RNP - Rede Nacional de Ensino e Pesquisa

english | español


 

 
RNP na Mídia 
 

Conexão em alta velocidade


O Dia

Cristina Portella

23.01.1998



Farto de esperar que uma página baixe em seu micro? Pois fique sabendo que a Internet 2 - um projeto de sofisticadas aplicações multimídia em redes de alta velocidade - está sendo implantada nos Estados Unidos. As velocidades já alcançam vários megabits por segundo e devem, conforme o projeto, chegar a um gigabit no ano 2000.

Para falar sobre Internet 2, entrevistamos o coordenador geral da Rede Nacional de Pesquisa (RNP), José Luiz Ribeiro Filho. É através da RNP que o Brasil está participando do projeto norte-americano. Entre as várias aplicações desenvolvidas na Internet 2 para redes de altas velocidades estão bibliotecas digitais, laboratórios virtuais, trabalho em grupo, telemedicina e controle remoto de microscópios.

A Internet 2 está sendo orientada por um órgão chamado Ucaid (Corporação Universitária para o Desenvolvimento da Internet Avançada), que engloba três universidades americanas, líderes no setor de pesquisa. No Brasil, foi lançado um edital para dar os primeiros passos no projeto de redes metropolitanas de alta velocidade.
http://www.rnp.br/i2/index.html

O DIA: Como surgiu a Internet 2?

José Luiz Ribeiro Filho: Internet 2 é o nome dado a uma iniciativa de 34 universidades americanas que estavam preocupadas com a evolução da Internet. Formou-se um consórcio para o desenvolvimento de novas tecnologias Internet em rede de alto desempenho, baseando-se em aplicações interativas, com o uso intensivo de tecnologias multimídia e de tempo real.

O que é exatamente Internet 2?

A idéia é que sejam definidas aplicações sofisticadas (interativas, envolvendo tecnologias multimídia e de trabalho cooperativo à distância, por exemplo). Como conseqüência das necessidades de tais aplicações é que surgirão backbones e serviços com características mais avançadas.

Que diferenças terá com as conexões atuais?

A arquitetura física da rede eletrônica que dá suporte à Internet 2 inclui a implantação de GigaPOPs - pontos de presença com velocidade de tráfego da ordem de Gigabits. A função principal do GigaPOP é o gerenciamento da troca de tráfego Internet 2 de acordo com especificações de velocidade e qualidade de serviços previamente estabelecidos através da rede e o roteamento entre a Internet 2 e a Internet comum.

Como é realizada essa troca de dados?

A troca de dados entre os GigaPOPs é realizada atualmente por uma rede de alto desempenho, a vBNS (Very High Performance Backbone Network System), mantida pela NSF (National Science Foundation). A velocidade mínima encontrada no vBNS é de 155 Mbps, sendo que em vários trechos já se utilizam 622 Mbps. O objetivo é fazer com que o vBNS esteja operando a mais de 1 Gbps até o ano 2000.

Então vão existir duas Internets?

Sim. Durante algum tempo. Isto é, até que a Internet 2 passe do estágio de desenvolvimento para a indústria.

Em que pé está o projeto?

O principal órgão financiador do projeto é a agência do governo americano National Science Foudation, que também custeia o vBNS. Já existem vários experimentos pilotos em andamento, em sua maioria aplicações que vinham sendo desenvolvidas independentemente por algumas universidades americanas e que não usam os recursos previstos para a Internet 2, tais como reserva de banda, IP versão 6, qualidade de serviço etc.

No caso do usuário final, o que vai mudar?

Até que as tecnologias desenvolvidas pela Internet 2 sejam transferidas para a indústria e colocadas no mercado através de produtos e serviços de redes, o usuário final continuará utilizando a Internet comercial, sem sentir muita diferença.

Como fica o Brasil em matéria de Internet 2?

Ainda temos um problema básico de falta de infra-estrutura de comunicação de dados nas velocidades demandadas pela Internet 2. As velocidades mínimas previstas no projeto americano são da ordem de 34 a 45 Mbps, sobre fibra óptica.

Que medidas o governo brasileiro está adotando?

O Brasil participará através de seminários, envio de técnicos e pesquisadores e, quando possível, com uma conexão física de até 155 Mbps. Até esta conexão estar disponível, serão criadas redes metropolitanas de alta velocidade, onde será implantada a infra-estrutura e os serviços de rede necessários à instalação de experimentos-piloto disponibilizados pelo projeto Internet 2 a seus associados.

fonte: http://www.odia.com.br/

Consulta em noticias