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Mesa redonda aborda segurança e defesa cibernética

Especialistas discutiram o assunto durante o 17º SCI

Os cenários brasileiro e mundial da segurança da informação foram alvo das discussões do Bate-papo de Segurança realizada nesta terça-feira (25/10), no 17º Seminário de Capacitação e Inovação (SCI), que ocorre no Rio de Janeiro. Sob a moderação do analista de Segurança do Centro de Atendimento a Incidentes de Segurança (CAIS) da RNP, Edson Kowask, especialistas apontaram as fragilidades dos países diante de ataques cibernéticos e as soluções que as instituições brasileiras estão buscando para minimizar os riscos.

Analisando modelos adotadas por outros países, o diretor do Departamento de Segurança da Informação e Comunicações do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Raphael Mandarino Jr., defendeu um controle maior sobre a internet brasileira, ainda que medidas nesse sentido sejam rotuladas como antidemocráticas. Também se manifestou a favor do Projeto de Lei 89, em tramitação no Congresso Nacional, que dispõe sobre crimes de informática e suas penalidades. “O governo defende que qualquer legislação é melhor do que nenhuma”, declarou.

O chefe do Centro de Defesa Cibernético do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército Brasileiro, general José Carlos dos Santos, apresentou exemplos de como ataques cibernéticos são utilizados em conflitos internacionais. Um dos casos mais rumorosos, lembrou o general, foi o bombardeio aéreo das forças de Israel sobre a Síria, em 2007. Informações dão conta de que militares israelense rackearam os computadores que comandavam o sistema de defesa antiaéreo sírio, impedindo a reação do adversário.

Em razão dessas e outras ameaças que o Brasil elaborou uma Estratégia Nacional de Defesa, que, conforme assinalou general Santos , engloba não só os tradicionais setores espacial e nuclear, mas também o cibernético. “A segurança e a defesa cibernética interessa a sociedade como um todo. Nós não temos mentalidade de segurança, mas as ameaças estão aí. Cerca de 120 países estão pensando nas suas estruturas de segurança cibernética”, observou. O coordenador de Gestão de Incidentes de Segurança do CAIS, Atanaí Ticianelli, alertou para o fato de a rede acadêmica nacional, operada pela RNP, ser um alvo muito visado por hackers. Segundo Ticianelli, de janeiro a setembro deste ano, o CAIS tratou cerca de 260 mil incidentes de segurança, grande parte deles relacionados a malwares, códigos maliciosos que podem ser controlados remotamente. “Esse é um grande indicador do problema que nós enfrentamos na RNP e do reflexo que isso pode trazer para a nossa atividade.”

O diretor adjunto de Engenharia de Redes e Operações da RNP, Ari Frazão Jr., apresentou a RNP e seu backbone, destacado as áreas da ciência em que as redes acadêmicas nacionais podem contribuir, como educação a distância, clima, telemedicina, biodiversidade e cultura. Representando o diretor geral da RNP, Nelson Simões, Frazão também lembrou que a RNP tem metas audaciosas a serem atingidas que envolvem a conexão de instituições pelo interior do Brasil e o aumento de banda das já conectadas a velocidades superiores a 1 Gbp/s.

[RNP, 26.10.2011]