![]() | Pesquisadores debatem necessidades e tendências em serviços de rede no 16º SCIA primeira atividade após a abertura oficial do 16º Seminário RNP de Capacitação e Inovação (SCI), no dia 18/10, foi a mesa redonda Serviços de rede uma visão de futuro. A sessão foi aberta pelo diretor de Engenharia e Operações da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e mediador da mesa, Alexandre Grojsgold. Grojsgold explicou que o intuito da mesa era mostrar algumas das principais necessidades de serviços de rede das instituições usuárias do backbone operado pela RNP, além de traçar um panorama do que é feito hoje com os serviços disponibilizados pela organização. A ideia aqui é que a voz seja a do usuário, disse. A mesa foi composta por quatro gestores de Tecnologia da Informação (TI) de instituições usuárias da RNP: Diego Luís Kreutz, da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA); Edna da Silva Matos, do Instituto Federal da Bahia (IFBA); Lemuel Rodrigues Cunha, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); e Yuri Evaristo Amorim, do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS). Tecnologia para integraçãoTodas as apresentações abordaram em algum momento a importância das redes de alta velocidade como forma de reduzir distâncias geográficas, aproximando pesquisadores de seus objetos de estudo, possibilitando a colaboração entre estudiosos de um mesmo assunto ou ainda permitindo benefícios diretos e imediatos à população em geral. Exemplo disso é o projeto Labweb, apresentado por Yuri Amorim, feito em parceria com a Rede de Nanotecnologia da Petrobras, que tem como objetivo possibilitar a operação remota das linhas de luz síncrotron do LNLS, usadas na análise de materiais. Com o Labweb, pesquisadores poderão utilizar a estrutura do laboratório, única na América Latina, sem precisar se deslocar de seus centros de pesquisa até a sede do LNLS, em Campinas. O projeto, que possuiu equivalentes em vários outros laboratórios síncrotron do mundo, prevê ainda ferramentas de tratamento e análise de dados, além de armazenamento e compartilhamento de informações, para aumentar a integração entre grupos de pesquisa. A primeira experiência de instrumentação remota do Labweb foi feita em junho, utilizando a rede experimental Giga, e contou com a colaboração da área de Pesquisa e Desenvolvimento da RNP. Outra iniciativa de destaque mostrada na sessão é a Rede Mineira de Teleassistência, que hoje agrega recursos do Programa Nacional de Telessaúde (do Ministério da Saúde), da Rede Universitária de Telemedicina (Rute/RNP) e da Secretaria de Saúde de Minas Gerais. O projeto, apresentado por Lemuel Cunha, da UFMG, integra hoje mais de 600 unidades de saúde em Minas Gerais, que se conectam com os grandes centros estaduais para análise em tempo real de exames, capacitação de profissionais de saúde e teleconsultorias off-line em diversas especialidades médicas. Necessidades e desafiosA computação em nuvem (cloud computing) foi outro assunto recorrente no debate. Segundo os pesquisadores, além de reduzir custos de armazenamento e proporcionar mobilidade de dados (que passam a poder ser acessados de qualquer lugar) a computação em nuvem facilita o compartilhamento de dados entre diferentes institutos de pesquisa. Com a computação em nuvem, acabam as ilhas de dados, tudo passa a estar na rede, pontuou Diego Kreutz, da Unipampa, que citou as atividades de educação a distância como grandes beneficiárias da computação em nuvem. Serviços mais básicos, como e-mail, também foram apontados como necessidade pelos pesquisadores, que lembraram que quase sempre as instituições não contam com pessoal de TI capacitado em todos os níveis de atuação. Alexandre Grojsgold lembrou que tanto o serviço de e-mail quanto a cloud computing são oferecidos por empresas privadas. Segundo o diretor, é necessário discutir até que ponto seria vantajoso alocar recursos e tempo para desenvolver serviços que já podem ser conseguidos em outras fontes. Edna Matos, do IFBA, ressaltou que ainda hoje há institutos que carecem de velocidades maiores de conexão e que é necessário conectar mais unidades no interior. Segundo ela, é importante que as equipes de TI, ao dialogar com as reitorias, ressaltem a importância de se pertencer à rede oferecida pela RNP, esclarecendo que a organização não se trata de um provedor de Internet, mas de um canal estratégico para integração entre centros de ensino e pesquisa do país. [RNP, 19.10.2010] |