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Retrospectiva 2006: rede Ipê cada vez mais potente. RNP investiu na melhoria de suas conexões nacionais e internacionais

A infra-estrutura é o caminho onde trafega a informação e por isso tem lugar de destaque nos planos da Nova RNP. Para prover a rede em nível nacional, a organização está sempre investindo na melhoria de seu backbone.

Em março de 2006, a RNP melhorou a conexão de duas instituições usuárias primárias: o Centro de Pesquisas Renato Archer (Cenpra) e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM). O primeiro passou a dispor de três enlaces contratados pela RNP, usufruindo de uma capacidade total de 6 Mbps para escoamento de seu tráfego com a Internet. Já o segundo, teve seu enlace via satélite, que conecta a unidade do Projeto Mamirauá em Tefé (AM) ao PoP-PE, ampliado de 512 Kbps para 1 Mbps. Ambas as iniciativas beneficiaram os pesquisadores, que passaram a usufruir de maior velocidade para tráfego de informações e a poder utilizar aplicativos que demandam maior capacidade de banda.

A RNP, em abril, aumentou a capacidade de tráfego de alguns de seus principais enlaces com outras redes. No link que faz a comunicação entre a RNP e a Rede Rio, o tráfego foi ampliado de 200 Mbps para 1 Gbps, o que proporcionou uma velocidade cinco vezes maior para fluxo da rede de clientes da RNP e da Rede Rio. Foi atualizada também a capacidade de troca de tráfego (peering) entre a RNP e a Embratel em dois dos três pontos existentes (RJ, SP e DF). Essa medida ampliou a capacidade dos enlaces nos pontos de presença (PoPs) do Rio e de São Paulo para 155 Mbps, elevando a capacidade de tráfego entre as duas redes para 330 Mbps. Tal iniciativa resolveu problemas de saturação no link do PoP-SP com a Embratel.

Fibras ópticas

Foi inaugurado, em maio, um segundo enlace de 34 Mbps entre os backbones da RNP e da empresa de telecomunicações Intelig no ponto federal de interconexão de redes (FIX, do inglês Federal Internet Exchange), dobrando a capacidade de troca de tráfego entre clientes das duas organizações.

Em julho, foi ativado o último enlace que faltava para deixar o anel central da rede Ipê todo a 10 Gbps. O anel central reúne os pontos de presença do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Minas Gerais e de Brasília. A RNP contratou canais de 10 Gbps para a rede Ipê nessas regiões porque elas concentram o maior índice de tráfego de informações do país. Apesar dos canais terem sido disponibilizados pela Embratel em 2005, as oito portas de acesso foram gradativamente habilitadas a comportar o tráfego a 10 Gbps. Até julho, mesmo com a capacidade potencial de 10 Gbps, a rede operava a 2,5 Gbps.

Conexões internacionais: acesso fácil a redes acadêmicas estrangeiras

Em agosto, a capacidade de tráfego internacional para as instituições usuárias da rede Ipê foi aumentada. O enlace contratado com a Global Crossing passou a possibilitar o tráfego de 700 Mbps, a partir do PoP-SP. Esta capacidade, acrescida do potencial do enlace internacional do PoP-RJ (155 Mbps), elevou a capacidade de tráfego entre a RNP e a Internet comercial no exterior para 855 Mbps.

Além disso, a RNP possui conexões com redes acadêmicas estrangeiras. São 155 Mbps para as redes da América Latina, por meio da Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas (Clara), e 1,24 Gbps para a rede avançada dos Estados Unidos, Internet2, por meio do projeto Western Hemisphere Research and Education Networks/Links Interconecting Latin América (Whren/Lila).

O enlace do Whren/Lila – que, na RNP, serve somente a alguns projetos específicos de clientes – é compartilhado com a rede acadêmica do estado de São Paulo, Ansp, e com a Rede Clara. A RNP também participa do projeto América Latina Interconectada com a Europa (Alice), o qual, através da Rede Clara, garante o acesso à rede acadêmica pan-européia, Géant.

Redecomep: redes metropolitanas com infra-estrutura própria

O ano de 2006 também apresentou resultados no nível metropolitano a partir do avanço da iniciativa Redes Comunitárias de Educação e Pesquisa (Redecomep), que tem por objetivo capilarizar a rede Ipê pelas principais regiões metropolitanas do país.

Instalação de cabos da rede metropolitana de Vitória

Foram iniciadas a implantação das redes comunitárias em todos os estados brasileiros, com exceção de Rondônia. As regiões metropolitanas de Belém, Manaus, Brasília e Vitória estão com a construção da rede física em andamento e com os equipamentos de rede sendo importados. Florianópolis, Fortaleza e Natal estão iniciando a construção das redes e também receberão seus equipamentos junto com o primeiro lote. Já as regiões metropolitanas de Porto Alegre, Goiânia, Recife e São Paulo entrarm na etapa de construção. As demais cidades ainda estão na fase de aprovação de seus projetos técnicos pela RNP. Porto Velho está em fase de estruturação do seu comitê gestor, condição essencial para iniciar todo o processo.

O processo de articulação das parcerias, embora tenha sofrido atrasos decorrentes da complexidade de compatibilização dos interesses dos atores envolvidos, vem demonstrando bom trânsito da Redecomep tanto na iniciativa privada quanto nas esferas públicas. No setor público, as parcerias com os governos dos estados do Amazonas e da Bahia e com as prefeituras dos municípios de Vitória e Salvador trouxeram para o projeto mais R$ 2 milhões, demonstrando a importância estratégica das iniciativas para esses governos.

Com intuito de prover qualidade fim-a-fim e aplicações avançadas, em fibra própria, sob gestão comunitária e construção de parcerias, o projeto Redecomep, iniciado em 2005, deverá possibilitar a todas as instituições de ensino e pesquisa que estiverem qualificadas como usuárias da RNP acesso à Rede Ipê. A iniciativa ainda deverá integrar 255 instituições públicas e privadas, governos estaduais e municipais, empresas públicas e privadas dos setores de energia (eletricidade e gás), bem como de transporte urbano.


Sobre esta reportagem

Esta semana, estamos publicando uma série de reportagens com a retrospectiva de 2006 na RNP. Ontem, fizemos uma apresentação conceitual da Nova RNP. Amanhã, falaremos sobre aplicações e serviços avançados para a comunidade brasileira de ensino e pesquisa. Veja também a página interativa da Nova RNP (animação em Flash).


[RNP, 09.01.2007]

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