| Dynavideo coloca o Brasil na era da Internet 2Software desenvolvido pela UFRN permite transmissão de imagens captadas ao vivo e acervos analógicos, ou digitalizados, pela rede Gazeta Mercantil Aloísio Pontes 25.06.2001 Um software genuinamente potiguar, desenvolvido pelos pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o Dynavideo, coloca o País na era da Internet 2. A ferramenta permite a transmissão de imagens captadas ao vivo ou de acervos gravados em sistemas analógicos ou digital através da rede mundial de computadores e já está sendo considerado um produto de exportação. O projeto faz parte das pesquisas mundiais da chamada Internet 2, que vai possibilitar a convergência entre a internet e a TV. O coordenador do projeto, professor Guido Lemos de Souza Filho, explica que o sistema funciona através de uma placa inserida na fonte de captação que decodifica a imagem em Mpeg2, o mesmo utilizado nas transmissões digitais em TVs a cabo. O software capta a imagem decodificada, transmite a um servidor para a distribuição e a recodifica para a linguagem digital ou analógica, conforme o receptor. Outra vantagem da tecnologia desenvolvida no Rio Grande do Norte é que parte do servidor central pode ser replicado ou "clonado", criando links de longa distância. A tecnologia tem como objetivo evitar o congestionamento da rede, uma vez que a transmissão é feira em 6 Megabites por segundo (Mbps), o equivalente a 6 milhões de bites por segundo. O professor diz que é possível clonar parte do servidor de Natal em outro instalado em Recife, por exemplo, e transmitir para uma gama maior de receptores locais. PilotoUm experiência neste sentido está sendo preparada para o mês de agosto, quando o sistema deverá transmitir um complexo exame cardíaco-fetal que será realizado no Hospital Português para outros hospitais de Pernambuco, Natal e Fortaleza. "Neste caso, o servidor a ser clonado estará em Recife", diz. A tecnologia também vai permitir, em breve, que o cliente de uma locadora de vídeos escolha e veja o filme sem sair de casa. "Neste caso a locadora terá de digitalizar os filmes e fazer parceria com uma TV a cabo", diz o professor. Para isto, serão iniciados em breves experiências de transmissão através dos chamados Set Top Box, os receptores usados na TV a cabo. "Estes equipamentos já funcionam como computadores dedicados e estamos buscando a interligação deles através da Internet", diz Guido Lemos A primeira experiência vitoriosa do software potiguar foi a transmissão, no mês passado, de um programa gerado na TV Universitária (TVU) em Natal e transmitida para a TV Educativa de Florianópolis (SC) em tempo real. A transmissão ao vivo do vídeo de 30 minutos da TVU, no formato MPEG-2, passou por várias etapas. Primeiro, o vídeo foi gerado em formato analógico na TVU. Depois, foi digitalizado em tempo real e transmitido pelo programa de streaming Dynavideo. O Dynavideo recebeu e transmitiu o programa para a TV Cultura de Florianópolis através de uma conexão de 6 megabits por segundo. Usando o Dynavideo, a TV Cultura recebeu, decodificou e colocou no ar o programa "O Brasil descobre a internet2". A experiência foi possível porque o Rio Grande do Norte é uma das 14 cidades que participam da chamada Rede Nacional de Pesquisa (RNP), que disponibiliza as redes de transmissão para as pesquisas. O Estado tem quatro pontos das chamadas Redes Metropolitanas de Alta Velocidade (Remav). O desenvolvimento do software faz parte da pesquisa financiada pela CNPq, que investiu cerca de R$ 1,2 milhão entre aquisição de equipamentos e pagamento de bolsistas. EvoluçãoA Internet2 é uma evolução da internet já conhecida. É uma rede que permite o envio de informações digitais (texto, vídeo, som) de forma integrada, pela rede, sem que haja perda de qualidade no processo de codificação, transmissão e decodificação. Iniciado nos EUA, o desenvolvimento dessa tecnologia é tema de pesquisas em todo o mundo. No Brasil, a primeira fase do projeto baseou-se nas Remav. A segunda fase será marcada por experimentos de âmbito nacional com aplicações que envolvam transmissões de vídeo digital de alta qualidade em redes de computadores. Além de transmissão de programas de TV, serão realizados experimentos envolvendo aplicações como educação a distância, telemedicina, vídeo sob demanda, en tre outras. Além do aspecto inédito e inovador do experimento em termos tecnológicos, a transmissão abre uma ampla e criativa perspectiva a TVs educativas de todo o País, na medida em que possam estruturar uma rede de integração nacional de conteúdos e programações a partir do suporte da Internet 2. A transmissão de TV via internet também apresenta vantagens econômicas significativas quando comparada aos atuais custos de transmissão envolvendo o uso de satélites privatizados, como acontece hoje com toda a rede de televisão comercial do País. fonte: http://www.gazetamercantilne.com.br/jornal/12710.htm |