| Experimento na área de física dá mais visibilidade ao BrasilTecnologia de grades computacionais torna possíveis simulações de teorias da física na UFRJ O Brasil deu um importante passo na área da física de altas energias. Desde o início de agosto, os programas de simulação do LHCb rodam nos computadores do Instituto de Física (IF) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O LHCb é um dos quatro experimentos do acelerador de partículas LHC, que está sendo construído no Cern (Centro Europeu de Pesquisa Nuclear), com sede na Suíça, e valida as teorias fundamentais da física. No âmbito do projeto Eela, a iniciativa da UFRJ é inédita no país. O Eela é uma cooperação entre América Latina e Europa, que, através de tecnologia de grades computacionais, possibilita aplicações avançadas na área científica. O IF da UFRJ está conectado ao projeto por meio da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). A quantidade de dados gerados pelo experimento é tão extensa, que são necessários 20 mil computadores funcionando 24 horas por dia para analisá-los. A iniciativa da UFRJ já compartilha os resultados de simulações do LHCb com os mais de 20 países participantes desse experimento, considerado um dos mais importantes pela comunidade científica. Com o término da construção do LHC, previsto para o final de 2007, a investigação científica será realizada no Cern. O LHC é um túnel circular subterrâneo de 27 km de circunferência a 100 metros abaixo do solo. O LHC é um poderoso instrumento que acelera as partículas quase à velocidade da luz. Além do LHCb, mais três experimentos serão conduzidos dentro do acelerador: Alice, Atlas e CMS. Todos possuem um detector que tornará as partículas visíveis no momento de sua colisão no LHC. No caso do experimento LHCb, o objetivo é reproduzir as condições do início do universo. A tecnologia de grades (grid, em inglês) pode aumentar em 100 vezes a capacidade de processamento de dados e deve gerar mais visibilidade para o Brasil na área da física de altas energias. Essa atualização do sistema vai gerar uma maior demanda de tráfego entre a América Latina e a Europa, através da Rede Clara. Os experimentos realizados no LHC vão gerar milhões de gigabits de dados por ano e nem mesmo o Cern terá capacidade suficiente de processar tanta informação. O Brasil será um importante parceiro nessa empreitada e já começou a demonstrar isso. Estamos muito bem conectados, afirma Diego Carvalho, engenheiro de sistema de computação e gerente do piloto de grade do projeto Eela na UFRJ. Quem participa do Eela?A iniciativa Eela reúne 10 países e 21 instituições da América Latina e Europa e conta com o financiamento da União Européia. No Brasil, além da RNP e da UFRJ, participam do projeto a Universidade Federal Fluminense (UFF) e o Cederj, consórcio de universidades públicas do Rio de Janeiro. [RNP, 23.08.2006] | Notícias relacionadas: Eela realiza sua primeira conferência Santiago do Chile vai sediar eventos que discutem infra-estrutura de grid [RNP, 14.08.2006] Cern: uma odisséia científica para descobrir a origem do universo Tecnologia Grid entra em cena no auxílio à manipulação das informações [RNP, 11.05.2004] |