RNP - Rede Nacional de Ensino e Pesquisa

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RNP na Mídia 
 

Fartura de banda


O Globo – da coluna As Últimas

Cristina de Luca

27.05.2002


Uma movimentação mais intensa vem acontecendo entre os membros da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa desde o final do ano passado, a partir de três frentes de trabalho: o edital CNPq/RNP para redes avançadas, a articulação da Iniciativa Óptica Nacional e os grupos de trabalho da RNP em novas tecnologias. Projetos ancorados nas três frentes se coadunam e se complementam, traçando um panorama claro do que nos reserva o futuro do que convencionamos chamar de internet em banda larga. O suporte desses grupos é a RNP2, contrapartida nacional da Internet 2. A princípio, uma rede com fartura de banda e velocidade.

O objetivo é, a exemplo do que aconteceu no passado, quando da implantação da internet no país, mostrar o que pode ser feito hoje em cima das redes atuais. E o que poderá ser feito no futuro, a partir de aplicações experimentais. Principalmente, como viabilizá-las no curto prazo.

— Há dez anos o desafio era implantar a internet. Agora ela está aí. Há um consenso de que a plataforma é óptica e roda IP. O desafio agora é resolver o que fazer com ela — explica Nelson Simões, diretor geral da RNP.

Há muitos desafios pela frente, que a grosso modo podem ser encaixados em duas metas básicas: usar melhor a rede já existente; e criar uma rede óptica experimental que viabilize a construção de aplicações IP em cima do suporte óptico, excluindo uma pilha de protocolos que hoje encarece a iluminação das fibras para transmissão de informação.

— No caso do backbone atual, o que se quer é tirar melhor proveito da rede para aplicações de colaboração e vídeo multicast, e por aí vai — explica Nelson.

O que requer um trabalho intenso de engenharia de rede. Mas é do lado da iniciativa óptica que estão as propostas mais ousadas. A primeira delas é a construção das redes experimentais a partir da implantação de uma infra-estrutura mais moderna do que as telefônicas disponibilizam hoje, para desenvolvimento de aplicações-teste e homologação de produtos. A primeira deverá interligar as cidades de Campinas e Petrópolis. E se ligará a uma iniciativa semelhante: a rede Tidia, da Fapesp/USP, que interligará Campinas e São Paulo, na primeira etapa, e depois Ribeirão Preto. O objetivo da rede Tidia é formar recursos humanos e competência em redes ópticas e já conta com apoio de empresas como Ericsson, Siemens, Pirelli, entre outras. Os trabalhos já começaram.

A segunda é a proposta de criação de redes comunitárias, com apoio de teles, governos estaduais e municipais e universidades, para o desenvolvimento de aplicações colaborativas entre escolas, hospitais, centros de saúde. Algo semelhante ao que já vem acontecendo em Chicago, com a Chicago Civic Net.

— É uma outra forma de encarar a questão da universalização de acesso - diz Nelson. - Usar a capacidade de fibras ópticas instaladas a partir de aplicações Ethernet sobre as fibras, usando tecnologia nacional e barata, com aparelhos simples, padrão CWDM. Por que ser tão tradicional no uso de recursos do Fust?

Muitas das aplicações criadas e suportadas nestas redes poderiam em curtíssimo espaço de tempo chegar ao público em geral, através de serviços explorados pelas teles a custos mais acessíveis.

— O interessante hoje é que as teles já não são tão reativas a esta idéia. Principalmente as entrantes. Sabem que muitas das demandas do mundo acadêmico apontam o que será a demanda por serviços no futuro — comenta Nelson.

Tomara!

ACONTECE QUE os oito projetos escolhidos no edital de redes avançadas do CNPq/RNP estão em compasso de espera, alguns perdendo recursos humanos praticamente insubstituíveis, por conta do atraso na liberação dos recursos para custeio das bolsas por parte do CNPq. Uma reunião será realizada hoje em Brasília para saber qual o impacto dos cortes promovidos pelo governo por conta da perda de arrecadação da CPMF nessa liberação.

O PLANO B DA RNP é buscar recursos em outras fontes. A mais viável é o Comitê Gestor da internet, que tem em caixa alguns milhões provenientes do pagamento que cada um de nós faz ao registrar um domínio. "Em situação semelhante no passado, o CG nos apoiou por considerar o trabalho importante. Vamos tentar outra vez", diz Nelson Simões.

fonte: http://oglobo.globo.com/colunas/ultimas.htm

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