| Filiação ao First amplia cooperação com grupos de outros paísesEntrevista com Liliana Velásquez Solha, gerente do CAIS Liliana Velásquez Solha é gerente do Centro de Atendimento a Incidentes de Segurança da RNP (CAIS). Em junho de 2004 ela foi reeleita para o comitê gestor do Forum of Incident Response and Security Teams (First), consórcio internacional de grupos de segurança. O CAIS é membro do First desde setembro de 2001. Liliana concedeu, por e-mail, uma entrevista sobre sua eleição e o papel que desempenha no First. Leia abaixo. Como você se sente sendo reeleita para a diretoria do First? Liliana Velásquez: Muito satisfeita. De alguma forma isso indica que nosso trabalho está agradando, correspondendo às expectativas e confiança das pessoas que representamos: a comunidade First. Esta resposta positiva dos membros só nos estimula e encoraja a continuar nossos esforços. Qual sua função na diretoria? Liliana Velásquez: Não temos funções formalmente definidas, costumamos trabalhar em conjunto e somos cientes de que a responsabilidade é do grupo todo. Em geral, as ações prioritárias para o próximo período são elencadas e cada membro fica à cabeça de uma destas ações ou mais. No entanto, é comum ver que se agreguem esforços da equipe visando ao cumprimento de uma determinada ação no prazo estipulado. As mesmas fortes razões que me levaram a aceitar a candidatura dois anos atrás continuaram a ser meus grandes motivadores para a re-candidatura: (i) ajudar a organização a cumprir melhor sua missão e alcançar seus objetivos; (ii) contribuir para incrementar a visibilidade e reconhecimento do First, tanto do trabalho desenvolvido pelos membros como da organização em si; (iii) promover o desenvolvimento de CSIRTs [Computer Security Incident Response Teams] na região da América Latina. Assim, como membro do comitê gestor do First, tenho focado meu trabalho nestas três áreas. No momento, estou profundamente envolvida em dois projetos: a reestruturação do website do First - que deve ser lançado em agosto ou setembro - e a promoção do estabelecimento de novos CSIRTs na América Latina. Em conjunto com os outros grupos latino-americanos, estamos trabalhando no estabelecimento de uma iniciativa de cooperação de CSIRTs na América Latina, similar às iniciativas regionais existentes na Europa (TF-CSIRT) e Ásia-Pacífico (APSIRT). Quantos países integram hoje o First? Liliana Velásquez: Mais de 30 países, dos quais cinco somente na América Latina: Brasil, México, Argentina, Chile e Peru. Quantos grupos integram hoje o First? Liliana Velásquez: Aproximadamente 170, segundo os dados mais recentes divulgados pelo First. 51 grupos na Europa, 87 na América do Norte, 14 na região Ásia-Pacífico, seis na América Latina e um no Oriente Médio. Não há representação da região da África até o momento. Como tem sido o seu trabalho no First? Liliana Velásquez: Seja como membro do comitê gestor ou como membro da comunidade First em geral, o trabalho tem sido bastante estimulante. É preciso lembrar que o modelo operacional do First é baseado no trabalho voluntário, o que nem sempre é bom. Tendo isto em vista, enquanto membro da comunidade First, e desde o início da afiliação do CAIS/RNP (em setembro de 2001), tem sido um dos meus objetivos que nosso grupo participe ativamente nas atividades do First. Desta forma, temos realizado algumas apresentações, ministrado dois cursos em eventos fechados a membros do First, atuado como membros do comitê de programa das últimas duas conferências anuais e participado ativamente em quatro grupos de trabalho. Se por um lado, como membro da comunidade First, você tem conhecimento das necessidades dos membros, por outro, como membro do Comitê Gestor, você tem a valiosa oportunidade de conhecer melhor o First como organização e, principalmente, de identificar os possíveis obstáculos que devem ser superados para atingir os objetivos. Qual a importância da filiação do CAIS ao First para a RNP? Liliana Velásquez: A filiação do CAIS ao First tem se mostrado bastante proveitosa, refletindo-se no estreitamento da cooperação com grupos de segurança de outros países, no acesso privilegiado a informações sobre incidentes de segurança e vulnerabilidade, e em uma maior visibilidade e reconhecimento do trabalho do grupo – e em conseqüência da RNP – no exterior. Um exemplo foi a indicação de Jácomo Piccolini, analista sênior de segurança do CAIS, para co-coordenar os cursos práticos do First Technical Colloquium. Por um lado, esta maior interação com os diversos grupos de segurança do mundo tem permitido uma maior presteza no processo de resposta a incidentes de segurança. Por outro, o acesso privilegiado a informações tem aprimorado nosso trabalho preventivo, através do envio de alertas de segurança sobre vulnerabilidades e ataques em prazos mais reduzidos. É importante ressaltar que o conhecimento adquirido nos eventos do First tem sido sempre repassado de alguma forma aos administradores das redes conectadas ao backbone da RNP, seja através de palestras ou cursos de capacitação. Sua eleição para o comitê gestor do First pode significar alguma vantagem para a América Latina? Liliana Velásquez: Sim. Como um dos objetivos do First é promover o estabelecimento de CSIRTs no mundo todo, acredito que é extremamente importante que o First conheça as particularidades de cada região para traçar melhores estratégias visando a atingir este objetivo. Na América Latina em particular há, certamente, muito trabalho a fazer a este respeito. Assim, como membro do comitê gestor do First, como membro de um CSIRT latino-americano e conhecendo as dificuldades, necessidades e problemas desta região na área de segurança, acredito que possa continuar trabalhando como elo entre o First e esta comunidade. Quando ocorreu a reeleição? Liliana Velásquez: Em junho deste ano, durante a 16º Conferência Anual do First, ocorrida em Budapeste, Hungria. Como é o processo de eleição? Liliana Velásquez: O comitê gestor do First é formado por dez membros, tipicamente pessoas com reconhecido trabalho na área de segurança em sistemas e redes e, em particular, com interesse na área de tratamento de incidentes. Os membros do comitê gestor são elegidos por um período de dois anos, sendo que cinco das dez posições são revistas a cada ano. Um candidato só é reconhecido como tal se ele for nomeado pela petição de, no mínimo, seis grupos de segurança, necessariamente membros da comunidade First. Cada grupo de segurança tem um voto, os cinco candidatos com o maior número de votos farão parte do comitê gestor. A seguinte URL mostra a lista com os atuais membros: [RNP, 15.07.2004] | Notícia principal: Gerente do CAIS/RNP reeleita para consórcio internacional de segurança Grupo da RNP ganha visibilidade no exterior Outras coordenadas: CAIS tem histórico de colaboração internacional Algumas ações do CAIS no exterior |