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Especialistas discutem segurança da informação em evento internacional em Curitiba

Milhares de pessoas acompanharam o DISI 2011, presencial e remotamente, nesta quarta-feira


As inúmeras armadilhas a que os usuários da Internet estão sujeitos atualmente e as formas de prevenção contra fraudes no ambiente web foram a tônica do Dia Internacional de Segurança em Informática – DISI 2011. O evento foi promovido pelo Centro de Atendimento a Incidentes de Segurança (CAIS) da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), nesta quarta-feira, em Curitiba.

O assunto foi abordado por um time de especialistas na sala de eventos do Quality Hotel, que recebeu cerca de 140 pessoas. Nas palestras, também assistidas por milhares de pessoas do Brasil e do exterior pelo site do evento, os especialistas foram enfáticos: todos são responsáveis pela segurança na rede. Ainda que faça o uso correto da internet, o usuário deve tomar cuidado pois se tiver o computador infectado por um malware (arquivo malicioso) pode se tornar uma ameaça para os demais.

"Um malware pode transformar os computadores em zumbis", alertou o analista de Segurança do CAIS, André Landim, lembrando que criminosos virtuais usam equipamentos de terceiros para infectar a rede. Em uma palestra didática, o especialista explicou os conceitos ligados à atividade maliciosa na internet e deu dicas de segurança, como atualização de antivírus, uso de senhas inteligentes e configuração de firewall.

O jornalista Altieres Rohr, colunista dos sites G1 e Linha Defensiva, fez alusão aos crimes conhecidos como "saidinha de banco" para lembrar que na web há riscos semelhantes. "O Internet banking no Brasil é um dos campeões em acesso e também de vírus. É possível acessar o banco online de forma segura, mas a segurança é quando se reduz o nível do risco a um nível aceitável", disse o profissional, ressalvando que não há proteção 100% na internet.

Luiz Eduardo - diretor do SpiderLabs (laboratório da Trustwave, empresa líder em segurança da informação e soluções de conformidade com padrões) - chamou a atenção para a falta de instrução e confidencialidade de usuários em seus dispositivos móveis. "As pessoas não têm que entender de tecnologia, mas deveriam ser treinadas sobre as consequências que ela provoca. As pessoas têm que ter consciência que o dispositivo fala mais do que elas queriam estar falando e que tudo que você coloca na internet estará lá pra sempre".

A indiscrição na Internet também foi assunto da palestra da publicitária Viviane Luswarghi, coordenadora do Movimento da Criança mais Segura na Internet. Ela trouxe dados que apontam para uma exposição cada vez mais precoce da intimidade nas redes sociais. "Vinte e cinco por cento dos bebes tem perfil na web antes de nascerem, 7% dos recém-nascidos já tem contas de email e 23% das primeiras fotos publicadas são de ultrassons".

O assessor Jurídico do Superior Tribunal Militar, Gerson Charbel, abordou o assunto no âmbito legal. Declarou ser contrário ao Projeto de Lei que tramita no Congresso Federal que tipifica os crimes de alta tecnologia. "Precisamos de uma legislação especifica para criminalizar essas situações? Não, porque mais de 95% do que acontece na internet a legislação existente já da conta", argumentou. Charbel ressalvou, porém, que apesar de abarcar crimes cometidos na internet, as penas não são tão severas e defendeu a conscientização do usuário como forma de prevenção, já que mesmo com toda a tecnologia a segurança não é 100%. "Diante dessa falsa sensação de segurança esquecemos um ponto principal, que é aquele que está sentado entre o teclado e a cadeira".

MARCELO TAS - Outra atração do evento foi Marcelo Tas, jornalista, autor e produtor de TV. Em sua palestra, Tas fez uma analisa mais humanística do fenômeno das redes sociais. “Rede não é uma coisa que surgiu com o computador, a gente sempre viveu em rede".

Nascido em 1966, na cidade de Ituverava, interior de São Paulo, o jornalista fez um paralelo entre a sua infância e a vida das crianças da atualidade. "Na escola, a gente fazia "cut e paste" (copia e cola) do quadro. Nos copiávamos sem questionar o que aquele provedor de informação jogava na nossa frente, de maneira muito passiva. Quantos provedores de informação essa molecada tem hoje, muito antes de entrar na sala de aula?", questionou.

Marcelo Tas criticou a banalidade da publicação de conteúdos nas redes sociais. Segundo ele, na época em que trabalhava com produção de vídeo, nos anos 80, eram escassas as possibilidades de publicação de conteúdos. "Era uma época em que não se publicava a informação. Agora, tudo se publica, a gente não ritualiza a publicação. A gente perde a chance de criar um canal de comunicação de qualidade com a pessoa que pode nos acompanhar", criticou o apresentador, citando formas criativas de interação nas redes sociais que mantém com seus fãs.

Apesar de manifestar-se a favor do ritmo de vida imposto pelas redes sociais e dispositivos móveis, o jornalista defendeu a humanização das relações online. "A Internet não é uma rede de computadores. É uma rede de pessoas que usam computadores", declarou.

O DISI 2011 foi realizado pelo CAIS/RNP em parceria com a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a RedCLARA, com o apoio da Universidade Federal do Paraná (UFPR).Veja as fotos do evento

[RNP, 01.09.2011]

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