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RNP na Mídia 
 

Internet2: a Web anabolizada

Nasce uma nova rede, mais organizada e veloz


Ícaro Brasil

01.11.1999


Um paciente com problemas no coração foi operado em Uberlândia, Minas Gerais, no começo de setembro. Nada de mais, se parte da equipe de médicos que participava da operação não estivesse em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, a centenas de quilômetros de distância da mesa de cirurgia.

A transmissão de imagens de alta qualidade, em tempo real, só foi possível graças à chamada Internet2. Trata-se da próxima geração da rede mundial de computadores, que está em fase de testes em todo o mundo e deve estrear comercialmente no Brasil nos próximos anos.

Toda a estrutura da Internet2 é composta de fibra óptica com velocidade da ordem de megabits e gigabits por segundo. Hoje, as conexões discadas pelo telefone atingem velocidades reais de transmissão de no máximo 28 kilobits por segundo. Estamos falando de uma rede dez mil vezes mais rápida. A evolução é inevitável. A estrutura atual da Internet não comporta mais a quantidade de dados cada vez maior que trafega pelo emaranhado de linhas telefônicas que compõe a Rede. Alguns especialistas até prevêem um colapso se a nova geração não for implantada rapidamente.

No Brasil, o projeto da nova Internet foi chamado de RNP2, pois é desenvolvida pela Rede Nacional de Pesquisa (RNP), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Cerca de US$ 200 milhões foram investidos no projeto até agora.

A base dessa segunda Internet são as 14 Redes Metropolitanas de Alta Velocidade (ReMAVs) já construídas no Brasil. Nessas redes, as velocidades chegam a 622 megabits por segundo, cerca de 20 mil vezes mais rápidas do que o modem que você usa em casa. Nos próximos meses, as ReMAVs de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília serão interligadas, possibilitando aplicações entre esses centros praticamente ilimitadas de transmissão multimídia, com alta qualidade, segurança e estabilidade.

Diversos países estão testando seus projetos de Internet2. Ainda não há transmissões continentais, mas especialistas prevêem que em dez anos a nova geração será o padrão comercial em todo o mundo. A transição será natural, com os dois sistemas coexistindo por um tempo.

Assim como a Internet, que cresceu nos meios acadêmicos e passou por um período de testes antes de ser comercializada, a nova geração segue a mesma lógica. A fase de testes está bem avançada e logo será comercial. Depois de virar padrão, dizem alguns, os meios acadêmicos começarão a desenhar a Internet3. Então, um dia, a Internet2 fará parte do passado.

fonte: http://www.varig.com.br/

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