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Grupos de estudo do projeto Futura RNP se apresentam no último dia do workshop

Projeto lançará as bases para a próxima geração da rede acadêmica nacional


A última série de apresentações do 10º Workshop da RNP (WRNP) foi dedicada ao projeto Futura RNP, desenvolvido pela Diretoria de Novas Tecnologias. O projeto, que completou um ano este mês, lança as bases para a próxima geração da rede nacional acadêmica coordenada pela RNP, que em sua nova fase deverá ter uma arquitetura híbrida.

A sessão foi introduzida pelo diretor de Novas Tecnologias da RNP, Michael Stanton, que deu uma visão geral do projeto e mostrou que as redes híbridas se apresentam como uma tendência entre as mais avançadas redes mundiais, como a norte-americana Internet2 e a pan-europeia Géant.

Falando especificamente sobre o Futura RNP, o diretor explicou que o projeto é dividido em quatro grupos de estudo que visam à prospecção tecnológica para dar suporte à criação de uma arquitetura híbrida. Os grupos farão recomendações à RNP quanto às tecnologias e serviços que deverão ser adotados para atender às demandas dos usuários. São eles: Comunidades de Usuários (1); Infraestrutura (2); Arquitetura e Tecnologias de Redes (3) e Suporte para Aplicações de Usuários (4).

Suporte para aplicações de usuários

A apresentação de Stanton foi seguida pela de Noemi Rodriguez, que coordena o grupo 4, cujo objetivo é avaliar quais serão os futuros serviços oferecidos pela nova rede da RNP. Este grupo de estudo se relaciona com a mudança de paradigma que ocorre nos últimos anos na área de redes, em que a provisão de serviços de suporte para as aplicações de rede ganha espaço e interesse, ao lado da provisão tradicional de conectividade.

Rodriguez explicou o processo de trabalho de pesquisa, que busca identificar entre os usuários quais os serviços que eles gostariam de receber. Ela citou ainda alguns serviços e aplicações que foram discutidos no âmbito do projeto, como: salas virtuais para reuniões e aulas e outros mecanismos de ensino a distancia; serviço de localização de grupos de trabalho/pesquisa; disponibilização de conteúdo acadêmico; monitoramento e gerenciamento de redes; transferência de grandes arquivos; eliminação de VPNs (Virtual Private Networks, ou redes privadas virtuais) através de mecanismos de autenticação e autorização; entre outros.

Noemi Rodriguez finalizou sua exposição mostrando os próximos passos do projeto, apontando questões que deverão ser consideradas no processo de transformação dessas demandas em serviços.

Experiência internacional

A sessão sobre a Futura RNP contou com a presença de representantes das redes nacionais grega e nórdica. Jerry Sobieski, da rede acadêmica dos países nórdicos (NORDUnet), relatou a experiência desta rede em relação à construção de uma arquitetura híbrida e ao aprovisionamento dinâmico de circuitos através da tecnologia Dragon.

Sobieski abordou a necessidade de haver uma interoperabilidade entre as diferentes tecnologias para aprovisionamento dinâmico de circuitos (Autobahn, Oscars, Dragon etc.), mostrando alguns estudos que já estão sendo realizados neste sentido. O representante da rede nórdica citou ainda pesquisas que estão sendo feitas no sentido de refinar outros aspectos destas tecnologias, tais como o monitoramento de redes e circuitos, a correção de falhas, a auto-configuração, entre outros.

Em seguida a Sorbieski, falou Afrodite Sevasti, representante da rede acadêmica grega (GRNET), que integra o conjunto de redes avançadas da Europa (Géant ). A Géant, que é uma rede híbrida, utiliza a tecnologia Autobahn para o aprovisionamento dinâmico de circuitos.

Sevasti explicou que as redes nacionais acadêmicas que integram esta rede são heterogêneas e que não há um “líder da rede”, o que faz com que o controle e o aprovisionamento de circuitos seja feito de forma distribuída. Segundo ela, é justamente essa heterogeneidade que constitui atualmente um dos maiores desafios para a Géant: prover serviços de qualidade que atendam as necessidades de milhões de pesquisadores que a utilizam para os mais variados tipos de atividades.

Arquitetura e tecnologias de rede

O segundo e último dia do WRNP foi encerrado com as apresentações do grupo 3 (Arquitetura e Tecnologias de Rede), que existe no escopo do projeto Futura RNP. O grupo, coordenado pela diretora adjunta de Internet Avançada, Iara Machado, tem como objetivo central recomendar a tecnologia e a arquitetura que serão aplicadas na próxima geração da rede acadêmica nacional operada pela RNP. Para isto, o grupo visa a responder uma série de perguntas-chave, tais como: Qual a melhor tecnologia de transmissão? Qual o requisito dos equipamentos? Qual solução de aprovisionamento adotar? Como gerenciar as redes de circuito inter domínio? Como será a interoperabilidade com outras redes de circuito?

A diretora explicou que, para responder a estas e outras questões, o grupo 3 foi dividido em sub-categorias (arquitetura de rede, aprovisionamento de circuitos e gerencia e operação), que resultaram em seis grupos de trabalho:

  • Resilente – Recuperação de falhas em circuitos controlados por GMPLS
  • TIAMHAT – Tecnologias de Aprovisionamento dinâmico de conexões para redes híbridas
  • ROTAS – Redes Ópticas orientadas a serviço
  • MonCircuitos – Monitoração de circuitos e engenharia de tráfego
  • HYMAN – Gerenciamento de Redes Híbridas e Interação com Usuários
  • Arquiteturas Híbridas

Estes grupos finalizaram o segundo dia do WRNP expondo os resultados preliminares de seus estudos. Ao final de sua apresentação, Iara Machado falou em linhas gerais sobre a rede experimental que está sendo implantada para realizar os testes demandados pelo Grupo 3. A rede foi batizada de Cipó, em alusão aos circuitos fim-a-fim que nela são implementados por meio de uma estrutura sobreposta (overlay) à rede Ipê atual, assemelhando-se aos cipós que se estendem pelos galhos das árvores.

Este testbed será composto pelas seguintes instituições, todas pertencentes ao grupo de estudo: Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD); RNP-Rio de Janeiro e RNP-Campinas; Universidade de São Paulo (USP); Universidade Salvador (Unifacs); Universidade Estadual do Ceará (Uece) e universidades federais do Estado do Rio de Janeiro (Unirio); do Pará (UFPA); do Espírito Santo (Ufes); Fluminense (UFF); do Rio de Janeiro (UFRJ); de Santa Catarina (UFSC); e do Rio Grande do Sul (UFRGS). A próxima etapa na implantação da rede Cipó é a elaboração de seu projeto lógico, que deverá estar concluído até o final de julho.

[RNP, 27.05.2009]

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