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Seminário RNP de Capacitação e Inovação reúne mais de 100 pessoas

Evento em Recife começou segunda-feira


Mesa de abertura do 10° Seminário RNP de Capacitação e Inovação. Da esquerda para a direita: Alexandre Grojsgold, Siciônia Costa, José Carlos Cavalcante, Nelson Simões e Celso Pinto de Melo

O 10° Seminário RNP de Capacitação e Inovação, que está sendo realizado no Instituto Tecnológico de Pernambuco (Itep), em Recife, começou na segunda-feira, 29 de novembro. O evento de capacitação mais tradicional da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), que este ano se estende ao público das instituições usuárias da rede RNP2, conseguiu reunir cerca de 110 profissionais da área de redes, sem contar os palestrantes e instrutores.

Até a próxima sexta-feira, 03 de dezembro, o seminário contará com debates, palestras e cursos de voz sobre IP (VoIP), diretórios corporativos, redes ethernet e segurança de redes. O objetivo é treinar o pessoal técnico dos pontos de presença da RNP e das organizações usuárias (universidades, centros de pesquisa e instituições governamentais) em tópicos fundamentais para o bom funcionamento da rede acadêmica e em temas inovadores.

Planos para 2005

"Eu acho que a gente está vivendo um momento de ruptura, de quebra de paradigma", disse o diretor geral da RNP, Nelson Simões, na cerimônia de abertura do 10° Seminário RNP de Capacitação e Inovação. Simões comparou o momento atual com os primóridos da Internet no Brasil, quando foi necessário convencer muita gente de que era necessário construir uma rede de computação nacional e conectá-la a iniciativas semelhantes mundiais.

Uma das idéias apresentadas como representando uma quebra de paradigma está relacionada à formação de redes comunitárias, ligando instituições de ensino e pesquisa em redes metropolitanas, com fibras próprias. Isto significa tornar-se independente do aluguel da infra-estrutura de outros para passar a operar sua própria infra-estrutura. Segundo Nelson Simões, o retorno ao investimento na instalação das fibras viria em muito pouco tempo. Em cálculo feito para o projeto da rede metropolitana de Belém, por exemplo, contabilizou-se um custo fixo de R$ 90 mil por instituição.

Outra iniciativa ousada é investir em redes ópticas, em uma tentativa de gerar um desenvolvimento tal que faça com que o Brasil tenha uma infra-estrutura equiparável aos países mais desenvolvidos na área de redes. Este plano já está em curso. O diretor geral da RNP prevê para o primeiro trimestre de 2005 a implantação de uma nova rede óptica, envolvendo dez estados brasileiros. Simões destacou a experiência adquirida no Projeto Giga, que conecta centros de pesquisa do eixo Rio-São Paulo a velocidades de no mínimo 1Gbps. Essa experiência será levada ao projeto de conexão nacional em gigabits, usando tecnologia óptica.

Parcerias

Nelson Simões destacou a importância das parcerias, tanto para manter a infra-estrutura existente como para desenvolver novos projetos. O Projeto Giga, por exemplo, é uma parceria da RNP com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), com apoio das empresas Embratel, Intelig, Telefônica e Telemar, e financiamento do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel), tendo como agente financiadora a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Para a extensão do projeto ao nordeste, há um acordo assinado com a Telemar. Busca-se também a parceria da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf).

A parceria com as instituições que abrigam os pontos de presença da RNP é também fundamental, não só para operar o backbone nacional RNP2, mas inclusive para implementar novas tecnologias e serviços, como IPv6, multicast e vídeo sob demanda.

É também graças às parcerias que se desenvolvem muitas pesquisas em novos serviços para implementação na rede acadêmica. A colaboração com pesquisadores em instituições de ensino e pesquisa possibilitou a formação de grupos de trabalho, que hoje estudam soluções nas áreas de multicast, grades computacionais, middleware, computação colaborativa (P2P), chaves públicas, VoIP e gerenciamento de redes.

Capacitação

Simões acredita que muitos projetos no país não se desenvolvem por falta de capacitação. Daí a importância de se expandir o seminário de capacitação da RNP para um público mais amplo, como é feito desde 2003. Desta forma, o Seminário RNP de Capacitação e Inovação (SCI) está evoluindo no sentido de estender a possibilidade de treinamento aos técnicos das instituições usuárias da rede RNP2.

Outra iniciativa importante no setor de capacitação foi a criação da Escola Superior de Redes RNP, que em 2005 estará oferecendo diversos cursos em tecnologias da informação e comunicação com ênfase em redes de forma ampla, a um público diversificado. A Escola Superior de Redes tem sido responsável pela organização de todos os eventos mais recentes da RNP, como o próprio SCI.

A diretora do Itep deu as boas-vindas aos integrantes do 10° SCI

Desafios

Também participaram da mesa de abertura do 10° SCI a diretora de tecnologia e empreendedorismo do Itep, Siciônia Pereira Souza Costa, o pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da Universidade Federal de Pernambuco, Celso Pinto de Melo, o diretor de Operações da RNP, Alexandre Grojsgold, e o secretário-executivo da Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, José Carlos Cavalcanti.

Celso Pinto de Melo lembrou que é preciso "vencer as barreiras tecnológicas em relação aos países mais desenvolvidos, mas fazê-lo de forma homogênea", quer dizer, transformando o Brasil em um país tecnologicamente mais desenvolvido para todos e não apenas para alguns privilegiados. Em outras palavras, trata-se da tão falada inclusão digital.

— Sem a RNP, nós nos afastaríamos do desejo de ter um país mais desenvolvido e mais igualitário. Todos aqui sabem da enorme importância estratégica da RNP para o país. Nós entendemos que ciência, tecnologia e inovação são fundamentais para o progresso do país — frisou Pinto de Melo, lembrando que a UFPE sempre estará interessada nos projetos da RNP, no sentido de se beneficiar dos avanços tecnológicos e de colaborar no que for possível.

Nelson Simões apontou como um grande desafio atual a articulação do que se produz em conteúdo digital no país. Neste sentido, ele falou que a RNP tem colaborado com outras instituições, como a Fundação Joaquim Nabuco e o Ministério da Educação, que recentemente lançou um portal de conteúdo digital e pretende lançar em breve um portal do livro didático.

José Carlos Cavalcante, que contou ter acompanhado o surgimento da Internet no Brasil, disse que "é muito bom ver que a RNP está vibrante". Cavalcante falou um pouco sobre a história da Internet brasileira e seus desafios e elogiou o Projeto Giga e a Rede Clara, infra-estrutura que integra redes avançadas da América Latina.

Apresentação do projeto VideoconCiência nas Escolas

Palestras transmitidas

Na abertura do evento, o gerente de Comunicação e Marketing da RNP, Marcus Vinicius Mannarino, apresentou o vídeo do projeto "VideoconCiência" nas Escolas, organizado pela RNP dentro da programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. O vídeo demonstrou um projeto inovador de interação entre pesquisadores e estudantes dos ensino fundamental e médio via videoconferência.

A programação vespertina do SCI – palestras, debates e mesas redondas – está sendo transmitida pela Internet, usando-se a infra-estrutura de servidores organizada pelo grupo de trabalho de vídeo digital da RNP. Para assistir, acesse a área de transmissões do website.

[RNP, 01.12.2004]

Consulta em noticias

 


Veja também:

10º Seminário RNP de Capacitação e Inovação

Site do evento

Assista às palestras do 10º SCI

Página da transmissão

[RNP, 29.11.2004]


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