| Experiência estrangeira no último encontro do Seminário de Cultura DigitalMesa Conexões Internacionais traça paralelos entre os contextos brasileiros, europeus e dos Estados Unidos A última mesa do Seminário Internacional do Fórum da Cultura Digital Brasileira foi dedicada ao tema Conexões Internacionais e a Cultura Digital, e reuniu brasileiros e estrangeiros na manhã do dia 21/11 na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Os palestrantes traçaram paralelos entre o contexto nacional e o cenário internacional para cultura digital, identificando iniciativas e desafios comuns. A primeira fala foi de Raquel Rennó, brasileira radicada na Espanha, que apresentou alguns projetos de promoção à arte digital no país ibérico. Raquel abordou tanto iniciativas públicas, como o Medialab Prado, da Prefeitura de Madri, e o Arteleku, da administração basca em San Sebastián, como centros criados por associação de artistas, como o Hangar, em Barcelona, e o ZZZinc, do qual ela faz parte. Ivo Corrêa, responsável pela área de políticas públicas do Google Brasil, falou sobre o impacto da cultura digital na sociedade, focando na tensão entre o global e o local. Corrêa exemplificou com episódios em que o Google foi acusado de ferir legislações nacionais ao publicar conteúdos que, no entendimento da empresa, se justificavam pela liberdade de expressão. Entrando no tópico da revolução digital que ainda está no início, pontuou , Corrêa mostrou a frase de indignação de um músico da década de 1920 em relação à chegada do gramofone para mostrar que a tensão com o novo é esperada. Antes de concluir, ele fez comentários sobre três tópicos governamentais: pediu mais incentivo à inovação no Marco Civil da Internet; que a reforma da Lei do Direito Autoral esteja focada nas novas tecnologias; e que o Plano Nacional de Banda Larga tenha status de prioridade zeropara o governo. A mais jovem integrante do Parlamento Europeu, Amelia Andersdotter representa o Partido Pirata Sueco, e resumiu sua eleição como o sinal dos tempos. A deputada iniciou sua apresentação diferenciando legislação de política públicas e que prefere a segunda, construída em conjunto com a sociedade. Amelia disse que um dos principais problemas para a cultura digital na Europa é a grande concentração de propriedade no mercado de telecomunicações. O secretário especial do Ministério da Cultura, Alfredo Manevy, fez uma rápida avaliação do Fórum. Iniciou a fala recordando uma antiga concepção que a Internet era um espaço que iria se autoregular, e que hoje são eventos como este que ajudam a pensar o Estado na web. Entre os temas mais urgentes, listou a discussão da economia na web, a reformulação da lei de Direito Autoral, o acesso aos acervos de cultura e a infraestrutura para Internet. O americano David Sassaki, da organização Rising Voices, disse que nunca tinha visto um encontro promovido por um ministério da cultura para se pensar cultura na web, e iniciou sua apresentação mostrando iniciativas participativas dos governos dos Estados Unidos e da Suécia. Sassaki defendeu a manufatura participativa na Internet, e fez uma recapitulação desde o período anterior à Revolução Industrial. A manufatura participativa no contexto atual, segundo o americano, é construída por pessoas que desenvolvem aplicações e projetos na web para capacitação e desenvolvimento, sem necessariamente ter lucro com isto. [RNP, 24.11.2009] |