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Rio expande mercado de trabalho

Evento reúne empresários, professores e autoridades para debater a demanda por profissionais de TI no estado


TI Master

Alessandra Duarte

05.09.2000


O Rio está tentando definir quem ele quer trabalhando em tecnologia. Essa foi a pauta do workshop Formação de Recursos Humanos em Tecnologia da Informação para o estado do Rio de Janeiro, que reuniu, no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), profissionais e representantes da área de TI do Governo estadual, das empresas privadas e do meio acadêmico.

Depois da série de três painéis do primeiro dia, haverá a realização de grupos de trabalho sobre temas como infra-estrutura de redes, desenvolvimento de aplicações e mercado de trabalho para TI. Nós, é claro, vamos acompanhar o resultado dessa iniciativa. Os debates dos painéis foram desde a desatualização de currículos, passando pelo mercado de certificações e pela demanda do setor público por profissionais técnicos, até a dificuldade de se criar tecnologia no país. O TI Master esteve lá para conferir como anda o mercado de trabalho no Rio de Janeiro.

4 mil vagas no Governo

Se o que foi falado durante o primeiro painel do evento se concretizar, o Rio de Janeiro vai dobrar sua demanda por profissionais de tecnologia nos próximos dois anos - pelo menos na administração pública. Foi esse o quadro traçado por Fernando Peregrino, presidente do Centro de Processamento de Dados do Rio de Janeiro (Proderj) e coordenador de Desenvolvimento Humano da Secretaria Executiva do Gabinete do Governador.

O que provocará toda essa procura? Um projeto do Governo do estado batizado de E-Gov. Segundo Peregrino, o objetivo da iniciativa é oferecer vários serviços de órgãos públicos interligados via Web: marcação de consultas em hospitais, matrículas em escolas, consultas ao Detran, acompanhamento de processos na Justiça, recebimento de impostos, entre outros.

- Além disso, queremos aumentar a infra-estrutura do sistema de dados do estado de seis mil para 20 mil pontos em rede até 2002.

Para tanto, o governo do Rio calcula que vai precisar de nada menos que seis mil profissionais de tecnologia. Atualmente, só há duas mil pessoas no quadro técnico - o que significa que vem por aí a abertura de quatro mil vagas no estado.

Fique atento às áreas mais procuradas: programação, webdesign, conexão de bancos de dados via Web, projeto, segurança e operação de redes, treinamento de clientes de sistemas e de software, suporte a usuários e suporte de hardware.

- Nossa meta para 2002 é ter cinco mil pessoas na operação e mil no desenvolvimento do nosso setor de tecnologia - afirma Peregrino.

Novos concursos

Mas como contratar esse pessoal, já que os concursos estão suspensos pelo Governo Federal?

- Estamos pleiteando a abertura de concursos no estado. Mas vamos buscar alternativas, como a terceirização de pessoal e o programa de bolsas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

No entanto, um obstáculo que o Governo estadual vai ter de ultrapassar se quiser ter e manter bons profissionais é a inevitável atração dos salários e do desenvolvimento tecnológico nas empresas privadas. Segundo o presidente do Proderj, a média salarial dos profissionais técnicos a serem contratados será de R$ 2 mil.

- Um dos pontos da reformulação do Proderj é acabar com o plano de carreira por tempo de serviço. O crescimento profissional de alguém da área técnica não se faz assim. Tem de ser um plano de carreira por produção.

Como está a situação no setor privado

Se você nem pensa numa carreira estatal e quer saber mesmo é de ficar na iniciativa privada, o primeiro painel do workshop também tratou disso. O diretor-executivo da Associação das Empresas Brasileiras de Software e Serviços de Informática (Assespro-RJ), Newton Palhano, mostrou uma pesquisa feita para a Fenasoft deste ano por uma consultoria contratada por sua equipe organizadora.

Com o objetivo de dimensionar a feira, a consultoria perguntou às cerca de 1,1 mil empresas inscritas na Fenasoft (produtoras e usuárias de Informática) quais tecnologias elas mais utilizam. Vale lembrar que as respostas não são excludentes, ou seja, cada entrevistada podia escolher vários itens dentro de uma mesma questão. Vamos a alguns números:

1) Em relação a ambiente de tecnologia, 89,1% fazem a felicidade de Bill Gates e são usuárias do Windows NT; 83,4% preferem fazer a mesma coisa usando o Windows 95; 47,5% usam MS DOS (!); 30,9% usam Novell; e o Linux mostra sua força com 20,4% dos ambientes pesquisados;

2) No quesito linguagens de programação, Visual Basic está na frente, aparecendo em 61,9% das empresas consultadas; logo depois vem o Delphi, com 48,3%, seguido de Clipper, Cobol e Java;

3) Em banco de dados, 33,5% usam Access; 20,7% preferem SQL Server; e mais 20,7%, Oracle;

4) Quanto a estações em rede, 87,4% das empresas já usam Internet; 79,2% usam intranets; 64,2%, a dupla LAN/WAN; e 11,7% usam extranets.

Um detalhe curioso e importante é que apenas 7,1% das empresas consultadas utilizam comércio eletrônico. A maioria ainda usa a Internet para mandar e receber e-mails.

- Essa área de e-commerce é onde mais teremos demanda de profissionais - diz Newton Palhano.

Por fim, na pesquisa exposta por Palhano, o analista de sistemas está em alta - é o profissional buscado por 84,5% das empresas. Em segundo lugar, com 67,2%, aparecem os especialistas em rede. Logo depois, programadores e administradores de bancos de dados.

fonte: http://www.timaster.com.br/

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