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Internet2 do Brasil é lançada hoje

Inauguração oficial da rede de computadores de alta velocidade no país será feita pelo ministro Ronaldo Sardenbeg em BH

O Tempo

24.05.2000

O Governo inaugura hoje a primeira etapa da Internet2 no Brasil, que pode ser 77 vezes mais rápida que a atual. Serão interligadas universidades federais e institutos de pesquisa em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal.

A previsão é que, em julho, os demais Estados estejam conectados ao novo backbone (rede de cabos de fibra ótica, microondas ou satélite) desenvolvido pela Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel) e o governo federal.

O lançamento oficial da Internet de alta velocidade será feito pelo miistro da Ciência e Tecnologi, Ronaldo Sardenberg, no 18o. Simpósio Brasileiro de Redes de Computação, que acontece até sexta-feira em Belo Horizonte.

O custo do projeto este ano está orçado em R$50 milhões e tem a parceria do Ministério da Educação (MEC). Problemas na importação de equipamentos e demora na votação do orçamento pelo Congresso atrasaram o programa em pelo menos três meses.

"O Brasil está assumindo a liderança em tecnologias para a Internet na América Latina", disse hoje o coordenador-geral da Rede Nacional de Pesquisa (RNP) do Ministério de Ciência e Tecnologia, José Luiz Ribeiro Filho.

Com o aumento da velocidade e qualidade na transmissão de dados, a nova rede é marcada pelo uso de aplicativos de multimídia interativa, que permitem, por exemplo, diagnósticos médicos e cirurgias à distância - que correm o risco de serem desconectados repentinamente se forem usados na rede atual.

A velocidade de transmissão no eixo Rio - São Paulo será elevada inicialmente em dez vezes: dos atuais 2 megabits por segundo (Mbps) para os 20 Mbps, apesar de o contrato com a Embratel prever até 155 Mbps. "Estamos deixando margem para elevar a velocidade gradualmente, de acordo com a demanda", disse Ribeiro Filho.

Uso inicial será restrito ao meio acadêmico

O uso do novo backbone (rede de cabos de fibra ótica, microondas ou satélites) será inicialmente restrito ao meio acadêmico. A idéia é descentralizar o conhecimento e
torná-lo mais acessível, possibilitando que professores ministrem aulas à distância e médicos avaliem resultados de radiografias e ultra-sons e façam cirurgias à distância, por meio de computadores. A Internet2 brasileira vai possibilitar que pesquisadores desenvolvam essas aplicações, que poderão ser aproveitadas futuramente na Internet comum.

Ainda este ano, as Redes Metropolitanas de Alta Velocidade (ReMAVs) - projeto-ploto da Internet rápida envolvendo governo, universidade e empresas privadas em 14 capitais - também serão conectadas à nova rede. A RNP, backbone que liga instituições acadêmicas à Internet, existe desde o início dos anos 90.

O novo backbone foi batizado de RNP2 e permitirá ao país acessar a Internet2 - projeto de rede de alta velocidade desenvolvido nos Estados Unidos. A atual RNP liga todos os Estados à rede mundial de computadores, à velocidade máxima de 2 megabits por segundo (Mbps). Em muitas localidades, porém, a transmissão fica bem abaixo disso. (AE)

fonte: http://www.otempo.com.br/