| Coração novo graças à Internet 2Canal Web Maria Fabriani 30.08.1999 Ribeirão Preto, SP - O comerciante aposentado Riad Hanna Moussa, de 51 anos, nunca poderia imaginar que seu problema cardíaco o tornasse famoso. Mas, graças à iniciativa de várias empresas do Grupo Algar, da Rede Nacional de Pesquisa (RNP), de empresas de telecomunicações e de tecnologia de ponta, Seu Riad ganhou fama e vida nova. Com uma história de tabagismo, as artérias do comerciante tornaram-se estreitas, o que provocou uma angina - um sinal de que um enfarte estava a caminho. Foi quando a Internet 2 entrou na vida de Seu Riad para torná-lo famoso e mais saudável. A operação foi feita no Instituto do Coração do Triângulo, em Minas Gerais, e acompanhada por meio de uma verdadeira rede de interconexões de fibras ópticas e de emissões de microondas, que ligou Uberlândia à Escola de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Seu Riad foi o primeiro paciente a receber as atenções de tantos cirurgiões. A idéia, levada à frente pelo Grupo Algar, é lançar no Brasil o serviço de Telemedicina baseado na Internet 2, com a coordenação do Ministério da Ciência e Tecnologia. Estavam envolvidas ainda nesse projeto-piloto na área de telecomunicações, a CTBC Telecom, a Engeredes, a Tess e a TV Clube, além das empresas de tecnologia Cisco/Medidata, Siemens e TES Videoconferência. Em Uberlândia estavam, além de Seu Riad, o cirurgião Roberto Botelho, que chefiou a operação, e verdadeiros medalhões da cirurgia cardiovascular brasileira, como o ex-ministro da Saúde Adib Jatene, e o professor Eduardo de Souza, um dos pioneiros na área de cirurgia cardíaca do Brasil. Em Ribeirão Preto, médicos discutiam em tempo real com o staff mineiro, as estratégias para desobstruir as artérias de Seu Riad. A imagem era perfeita, o som não apresentava delay e a operação foi um sucesso - tanto cardiológico quanto técnico. Rômulo Machado, gerente de serviços interativos da CTBC Telecom, empresa do Grupo Algar que atua nas regiões do Triângulo Mineiro, do Alto Parnaíba e do Norte de São Paulo, disse que a operação foi vista na USP graças a um sistema de videoconferência poderoso, capaz de enviar e receber imagens e sons a uma velocidade de 768 Kbps - quando o normal, para uma videoconferência feita em reuniões, por exemplo, é utilizar-se de velocidade não superior a 128 Kbps. No final da operação, que levou pouco mais de uma hora, Seu Riad estava risonho e alegre - ele tomou anestesia apenas local e o catéter que desobstruiu suas artérias foi colocado por meio de uma pequena incisão em seu pulso direito. Ele pode até tranqüilizar sua esposa, dizendo que estava tudo bem. Se todos os gargalos da Internet brasileira pudessem ser resolvidos de forma tão pouco traumática, nossa vida seria menos estressada e deixaríamos às moscas os consultórios dos cardiologistas. fonte: http://www.canalweb.com.br/ |