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Ninho de biteiros


Revista TI

Alexandre Carvalho

24.05.2002


Marinheiro de primeira viagem

E como era o perfil do internauta em 1995? Segundo a editora e colunista do Informática etc. – caderno de tecnologia do jornal O Globo –, Cora Rónai, no começo a Internet era terra de um seleto grupo de iniciados ou de "biteiros".

— A Internet era um ninho de iniciados e ao mesmo tempo servia como ferramenta para usuários de informática mais radicais, aqueles que montavam a própria máquina, os escovadores de bits. Com o tempo, a Rede se transformou em um playground para as massas. Hoje ela é tudo, para todos — diz a jornalista.

Para B. Piropo, também colunista do Informática etc., o surgimento da Internet mudou radicalmente o perfil do usuário de computadores.

— O nascimento do internauta fez surgir um novo tipo de usuário: o cara que queria ter um computador em casa somente para acessar a Internet. Ele não queria saber dos detalhes sobre o sistema operacional ou o funcionamento da máquina. Ele queria apenas buscar a informação — constata Piropo.

A sua Internet

E quando se fala em perfil do internauta, abre-se um leque de opções. Existem aqueles que começaram navegando sem um objetivo definido e, com o tempo, foram aprendendo a buscar informações. Outros vêem a Internet como uma ferramenta de entretenimento e participam de jogos on-line ou salas bate-papo.

— Essa característica da Internet como fonte de entretenimento é importante, porque funciona como uma ferramenta educativa, habituando a pessoa a saber que determinada informação vai estar em determinado site — avalia Luiz Antonio, da Embratel.

B. Piropo prefere dizer que cada indivíduo tem sua própria Internet. A Rede toma a forma e o gosto de cada um.

— Tudo é uma questão de hábitos. No meu caso, só uso a Internet para buscar informação. A minha fonte de pesquisa para os meus artigos é a Internet. Não ligo para chats ou algo desse tipo, o que para muitas pessoas tem um grande valor -opina o colunista.

Crescimento em ritmo acelerado

Nesses anos, o crescimento da Internet no Brasil ocorreu de forma extremamente rápida, o que surpreendeu muita gente. Mas quem estava envolvido com a Rede desde o início garante que a explosão da Internet era esperada.

— Aconteceu muito rápido, se compararmos a tudo o que já vimos em termos de tecnologia. O fax, por exemplo, levou quase dez anos para se popularizar. Com a Internet isso ocorreu em menos tempo e sempre achei que fosse acontecer nesse ritmo. Hoje, não conheço ninguém que não tenha um endereço de e-mail em seus cartões de visita — analisa Charles Miranda, do Inside.

O gerente da Star One, Ricardo Maceira, também apostou no crescimento da Internet desde o princípio. O otimismo de Maceita teve origem no que ocorria nos Estados Unidos e, principalmente, na Inglaterra.

— Foi através disso que acreditei no aumento da demanda aqui no Brasil. E um detalhe interessante é que este crescimento se mostrou diferente de todos os modelos aplicados até então, pois os mecanismos de previsão de demanda naquela época ainda não consideravam os provedores de acesso como base de informação — acrescenta Maceira.

Para Luiz Antonio de Souza, da Embratel, a evolução da Internet se deu de forma muito diferente do que normalmente acontece com outras tecnologias. A Rede tornou-se popular graças a um pequeno grupo de pessoas e não à indústria de massa.

— Em geral, foi a indústria de consumo que possibilitou que a televisão, o vídeo-cassete e o DVD, por exemplo, chegassem às nossas mãos. Com a Internet foi diferente. Ela começou no meio acadêmico, no campus universitário, e foi levada até a população graças a uma iniciativa de um pequeno grupo de pessoas, que foi capaz de enxergar a Rede como uma grande mídia — observa Souza.

Com a evolução do html e das aplicações multimídia, a visão de que a Internet servia apenas para difundir informações no meio acadêmico foi mudando. A web ganhou um formato esteticamente mais agradável, e em pouco tempo passou a ser vista como ferramenta não só de informação, mas também de negócios. O resultado disso são os sites de comércio eletrônico, pesquisa, ensino, entretenimento, Internet Banking, entre tantos outros que pipocam na Rede.

fonte: http://www.timaster.com.br/revista/materias/main_materia.asp?codigo=568&pag=2

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