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Inaugurada rede metropolitana de Florianópolis

Saúde será uma das áreas beneficiadas


A Rede Metropolitana de Educação e Pesquisa da Região de Florianópolis (Remep) foi inaugurada no final da tarde de ontem (25/10), em cerimônia realizada no auditório da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Compareceram ao evento representantes das secretarias de saúde, de educação e de ciência e tecnologia de Santa Catarina, da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (Fapesc), da companhia Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), da UFSC e da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).

Participam do projeto 20 instituições. Na avaliação de todos os presentes, a tendência é este grupo aumentar. A rede tem alcance de 301 Km, interligando oito hospitais, 14 campi universitários, cinco unidades de pesquisa agropecuária e duas TVs públicas, entre outras instituições de governo, de ensino e de pesquisa. Além da infra-estrutura de fibra óptica, a Remep conta com uma particularidade: uma antena WiMAx no alto do Morro da Cruz, na capital catarinense, para transmissão sem-fio de alta capacidade. A Rede Metropolitana do Governo (RMG) entrou no consórcio com o compartilhamento de 183,4 Km de fibra óptica.

Foram dois anos de negociações, acordos e obras. Em novembro de 2005, o consórcio assinou o memorando de entendimento (MoU) e formou os comitês gestor e técnico. O projeto de construção foi aprovado oito meses depois e as fibras começaram a ser lançadas em fevereiro de 2007. Finalmente, em outubro de 2007, cinco meses após o lançamento da primeira rede óptica metropolitana de educação e pesquisa, a Metrobel, de Belém (PA), a Remep foi inaugurada.

Benefícios para a saúde pública

A área de saúde é uma das grandes beneficiadas com a entrada em operação da Remep. Luiz Felipe Nobre, chefe do setor de radiologia do hospital universitário da UFSC, disse que a rede veio resolver "o gargalo que impedia a transmissão de imagens". Para mostrar o potencial da rede, foi feita uma simulação de análise virtual de uma tomografia computadorizada cranial, com a colaboração on-line entre dois pontos remotos (no hospital universitário e no Hospital Geral Celso Ramos, de Florianópolis). Os dois pontos, mais o auditório da UFSC, podiam conversar por videoconferência e compartilhar imagens em um mesmo banco de dados ao mesmo tempo.

Um dos objetivos da área médica com a rede é dar suporte a agentes de saúde no interior, evitando, com isso, que o paciente se veja obrigado a se transferir para a capital em busca de um exame-diagnóstico. Algumas modalidades de exames já estão disponíveis para análise médica no Portal de Telemedicina de Santa Catarina. Com isso, um laudo que antes demorava duas semanas para chegar às mãos do médico que solicitou o exame, hoje está disponível no portal em dois minutos. "No futuro, o paciente poderá acessar seu prontuário médico e todos os seus exames de casa", disse Aldo von Wangenheim, da UFSC.

O hospital universitário da UFSC integra a Rede Universitária de Telemedicina (Rute), iniciativa coordenada pela RNP, com recursos da Financiadora de Estudo e Projetos (Finep). Graças à Rute, o HU recebeu alguns equipamentos para avançar na pesquisa em telemedicina e pode agora colaborar com instituições similares em outros estados brasileiros.

Expansão para o interior

A Remep hoje alcança trechos dos municípios de Florianópolis, Palhoça e São José. Mas já existem planos de expansão. "Vamos interiorizar o projeto de multigigabit", afirmou o presidente da Fapesc, Vladimir Piacentini. "Nós imaginávamos uma junção do Estado de Santa Catarina não só através de estradas, mas também através de uma rede de alta velocidade", disse Piacentini, lembrando que a Remep é o início da realização deste sonho.

Não foi o único a falar em expansão. O presidente do comitê gestor da Remep, Edison Tadeu Lopes Melo, avisou que, a curto prazo, pretende-se crescer na própria região metropolitana, conectando as principais unidades de saúde e algumas escolas estaduais e municipais que ainda não estão na rede. No médio prazo, a interiorização está nos planos do consórcio, disse Melo.

Edison Melo lembrou que, além de servir para transporte Internet convencional, a Remep é também um laboratório para experimentação em nível regional, permitindo o desenvolvimento de novas aplicações e o uso de serviços avançados, como VoIP, videoconferência, transmissão de vídeo de alta definição etc. Graças à conexão de alta velocidade com a rede Ipê, da RNP, é possível avançar na pesquisa científica com colaboração nacional e internacional.

O coordenador nacional da iniciativa Redes Comunitárias de Educação e Pesquisa (Redecomep), da qual a Remep faz parte, contextualizou a iniciativa catarinense no cenário nacional e falou dos planos de levar a Redecomep para além das regiões metropolitanas das capitais. José Luiz Ribeiro Filho disse que tem "acompanhado, a medida que cada rede metropolitana é inaugurada, o interesse de um número cada vez maior de instituições em participar.

Benefícios sociais

O reitor da UFSC, Lúcio José Botelho, deseja "que nossas tecnologias sejam, fundamentalmente, tecnologias sociais". Ele crê ser importante que as tecnologias da informação e da comunicação existam e evoluam para trazer benefícios à população. Botelho diz que a relação entre os Ministérios da Ciência e Tecnologia, da Educação e da Saúde está gerando uma infra-estrutura tão valiosa que é difícil de avaliar sua real importância neste momento.

"O nosso país tem grandes assimetrias e grandes dificuldades. Nós queremos levar a rede de alta velocidade não só onde é mais fácil, mas a todos os lugares", afirmou o diretor-geral da RNP, Nelson Simões. Ele assume como um desafio a ser vencido pela RNP levar a Redecomep ao interior do país até 2010. O objetivo, em última instância, é levar melhores condições à população. "Eu acredito muito na capacidade e no poder que as instituições têm de gerar conhecimento e levar mais qualidade de vida a todos os brasileiros", disse Nelson". O diretor-geral da RNP participou da cerimônia representando o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende.

Sobre a Redecomep

O projeto Redecomep é uma iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia, financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e coordenado pela RNP. Tem como objetivo implantar redes de alta velocidade nas regiões metropolitanas do país, baseadas no uso de infra-estrutura óptica própria, para interligar instituições de pesquisa e ensino superior. O modelo de gestão visa à auto-sustentação da operação e manutenção das redes por meio da formação de parcerias com empresas que possuem infra-estrutura física, bem como com governos nos âmbitos municipal, estadual e federal.

A inauguração da Remep integrou a programação do 13º Seminário RNP de Capacitação e Inovação, que foi realizado em Florianópolis, de 22 a 26 de outubro.

[RNP, 26.10.2007]

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Outras referências:

Redecomep

Site da iniciativa de Redes Comunitárias de Educação e Pesquisa