| Painel discute impactos da TV digital na vida dos brasileirosPúblico assiste a palestras presencialmente e pela internet No dia 10 de outubro, representantes do governo, da comunidade acadêmica, da sociedade, de emissoras de televisão e produtores e distribuidores de conteúdo se reuniram para discutir os impactos da TV digital na sociedade brasileira. O Painel, organizado pela Associação de Diplomados da Escola Superior de Guerra e pela Escola Superior de Redes da RNP, aconteceu no mesmo dia em que o governo finalizou o cronograma para a instalação da TV digital no país. O tom favorável ao novo padrão de TV, assumido pelo primeiro palestrante, foi geral: “a sociedade brasileira quer mudanças. Há necessidade de desenvolvimento constante”, disse o comandante da Escola Superior de Guerra, José Benedito de Barros. Num prazo de dez anos, toda a transmissão terrestre no Brasil será digital. Os primeiros aparelhos serão instalados na Rede Metropolitana de São Paulo em dezembro de 2007. O modelo escolhido para o Sistema Brasileiro de TV Digital, o japonês, vai incorporar resultados de pesquisas feitas no Brasil por especialistas na área. Foi o que destacou o deputado federal Miro Teixeira, durante sua palestra. Miro, que participou das discussões iniciais sobre o novo padrão de televisão, informou aos presentes que quatro canais de TV digital serão públicos e destinados à educação, cultura, cidadania e práticas governamentais. O diretor-geral da RNP, Nelson Simões, falou de alguns projetos institucionais em planejamento aos cerca de 100 presentes ao auditório do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, no Rio de Janeiro. Ele adiantou aos presentes a futura parceria entre a RNP e a Associação Brasileira de Televisão Universitária, que promove a Ritu (Rede de Intercâmbio de Televisão Universitária). O objetivo da Ritu é a troca de conteúdo digital, o que significa a criação de uma grade de programação nacional, com adaptações regionais. RNP incentiva pesquisas sobre TV digitalA proposta é que a rede IPTV (TV pela internet) funcione no backbone da RNP. A instituição é ativa no tema TV digital. “Estimulamos as pesquisas nessa área através do financiamento de grupos de trabalho formados por pesquisadores conceituados”, disse Nelson. A representante do Ministério da Educação, Leila Lopes, falou do uso integrado de mídias na educação. Para ela, apesar das limitações na educação brasileira, é estimulante pensar na internet ou na TV digital como instrumentos para uma participação mais ativa de todos os atores envolvidos na educação. Para Leila, os recursos de interatividade do novo formato de TV vão resolver diversos problemas. “O conteúdo dos programas vai poder ser alterado para atender a necessidades diferenciadas dos professores”, disse. A palestra do representante da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) foi mais específica. Celso Araújo apresentou os desafios de uma TV de alta definição nos cenários e maquiagem dos atores, já que esse padrão acentua detalhes imperceptíveis na TV analógica. Pirataria e TV digitalJá o responsável pelas operações latino-americanas da Motion Pictures International, Steve Solot, falou da questão dos direitos autorais. Segundo Steve, as perdas anuais com cópias de filmes não autorizadas no Brasil são de mais de US$ 100 milhões. “A TV digital aberta também precisa de proteção, caso contrário, seu conteúdo também será pirateado. Qualquer pessoa poderá funcionar como emissora”, afirmou. O painel foi realizado no auditório da Escola Superior de Redes no Rio de Janeiro. A Escola foi criada pela RNP com o objetivo de promover atividades de capacitação em tecnologias da informação e da comunicação. Além da unidade do Rio de Janeiro, a Escola também está presente em João Pessoa e Brasília, sempre em parceria com outras instituições de ensino ou pesquisa. A unidade RJ é uma parceria entre RNP, Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC). [RNP, 11.10.2006] |