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Segurança dos acessos gratuitos está na berlinda

Comitê Gestor testa conexão e afirma que existem brechas


O Globo

24.02.2000


Na primeira reunião deste ano, realizada em janeiro, o Comitê Gestor da Internet no Brasil anunciou que realizaria testes para verificar a segurança dos serviços oferecidos pelos provedores de acesso gratuitos. Após a reunião, os especialistas em rede ligados ao comitê começaram a fazer as análises. José Luiz Ribeiro Filho, conselheiro do comitê e coordenador geral da Rede Nacional de Pesquisa (RNP), afirma que o grupo analisou alguns provedores dessa categoria e testou serviços como o acesso não identificado, ou anônimo. A conclusão do comitê é que essa prática torna impossível a procedência de um ataque no ciberespaço.

Aleksandar Mandic, vice-presidente do IG, diz que não importam os dados digitados no cadastro preenchido pelo internauta na hora de requerer um acesso, ainda que seja num provedor gratuito e que a senha seja genérica. Mandic afirma que, no rastreamento num caso de ataque de hackers, o importante é o equipamento que a pessoa (no caso, o hacker) está usando.

José Luiz comenta que, nas simulações de ataque feitas pela equipe do comitê, o alvo foi um computador padrão com sistema operacional Unix, mais seguro que o Windows, usado nos micros domésticos. Esta simulação foi repetida pela equipe na última reunião do comitê, que aconteceu dia 17, em São Paulo.

O coordenador da RNP argumenta que os cadastros feitos pelos provedores aceitam números de CPF falsos e informações como 1º de janeiro de 2000, no campo "data de nascimento". Mas a análise do comitê também constatou que alguns provedores demonstraram preocupação em checar dados obrigatórios do cadastro, como CEP e CPF.

— Mas isso não basta - diz o coordenador do Comitê Gestor, Ivan de Moura Campos. - Quero deixar claro que o comitê não é contra o acesso gratuito. Nossa preocupação é com a impossibilidade de identificar a origem de um ato danoso à rede - completa.

A meta do comitê é trabalhar com a comunidade internauta e com os provedores de acesso (gratuitos e pagos) para descobrir mecanismos que possam garantir a segurança no mundo virtual. Uma sugestão para os provedores é dar muito destaque à segurança de seus serviços em campanhas de marketing.

fonte: http://www.oglobo.com.br/

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