| Internet 2, o futuro do ciberespaçoNova rede será voltada exclusivamente para meios acadêmico e científico O Globo 24.11.1999 O coordenador da Rede Nacional de Pesquisas (RNP), José Luiz Ribeiro Filho, é responsável pelo projeto Internet 2 no Brasil. Segundo ele, os usuários da Internet comercial terão muito a ganhar com o desenvolvimento de aplicativos para a nova rede mundial de computadores, que será de uso exclusivo dos meios acadêmico e científico. Em que fase está o projeto da Internet 2 no Brasil? JOSÉ LUIZ RIBEIRO FILHO: Estamos entrando agora na segunda fase. A primeira começou no fim de 1997, com a implantação das redes metropolitanas de alta velocidade. Estamos agora iniciando a interligação de algumas redes metropolitanas, com a implantação do backbone novo, RNP2. Estamos começando um plano piloto, que interliga São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. Depois, vamos interligar o Rio a outras duas cidades, uma no Nordeste e outra no Sul. Quando a Internet 2 deve se tornar realidade? JOSÉ LUIZ: Nossa expectativa é que, a partir de abril do ano que vem, todas as 14 redes metropolitanas estejam interligadas no backbone novo. Que grupos devem ser beneficiados? JOSÉ LUIZ: Essa rede vai beneficiar inicialmente a comunidade acadêmica, ou seja, universidades e centros de pesquisas. E o que os usuários da Internet ganham com isso? JOSÉ LUIZ: A Internet que a gente usa hoje não consegue atender às demandas dos aplicativos mais sofisticados. Por exemplo, não é possível distinguir se uma unidade de dados que trafega na rede foi gerada por uma aplicação de vídeo ou de correio eletrônico. Uma aplicação de correio eletrônico tem muito menos prioridade de trafegar na rede do que uma de vídeo. O projeto Internet 2 está desenvolvendo uma série de ferramentas, de novos protocolos de rede, para permitir essa diferenciação. Essa tecnologia migraria para a Internet comercial? JOSÉ LUIZ: Pode migrar na medida em que, de um lado, as aplicações se tornem viáveis comercialmente, e as empresas participantes dos consórcios com as universidades que desenvolvem os produtos comecem a pôr isso no mercado. E do lado do provedor, à medida que ele comece a comprar novos equipamentos que venham com essa tecnologia. Qual é a velocidade dela em relação à Internet atual? JOSÉ LUIZ: Na Internet, um backbone precisa começar operando com 2Mbps. Na Internet 2, fala-se de 34Mbps, idealmente 155Mbps e, para as aplicações que precisam de interação em tempo real, como a operação de um equipamento à distância, falamos de mais de 622Mbps. Hoje, a rede americana já está operando com a velocidade de 1,2Gbps.
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