolas na região de fronteira de cada país, com ensino bilíngüe e intercultural. Até 15 de dezembro, os dois governos vão criar uma comissão de especialistas para elaborar o módulo comum de ensino dos dois países, abrangendo conteúdos de História, Geografia, Cultura e Arte. A comissão deverá concluir sua proposta até junho de 2004. “Estamos iniciando a parceria com a Argentina, mas espero que ela se espalhe pelos outros países do Mercosul”, afirmou Cristovam Buarque. Ao final do encontro, pesquisadores e representantes de 70 países assinaram o Compromisso de Brasília, uma carta de intenções para a construção da universidade do futuro. O compromisso com o ensino público de qualidade e com a responsabilidade social, a convivência ética na diversidade e a reafirmação da autonomia são alguns dos pontos do documento. O seminário produziu, também, uma agenda para registrar os avanços a serem observados pelos países no próximo encontro, no ano que vem. Os interessados que não puderam assistir ao seminário presencialmente conseguiram acompanhar pela rede através da transmissão realizada pelo MEC e a RNP. O site do evento disponibilizou um link "videoconferencia" com 4 opções: português, inglês, francês e espanhol. Ao clicar em cada ítem o internauta pôde assitir às palestras no idioma selecionado. [RNP, 05.12.2003] |