| Velocidade máximaInternet2 viabiliza o desenvolvimento de diversas aplicações interativas com tecnologia multimídia Jornal do Brasil Anna Catharina Siqueira 19.08.1999 Iniciativa norte-americana voltada para o desenvolvimento de tecnologias e aplicações avançadas para a comunidade acadêmica e de pesquisa, a Internet2 (www.internet2.edu) passou a fazer parte da rotina do Ministério de Ciência e Tecnologia e da RNP (Rede Nacional de Pesquisa, em www.rnp.br) em outubro de 1997. Naquela ocasião, quando o presidente Clinton visitava o Brasil, a participação formal do país - através de instituições de ensino superior e centros de pesquisa - foi incluída no acordo de cooperação em tecnologias para a educação. Como parte de uma estratégia unificada para consolidar a Sociedade da Informação no Brasil, a RNP está, atualmente, empenhada em promover a atualização da rede acadêmica brasileira com a construção de um novo backbone de alto desempenho - o RNP2 - que vai possibilitar o desenvolvimento e uso de aplicações avançadas, trafegando em uma infra-estrutura com alta largura de banda e qualidade de serviço assegurada. Para aproveitar a infra-estrutura já disponível no país e, ao mesmo tempo, aguardar o avanço das definições e padrões internacionais, a implantação do novo backbone RNP2 está sendo feita de forma gradual. O primeiro estágio do programa, segundo José Luiz Ribeiro Filho, coordenador geral da RNP, compreende a implantação das Redes Metropolitanas de Alta Velocidade (ReMAVs) em 14 cidades - Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza, Goiânia, Salvador, Florianópolis, Campinas, Natal, Recife, Belo Horizonte, Brasília e João Pessoa/Campina Grande. Em outubro de 1997, a RNP e o ProTeM - Programa Temático Multiinstitucional em Ciência da Computação, com o apoio do CNPq, desencadearam uma ação conjunta para estimular a implantação de redes metropolitanas de alto desempenho. Foi lançado o Edital "Projetos de Redes Metropolitanas de Alta Velocidade", com o objetivo de promover, em diversas regiões do país, a criação de infra-estrutura e serviços de redes de alta velocidade. Como resultado do edital, foram selecionados doze consórcios. No início de 1999, todos já haviam fechado contratos com o CNPq para o recebimento de verbas, concessão de bolsas e equipamentos. Em maio de 99, foi anunciado um edital complementar devido a saída do grupo do Maranhão, que, por motivos internos, não deu continuidade ao projeto. Como resultado desse novo edital, foram selecionados mais três grupos, totalizando atualmente 14 consórcios participantes na iniciativa. Na área metropolitana de atuação de cada consórcio, espera-se das parcerias o desenvolvimento, prototipação e testes de novos aplicativos de redes; a disponibilização da infra-estrutura de linhas e fibras ópticas, entre os participantes acadêmicos e as operadoras locais de telecomunicações; e o intercâmbio de experiências e atividades de treinamento. A duração prevista para a implantação destas iniciativas é de 24 meses. Ao final deste período, diversas instituições de ensino e pesquisa nacionais estarão operando redes de alto desempenho em nível metropolitano, bem como fazendo uso corrente de vários tipos de aplicações interativas com tecnologia multimídia - como videoconferência, diagnóstico médico remoto, acesso a bibliotecas e museus virtuais, ensino a distância, etc. Todo esse esforço envolve 79 instituições de ensino superior, institutos de pesquisa, órgãos governamentais e operadoras de telefonia. Enquanto o Governo Federal entra com equipamentos e bolsas, as instituições de ensino contribuem com pessoal especializado e as operadoras, com a tecnologia. Já o segunda fase do projeto deverá promover a integração, em nível nacional, destas redes metropolitanas de alto desempenho, formando o primeiro estágio do backbone nacional de alta velocidade que vai substituir o atual da RNP. Neste mesmo momento, planeja-se disponibilizar conexões de alta velocidade para a Internet2 nos Estados Unidos, permitindo que as instituições de ensino e pesquisa do Brasil passem a integrar aquela iniciativa, formando parcerias com universidades americanas para o desenvolvimento de novas aplicações e serviços. Um convênio entre o Ministério de Educação e Cultura e o MCT, que deverão investir cerca de R$ 200 milhões em cinco anos, foi firmado para custear a estrutura da rede. O objetivo final da iniciativa não é somente o desenvolvimento de pesquisas exclusivamente voltadas para a área acadêmica, mas também a transferência ao setor comercial das tecnologias desenvolvidas e testadas ao longo da execução dos projetos. Aplicações - Não há uma linha de trabalho única e pré-determinada que oriente as pesquisas das novas possibilidades de aplicações que estão sendo desenvolvidas no projeto Internet2. Ainda há muito a ser pesquisado sobre a necessidade dos usuários e o potencial das tecnologias para redes de alto desempenho. De uma forma geral, não se conhece ainda o limite do que é tecnicamente possível. Pode-se dizer, então, que o foco principal do projeto reside no desenvolvimento de aplicações avançadas com uso intensivo de tecnologias multimídia em tempo real. Diversas aplicações já estão sendo desenvolvidas, sendo que muitas delas se encontram em fase de teste. No momento, algumas das principais linhas de pesquisa para a aplicação de serviços em rede de alto desempenho são bibliotecas digitais com capacidade de reprodução de imagens de áudio e vídeo de alta fidelidade; ambientes colaborativos que englobam laboratórios virtuais com instrumentação remota; novas formas de trabalho em grupo, com desenvolvimento de tecnologias de presença virtual e colaboração em 3D; e telemedicina, incluindo diagnóstico e monitoração remota de pacientes.
Histórico - O projeto Internet2 teve início em outubro de 1996, quando 34 universidades norte-americanas se reuniram para formar o Comitê Geral de Trabalho da Internet2. Pouco tempo depois, o grupo recebeu o apoio do Next Generation Internet (www.ngi.gov), cujo objetivo é formar uma nova geração com velocidade mil vezes maior, para possibilitar o desenvolvimento de aplicações como telemedicina e educação a distância. Hoje, o projeto conta com a participação de mais de 150 universidades, além de parcerias com empresas do porte da 3COM, IBM, AT&T, Lucent e Cisco.
fonte: http://www.jb.com.br/ |