RNP - Rede Nacional de Ensino e Pesquisa

english | español


 

 
RNP na Mídia 
 

A Internet em cinco capítulos


Revista TI

Alexandre Carvalho

24.05.2002


Durante uma década, a Internet passou por várias fases, não só no Brasil como em todo o mundo. Primeiro, foi a época da descoberta, quando tudo era novidade e atraente. Depois, veio o período da conectividade, que tinha como prioridade ligar nosso backbone ao exterior de forma mais abrangente e também levar a informação ao interior do País. Em seguida, houve a fase do comércio eletrônico e finalmente a era da Internet com acesso gratuito.

Hoje

A fase atual conta com elementos de todos os momentos anteriores, mas tudo é feito com uma base mais sólida, com os pés no chão. E cada vez mais novas aplicações vão surgindo. A cada dia, um número maior de pessoas utiliza a Rede como mídia de apoio, transferindo para ela uma audiência que até então pertencia a jornais, revistas, rádio e TV.

— Cada vez mais as pessoas estão participando desse processo. Basta observar, num exemplo mais recente, a participação do público nas votações de programas como o Big Brother e a Casa dos Artistas. Sem dúvida, esta foi uma das grandes surpresas, pois achávamos que isso aconteceria a longo prazo — diz Luiz Antonio de Souza, da Embratel.

Mas há quem diga o contrário. Aleksandar Mandic afirma que a Rede deve ser encarada apenas como ferramenta de negócios.

— As pessoas têm de parar de achar que a Internet é mídia e começar a considerá-la um negócio. Quando isso acontecer, aí é que a coisa vai vingar. De que adianta colocar uma programação de TV ou rádio na Internet se ninguém vai estar ali o tempo todo para assistir ou ouvir? Ninguém leva a TV para o trabalho, porque isso atrapalha as pessoas. E com a Internet não é diferente — opina o empresário.

Mídia ou não, o importante é que a Rede se transformou. Novas idéias surgiram, muitas fracassaram, e outras tantas sobreviveram.

— Eu não esperava aquele exagero todo que a bolha causou, aquela explosão de investimentos em projetos que claramente não tinham nenhum futuro. E o mais espantoso é que os especialistas apontavam para o que poderia acontecer e mesmo assim os investidores continuaram despejando dinheiro sem nenhum critério — lembra B. Piropo.

Aproximando pessoas

Na opinião de Cora Rónai, o grande encanto da Rede é a possiblidade que ela oferece de ampliar a capacidade de comunicação das pessoas com o mundo e com outras pessoas.

— Considero a Internet como uma das grandes invenções da humanidade, como a roda ou a imprensa. É uma ferramenta não só de negócios e informação, mas também de comunicação e aproximação das pessoas. Eu acho fascinante, por exemplo, o fato de termos milhares de pessoas fazendo uso dessa comunicação através dos weblogs que brotaram na Rede, no Brasil e no mundo todo — opina a jornalista, uma das adeptas dos blogs.

Democracia da informação

As iniciativas para ampliar o leque de informações não param. Hoje, a população já tem a seu alcance na Web serviços que antes esbarravam na burocracia e na lentidão, como a declaração do Imposto de Renda, por exemplo, e muitos outros. Mas ainda há muito a ser feito para que a Internet torne-se cada vez mais popular.

— Tudo o que realizamos até agora em relação à Internet é motivo de muito orgulho, mas sabemos que estamos apenas no começo. Há muito trabalho pela frente — ressata Michael Stanton, da RNP.

Apesar dos esforços, a democratização da Internet no Brasil ainda esbarra em dois problemas muito sérios e que, segundo especialistas, podem ameaçar o crescimento da Rede no País: a baixa renda da população e a capacidade de transmissão de dados, que, na maior parte das residências, ainda é feita pelo acesso discado. Poucos têm condições de arcar com as despesas de uma transmissão de banda larga.

— No Brasil, a demanda é maior entre as classes C e D. Se a renda da população não permitir o consumo dessa tecnologia, corremos o risco de ter uma desaceleração do crescimento que conquistamos até agora - alerta Luiz Antonio, da Embratel.

Futuro

E qual seria a saída? A solução não é tão simples e depende de uma rigorosa avaliação. Há quem acredite que a união entre governo e pessoas ligadas à área tecnológica possa acelerar este processo, como aconteceu na Europa, no Japão e nos Estados Unidos.

— Talvez com a crescente adesão dos órgãos governamentais a essa questão isso fique mais fácil. Geralmente, o governo só responde a um determinado problema quando a sociedade dá um grito. No caso da Internet, arrisco dizer que eles estão até se antecipando, pois viram que essa é uma boa forma de democratizar a informação — opina Ricardo Maceira, da Star One.

O que se espera daqui pra frente é que cada vez mais a Internet se adapte ao nosso dia-a-dia, através de um plano de benefícios e facilidades que conquiste um número cada vez maior de pessoas. Todos nós agradecemos.

fonte: http://www.timaster.com.br/revista/materias/main_materia.asp?codigo=568&pag=3

Consulta em noticias