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Cerca de 150 pessoas inscritas no 12º SCI

Seminário RNP de Capacitação e Inovação começou em 6 de novembro


Na manhã desta segunda-feira, 6 de novembro, contavam-se 144 inscritos na 12ª edição do Seminário RNP de Capacitação e Inovação (SCI). O evento, organizado anualmente pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), reúne profissionais de redes que trabalham nos pontos de presença (PoPs) e em instituições usuárias da rede Ipê, infra-estrutura nacional acadêmica mantida pela RNP.

Abertura de Alexandre Grojsgold

Sem descuidar do gerenciamento da espinha dorsal da rede (backbone), a RNP vem, cada vez mais, se preocupando em oferecer e dar suporte a serviços e aplicações que atendam às necessidades da comunidade de ensino e pesquisa no âmbito da comunicação e colaboração via redes de computadores. Significa dizer que uma rede acadêmica não precisa só de banda larga, mas também de recursos inovadores que funcionem sobre esta infra-estrutura de alta velocidade. Mais do que de grande capacidade de tráfego, a comunidade científica está precisando de suporte para atividades como telemedicina, educação a distância e sensoriamento remoto, o que demanda serviços como videoconferência, tele-robótica e armazenamento distribuído. É nisto que a RNP está investindo no momento e é por este caminho que o SCI enveredou este ano.

A programação do 12º SCI inclui palestras e mesas redondas sobre videoconferência, Wi-Max, experiências em telemedicina, repositórios digitais, segurança e certificação digital, entre outras. Os cursos abordam desde os tradicionais temas relacionados a configuração e operação de redes (incluindo redes em malha) até questões mais ligadas a aplicativos finais e middleware (como videoconferência e Shibboleth). Como disse o diretor de Operações da RNP, Alexandre Grojsgold, na sessão de abertura, “a RNP vem ampliando seu leque de atuação, enfocando aplicativos, middleware e redes que vão além do backbone nacional”. Em 2006, o SCI busca refletir esta nova fase da RNP.

Estratégias de comunicação para a “Nova RNP”

Após a sessão de abertura, o gerente de Comunicação e Marketing da RNP, Marcus Vinicius Mannarino, apresentou a palestra “A Nova RNP e o Papel dos PoPs na sua Comunicação”. Mannarino lembrou que a RNP trabalha com recursos públicos e, portanto, precisa dar retorno de suas ações à sociedade. Ele explicou que a gerência de Comunicação e Marketing tem se esforçado para tornar a RNP mais conhecida, de forma a “posicioná-la como parceira tecnicamente qualificada para novos projetos de desenvolvimento e uso de redes”.

Embora não tenha deixado claro qual será o papel dos PoPs na divulgação da RNP, Mannarino mencionou que faz parte da estratégia de sua gerência “regionalizar a divulgação das iniciativas da RNP e ampliar o conhecimento da instituição no meio acadêmico”. Segundo explicou, por serem representantes da RNP nos estados, é provável que o pessoal dos PoPs passe a ser mais procurado pela imprensa local à medida em que a RNP se torne mais conhecida. De acordo com Mannarino, o papel dos PoPs na estratégia de comunicação da RNP será melhor debatida em reunião com os coordenadores administrativos dos PoPs, a ser realizada ainda este ano.

Abertura de Alexandre Grojsgold

Mannarino falou ainda sobre a “Nova RNP”, abordando as três linhas-mestras definidas pela diretoria-geral da RNP no final de 2005: infra-estrutura, aplicações e capacitação. Na primeira linha estão a rede nacional, Ipê; os projetos metropolitanos da iniciativa Redecomep (Redes Comunitárias de Educação e Pesquisa); redes de campi; e projetos de redes experimentais (como o Projeto Giga e a rede Wi-Max de Ouro Preto). Na segunda linha, aplicativos para consumo geral dos usuários da rede acadêmica (tais como videoconferência e VoIP); e soluções para comunidades específicas (como telemedicina, TVs universitárias e astronomia). Por fim, a terceira linha encampa ações tradicionais, como o Workshop RNP e o próprio SCI, e a Escola Superior de Redes, que ultrapassa os muros acadêmicos para colocar o ensino avançado em TI ao alcance de todos os profissionais da área.

