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Serviços experimentais são apresentados no 9º WRNP

Ferramentas de autenticação, distribuição de conteúdo multimídia e monitoramento de redes estiveram em pauta


Durante o 9º Workshop RNP, realizado de 26 a 27 de maio, no Rio de Janeiro, houve duas sessões sobre serviços experimentais gerados a partir de trabalhos de P&D desenvolvidos na própria Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) ou por grupos apoiados pela RNP. No dia 26, foram apresentados os serviços Infra-Estrutura de Chaves Públicas para Educação (ICP-EDU) e Infra-Estrutura de Autenticação e Autorização (e-AA). No dia 27, foi a vez dos serviços Monitoramento da Rede ipê (Monipê) e Intercâmbio de TVs Universitárias (Ritu).

Os serviços ICP-EDU e e-AA são, de certa forma, complementares. O primeiro se preocupa em implantar uma infra-estrutura de certificação segura de usuários dentro do ambiente das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). Significa que um usuário deve obter um certificado em sua instituição, o qual será reconhecido pelas demais instituições usuárias do serviço. Desta forma, o usuário pode ter acesso a serviços de outras instituições – uma vez que seu certificado seja reconhecido – e a troca de documentos pela rede pode ocorrer de forma segura.

Já o serviço e-AA está mais preocupado em criar uma estrutura em que um provedor de identidade reconhece um usuário e informa os atributos do mesmo a um requisitante. Ou seja, em vez de criar um certificado que reconhece que “fulano” é efetivamente “fulano”, o que se deseja aqui é criar uma instância capaz de informar que “fulano” está vinculado a determinada instituição e possui determinados atributos. Se o ICP-EDU se volta para a segurança, o e-AA se volta para a identificação. Mal comparando, o ICP-EDU cuida da chave, que abre as portas, e o e-AA cuida da carteirinha de identidade do clube, que diz se você é sócio proprietário ou atleta e se pode freqüentar a piscina.

Chaves públicas

O professor Ricardo Custódio, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), falou sobre o serviço ICP-EDU, que está funcionando em caráter experimental desde 2007. Segundo Custódio, cinco a dez novas instituições devem se agregar ao serviço antes de ele entrar em produção, em 2009. O ICP-EDU é fruto de mais de cinco anos de pesquisas. O primeiro grupo de trabalho (GT) da RNP sobre chaves públicas foi criado em 2003. No ano seguinte, a equipe entregou um modelo de sistema de gerenciamento de certificados digitais (SGCI). Em 2005, um novo GT liderado por Custódio desenvolveu um hardware para armazenamento e uso de uma chave privada, mais conhecido como Módulo de Hardware Seguro (HSM, na sigla em inglês). Este módulo, que custa menos de 10% do preço dos HSMs comerciais, está em sua versão 2.0 e encontra-se em homologação para uso da ICP-Brasil.

Custódio frisou a parceria com a ICP-Brasil, uma iniciativa do Governo Federal que visa a criar um sistema criptográfico com base em certificados digitais. O coordenador do projeto da RNP esclareceu que o certificado da ICP-EDU é restrito para a certificação entre instituições de ensino e não substitui o certificado da ICP-Brasil. Entre os próximos desafios da ICP-EDU estão: tornar a infra-estrutura interoperável com outras ICPs; agregar novas instituições e serviços; e simplificar o uso para o usuário final.

Controle de acesso federado

Sobre o projeto e-AA, falou a professora Noemi Rodriguez, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Noemi foi coordenadora de um dos primeiros grupos de trabalho da RNP, o GT Diretórios, em 2002. A preocupação com a criação de uma base de dados consistente e segura, que pudesse conter informações sobre pessoas, processos, recursos e grupos, e que fosse compartilhada entre a comunidade de ensino e pesquisa usuárias da rede da RNP começava a deslanchar ali. No início deste ano, Noemi foi convidada a vir trabalhar na RNP, para gerenciar o programa CTIC – de fomento a pesquisa e desenvolvimento de tecnologias digitais de informação e comunicação – e para dar continuidade ao projeto experimental de controle de acesso federado, que ganhou, temporariamente, a malsoante sigla e-AA, de (e-)infra-estrutura de autenticação e autorização.

