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Veteranos na rede

Há uma década, a Internet deixava os limites do meio acadêmico no País. Confira a experiência de quem viveu esse momento e descubra o que mudou de lá pra cá


Revista TI

Alexandre Carvalho

24.05.2002


Em junho de 2002, a Internet no Brasil completa dez anos, contados a partir da ECO-92, quando a Rede deixou de ser exclusividade do mundo acadêmico e serviu como meio de comunicação para jornalistas e organizações não-governamentais (ONGs) que participaram do evento. Vale lembrar que a Rede está no País há muito mais tempo, mas era um privilégio ao qual apenas o meio acadêmico tinha acesso.

Naturalmente, muita coisa mudou nesses anos e hoje a Internet é uma ferramenta fundamental na vida das pessoas e primordial para o funcionamento dos negócios, não só no Brasil como em todo o mundo. E que mudanças foram essas e de que forma a Internet se desenvolveu no País?

Para responder a essas e a outras perguntas, o TI Master conversou com diversos profissionais que, desde o início, mantêm um forte relacionamento com a Rede. Acompanhe esta, que é a primeira matéria de uma série de reportagens sobre a Internet no Brasil.

Internet para todos

Apesar da Internet ter ultrapassado os limites do mundo universitário há dez anos no Brasil, vale lembrar que somente em 1995, por iniciativa do Ministério das Telecomunicações e do Ministério da Ciência e Tecnologia, é que houve uma abertura para a exploração comercial da Rede.

O diretor de Inovação da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Michael Stanton, conta que algumas dificuldades precisaram ser superadas para que a população, e não somente o meio acadêmico, tivesse acesso à Internet.

— Havia uma resistência inicial das companhias de telecom em oferecer serviços diferentes daqueles que elas já conheciam. Tivemos também que correr atrás de apoio governamental e convencer os responsáveis pelos CPDs universitários de que era vantajoso utilizar PCs em rede ao invés de mainframes — lembra Stanton, que participou da implantação das primeiras redes Bitnet e Internet no País.

Enquanto isso, um grupo de profissionais da Embratel – que na época ainda era uma estatal – já estava trabalhando no desenvolvimento do backbone da empresa.

— A idéia era trazer para o Brasil uma Internet comercial e em seguida fornecer um serviço de acesso aos primeiros provedores do País. Fiz parte do grupo que trabalhou nesse projeto e, embora não estivesse lá desde o início, pude ver de perto o resultado final do trabalho — orgulha-se o gerente de Serviços Internet da Embratel, Luiz Antonio Francisco de Souza.

Uma nova fase

E então, no dia 1º de maio de 1995, a Internet torna-se aberta, com o lançamento do primeiro serviço de acesso a usuários comuns e entidades não vinculadas ao meio acadêmico. A Embratel teve um papel importante nesse momento, pois, na época, somente ela oferecia serviços de acesso.

Mas a demanda foi tão grande que foi preciso permitir que outras empresas oferecessem acesso à Internet. E foi aí que surgiram os primeiros provedores, que também enfrentaram algumas dificuldades. Um deles era o Inside Information System, de Charles Miranda.

— A maior dificuldade que encontrei na época foram os custos de manutenção da rede. Pagávamos uma fortuna para ter à nossa disposição um link de 64K. Hoje, felizmente, isso mudou — relata Miranda.

Para Aleksandar Mandic, presidente do Mandic:Mail – que na época chamava-se apenas Mandic e funcionava como provedor de acesso – o principal problema era atender à demanda, cada vez maior, de usuários.

— A saída que buscamos foi a injeção de mais capital. O número de usuários cresceu de forma acelerada e foi ficando cada vez mais difícil absorver o público — revela Mandic.

Antes da abertura comercial, quando a Internet ainda era restrita a estudantes e profissionais do meio acadêmico – principalmente das áreas científicas e tecnológicas – , a Rede oferecia muito pouco em termos de conteúdo. A maior parte do material era do exterior e apresentado de forma precária.

Para o gerente de Engenharia de Redes da Star One – subsidiária da Embratel especializada em telecomunicações por satélite –, Ricardo Maceira, esta foi uma das principais mudanças da Internet.

Os sites que existiam naquela época tinham conteúdo exclusivamente acadêmico e não havia os recursos que temos hoje. O HTML estava surgindo, mas não havia nenhum suporte de recursos multimídia, como vídeos e sons. E as pessoas que tiveram contato com a Internet no começo não sabiam exatamente o que iriam encontrar na Rede — conta Maceira.

fonte: http://www.timaster.com.br/revista/materias/main_materia.asp?codigo=568&pag=1

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