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IPv6 entra em teste na internet de alta velocidade


Valor Econômico

Anamárcia Vainsencher

27.08.2001


A versão atual do protocolo IP - a IPv4 - ainda dará conta do recado de suportar a expansão da internet por alguns pares de anos. A capacidade de endereçamento da versão 4 desse protocolo básico de comunicação é de 32 bits (algo como 4,3 bilhões de endereços IP).

Na prática, essa capacidade de atribuir endereços IP é menor, por causa da multiplicidade e proliferação de classes de endereços (função de tipos e tamanhos de redes), explica Pedro Pedini, gerente de engenharia de serviços de redes da Promon IP. "Em algum momento, entre os anos 2005 e 2010, o IPv4 se tornará insuficiente."

Além disso, alguns elementos importantes que garantem a qualidade de serviços IP - entre eles segurança e criptografia - não estão claramente definidos no protocolo IPv4, razão pela qual são adotadas técnicas para contornar essas deficiências.

Uma dessas técnicas é a NAT (Network Address Translation), que traduz um endereço não válido, interno de uma rede, em endereço único, válido, na internet, o que é possível, porque nem todos acessam a web ao mesmo tempo. Outro recurso é o IP dinâmico, que permite operar com um pool de endereços, alocados às máquinas na medida da necessidade.

Esses "artifícios" são necessários, porque o número de endereços é finito e o de equipamentos de acesso é crescente. Para aumentar a segurança da rede, há o protocolo IPSec, de criptografia, e quando o assunto é qualidade de serviços, recorre-se ao RSVP (Resource Reservation Protocol), que "prepara" a rede para receber tráfegos que exigem qualidade e tempo de resposta baixo.

Muitas dessas restrições deixarão de existir, quando as redes migrarem para a versão 6 do protocolo IP - o IPv6, observa Pedini. Nela, a capacidade de endereçamento, de 128 bits, é 16 vezes maior que a da versão 4.

Para Pedini, a versão atualizada do protocolo IP ainda não foi implementada na internet pública porque a versão 4 ainda atende às exigências atuais. Além disso, a migração de uma para outra versão é complexa, porque todos os endereços e todo o software da rede terão de ser trocados.

Ele observa que haverá um período de transição e de convivência entre as duas versões, que terão o suporte de novos roteadores com capacidade para entender as duas linguagens.

A internet 2, de alta velocidade, está testando o IPv6, na 6bone, rede experimental acadêmica, cujo braço brasileiro é a Rede Nacional de Pesquisas (RNP). Na Suécia, a operadora Telia, está passando da fase de testes e começando a colocar em operação comercial sua rede IPv6.

A operadora sueca está construindo uma nova rede para o tráfego IPv6, utilizando sua própria infra-estrutura óptica. Posteriormente, usará gateways para transferir o tráfego da rede principal para a nova rede IP.

A migração do tráfego será onerosa, segundo a Telia, e só se completará em cinco anos. Apesar disso, não há previsão para o uso do IPv6 em larga escala. Além da Telia, estão testando o IPv6 a British Telecom e a NTT Europa.

Atualmente, a proliferação de protocolos adicionados aos serviços IP tem destino certo: o cliente empresarial e suas redes corporativas. Um dos protocolos mais em voga é o MPLS (Multiprotocol Label Switching), de transporte de dados, utilizado para controlar o encaminhamento das informações.

Segundo especialistas, durante algum tempo o seu uso contribui para o bom desempenho dos serviços, mas, na medida em que o tráfego cresce, pode haver congestionamento e perda de qualidade dos serviços.

fonte: http://www.valor.com.br/

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