Em sua apresentação no WRNP, Noemi explicou o conceito de federação, que se constitui de provedores de serviços (bibliotecas digitais, por exemplo) e provedores de identidade (universidades, por exemplo). Os primeiros oferecem serviços a usuários que possuem determinados atributos e que possam ser autenticados. Estes atributos e a autenticação são dados pelos provedores de identidade. Uma instituição de ensino pode ser tanto um provedor de identidade como de serviço. Por exemplo: para saber se um determinado usuário pode acessar um histórico escolar, o sistema da instituição vai buscar informações sobre os atributos deste usuário em seu próprio banco de dados. O provedor de identidade, portanto, será a instituição de origem do usuário; o provedor de serviço, no entanto, pode estar em qualquer lugar.

Os preparativos para a criação de uma federação de ensino e pesquisa no Brasil começaram em julho de 2007, antes mesmo de Noemi vir trabalhar na RNP. Estão envolvidos no projeto o Cefet-MG e as universidades federais de Minas Gerais, do Ceará, do Rio Grande do Sul e Fluminense. A implantação do piloto será feita com uso do protocolo SALM (security assertion markup language). A intenção é usar base de dados LDAP e um esquema de atributos semelhante ao eduPerson, da rede norte-americana Internet2, o brEduPerson. O piloto deve entrar em operação em julho de 2008 e, até dezembro, espera-se que mais cinco instituições agreguem-se ao projeto.

Monitoração na rede Ipê

Antes de explicar o novo serviço de monitoramento da rede Ipê (Monipê), da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), o coordenador do projeto, José Augusto Suruagy, falou do consórcio PerfSonar, já que o sofware usado pelas duas iniciativas é o mesmo. O PerfSonar é uma infra-estrutura de medições que facilita a solução de problemas fim-a-fim ocorridos entre redes autônomas e foi desenvolvida pelas redes acadêmicas Internet2 (EUA) e Géant (Europa), além da rede americana de físicos Energy Science Networking (ESnet). A RNP é parceira no projeto.

O serviço experimental Monipê tem como objetivo principal disponibilizar aos usuários da rede Ipê medições de alta precisão do desempenho da rede, que incluem medidas de atraso, de variação de atraso, de perdas e de banda disponível. O Monipê vai oferecer resultados de testes regulares de conectividade e de acesso ao backbone e medições de desempenho de última milha, com foco no usuário final. A equipe é formada por profissionais da Universidade Federal de Santa Catarina, da Universidade Salvador e da RNP. Os pontos de medição serão instalados em 14 pontos de presença (PoPs) da RNP.

No domingo 25, um dia antes de começar o Workshop RNP, pesquisadores se reuniram para debater a implantação do serviço Monipê em sua fase experimental. Em um encontro que durou cerca de oito horas, foram apresentadas ferramentas de medição, de visualização e de análise e debatidos o cronograma e as atividades de implantação do serviço-piloto. (Leia mais sobre a reunião do Monipê.)

Intercâmbio de TVs Universitárias

A última apresentação de serviços experimentais da RNP foi feita pelo professor Guido Lemos, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que também participou do painel sobre P&D e o setor produtivo, na tarde do dia 27 de maio. Na manhã do mesmo dia, Guido explicou que o objetivo do serviço Intercâmbio de Conteúdo de TVs Universitárias é desenvolver um sistema de digitalização, armazenamento e distribuição de programas de televisão universitária pela rede Ipê.

O projeto, que levou o nome de Rede de Intercâmbio de TVs Universitárias (Ritu) e foi lançado oficialmente em 2006, é fruto de uma parceria entre a RNP, o Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital (Lavid) da UFPB, e a Associação Brasileira de Televisão Universitária (ABTU). Através de uma interface, as universidades participantes da Ritu poderão compartilhar seus programas, criando grades locais e uma grade nacional, que estará disponível para as 53 TVs afiliadas à ABTU.

A tecnologia desenvolvida neste projeto será levada também às Instituições Federais de Ensino Superior que possuem TVs Universitárias não-afiliadas à ABTU, construindo a Rede Ifes.

[RNP, 30.05.2008]

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Veja também:

9º Workshop RNP

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