Capacidade de rede nacional e metropolitana

As duas palestras seguintes trataram do backbone nacional da rede Ipê e da iniciativa Redecomep. Na palestra sobre a rede Ipê, Alexandre Grojsgold disse que esta nova rede núcleo interestadual surgiu com o objetivo de dar um suporte mais adequado à ciência e à pesquisa e a aplicativos interativos que demandam muitos recursos de rede. Atualmente, a rede Ipê conta com dez PoPs operando com capacidades de 2,5 a 10 Gbps, 11 PoPs com 34 Mbps, um PoP a 16 Mbps e cinco PoPs operando a 4 Mbps. Estão previstos, para breve, a ampliação de alguns enlaces das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste de 34 Mbps (E3) para 622 Mbps (STM-4), além de upgrades menores nas conexões de Roraima, Acre e Tocantins.

Nos enlaces gigabit, a taxa de ocupação média da banda é baixa (em relação à capacidade contratada), o que já era esperado. Segundo Grojsgold, o fato de haver muita banda em um determinado enlace “não significa que ela será usada sempre, mas que ela estará disponível para quando for necessário”. É o caso de alguns experimentos científicos pontuais.

O diretor de Operações contou, com base em dados do segundo quadrimestre de 2006, que a RNP tem conseguido bater a meta de 99,7% de disponibilidade na rede Ipê, pactuada no contrato de gestão com o Programa Interministerial MEC-MCT para Manutenção da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa. Os resultados no núcleo giga do backbone têm sido bastante satisfatórios, graças à topologia em anel, que garante rotas alternativas no caso da queda de um enlace interestadual. Em agosto, chegou-se a 100% de disponibilidade no núcleo giga e 99,74% no restante da rede.

Outro ponto importante da palestra de Alexandre Grojsgold foi a questão do tráfego para as redes acadêmicas do exterior e para redes comerciais nacionais. O diretor de Operações da RNP afirmou que as conexões de 155 Mbps com a Rede Clara (Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas) e de 2,5 Gbps com a Internet2 (rede acadêmica dos Estados Unidos) garantem “razoável conforto no acesso às universidades dos Estados Unidos e da Europa e, por conseguinte, do resto do mundo”. Em relação às redes comerciais brasileiras, Grojsgold disse que a rede Ipê possui hoje uma capacidade de 795 Mbps de troca de tráfego com elas. 78% desta capacidade está concentrada em São Paulo.

A RNP já qualificou mais de 250 organizações usuárias, o que resulta em, aproximadamente, 325 instituições conectadas à rede Ipê. Dessas, algumas foram conectadas com recursos do programa de conexão de instituições primárias dos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, outras estão conectadas com recursos próprios ou por meio de redes estaduais. Instituições em todas as capitais deverão se beneficiar da conexão de redes comunitárias metropolitanas (via Redecomep) à rede Ipê.

Sobre Redecomep, falou Daniel Caetano, um dos coordenadores regionais da iniciativa. Segundo ele, oito consórcios metropolitanos estão implantando suas redes, nove encontram-se em fase final de análise técnica para licitação das empresas que irão implantar as redes, três estão finalizando seus projetos técnicos e sete ainda estão em um estágio muito inicial de desenvolvimento de projeto. Ao final, haverá cerca de 1.625 Km de fibras ópticas sendo operadas pelos consórcios formados em 26 capitais.

Análise de MCUs

Abertura de Alexandre Grojsgold

A última palestra do dia foi ministrada por Jean Faustino e Graciela Martins, do Centro de Competência em Aplicações da RNP (CCA). Eles fizeram uma análise comparativa de modelos de unidade de controle multiponto (MCU, do inglês multipoint control unit), hardware usado em sessões de videoconferência multiponto. Foram avaliados equipamentos dos fabricantes Codian, Polycom, Tandberg, Cisco e Radvision. As características analisadas incluíram segurança, QoS, gerenciamento, funcionalidade, protocolos de áudio e de vídeo, interoperabilidade, resolução de vídeo, transcodificação, protocolos de rede, largura de banda etc. Segundo os autores, não foram analisados os custos das soluções abordadas e os equipamentos não foram testados na prática.

Todas as palestras foram transmitidas pela Web. O 12º SCI termina nesta sexta-feira (10).

[RNP, 07.11.2006]

Consulta em noticias

 


Veja também:

12º SCI

Site do Seminário RNP de Capacitação e Inovação 2006

Assista às palestras e aos debates do 12º SCI

Atalho para a transmissão

[RNP, 06.11.2006]