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RNP divulga subprojetos para redes ópticas

Projeto Giga terá versão para o nordeste

Em dezembro de 2003, a RNP lançou uma chamada de projetos nas áreas de protocolos e serviços de rede, e serviços e aplicações científicas para implementação na rede do Projeto Giga. Das 39 propostas submetidas, foram aprovadas 32, envolvendo 46 instituições de 15 estados brasileiros. Os resultados foram divulgados aos candidatos no dia 14 de maio, durante o 5º Workshop RNP2, mas algumas propostas ficaram pendentes de ajustes. A divulgação pública foi feita na semana passada nos sites da RNP e do Projeto Giga.

O Projeto Giga é voltado para o desenvolvimento de tecnologias de rede óptica, aplicações e serviços associados a tecnologia IP e banda larga. A rede do projeto foi inaugurada no dia 7 de maio, em cerimônia realizada simultaneamente nas sedes do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), em Campinas, e da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), no Rio de Janeiro. Com 735 Km de extensão e capacidade de 2,5 Gbps, a rede alcança os municípios de Campinas, São Paulo, São José dos Campos, Cachoeira Paulista, Rio de Janeiro, Niterói e Petrópolis, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, interconectando 17 universidades e centros de pesquisa.

Estiveram presentes à inauguração da rede os ministros Eduardo Campos, da Ciência e Tecnologia, e Eunício Oliveira, das Comunicações, além de outras personalidades dos mundos político e científico. Campos destacou a importância do Projeto Giga para o desenvolvimento nacional: "Temos hoje, com a rede Giga, um laboratório aberto. É uma experiência inovadora no Brasil; a rede de mais alta velocidade da América Latina", declarou. Do Instituto do Coração de São Paulo (Incor), de onde falou via videoconferência, o médico José Antônio Ramires lembrou a importância das redes de alta velocidade para o sucesso da telemedicina.

Em seu discurso durante o lançamento da rede, o ministro Eunício Oliveira anunciou a intenção de estender o Projeto Giga para o Nordeste. Um mês depois, em 9 de junho, a Telemar assinou convênio com os Ministérios da Ciência e Tecnologia e das Comunicações cedendo as fibras para a implantação de uma rede óptica experimental envolvendo as cidades de Salvador, Aracaju, Maceió, Recife, João Pessoa, Natal, Fortaleza e Rio de Janeiro.

— A cooperação entre a iniciativa privada e o setor público para a implantação da rede Giga demonstra o interesse do Brasil em desenvolver tecnologias que tragam competitividade à indústria nacional — afirmou o presidente da Telemar, Ronaldo Iabrudi. Uma das premissas do Projeto Giga é a transferência de tecnologia a empresas brasileiras.

O início do funcionamento do "Giga Nordeste" está previsto para 2005, mesmo ano em que a RNP planeja começar a implantar a tecnologia de rede óptica no backbone acadêmico RNP2.

Mais simples, mais barata e mais veloz

O diretor de Inovação da RNP, Michael Stanton, lembra que a tecnologia usada no Projeto Giga é "mais simples e mais barata que as tecnologias usadas hoje na oferta comercial de serviço Internet e permite oferecer ao usuário uma taxa de acesso 400 vezes superior à capacidade de uma conexão ADSL de serviços chamados ‘banda larga’, como Speedy ou Velox".

A tecnologia óptica usada no Projeto Giga chama-se WDM (multiplexação óptica por comprimento de onda). Esta tecnologia associa sinais ópticos a diferentes freqüências de luz (comprimentos de onda ou lambdas), o que permite separar, dentro de um mesmo meio físico (a fibra óptica), canais diversos para tráfego de dados.

— O futuro da rede de pesquisa avançada passa necessariamente pela implantação de uma infra-estrutura óptica nacional que integre o sistema de educação, pesquisa e inovação. A RNP já trabalha para adotar estas tecnologias em dez pontos de presença da rede de produção em 2005 — anunciou o diretor geral da RNP, Nelson Simões.

O Projeto Giga é financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) com recursos do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel). São R$ 54,8 milhões a serem investidos ao longo de três anos. As fibras ópticas usadas foram cedidas pelas operadoras de telecomunicações Embratel, Intelig, Telemar e Telefônica.

[RNP, 30.07.2004]