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Projeto Clara integra redes da América Latina com a Europa


Reuna

María José López Pourailly

02.12.2002


Em Santiago do Chile, dias 18 e 19 de novembro passado, nas dependências da Comissão Nacional de Pesquisa Científica e Tecnológica (Conicyt) se reuniram os mais altos representantes das redes acadêmicas da América Latina.

O propósito da reunião? Construir uma rede Acadêmica Avançada entre os países latino-americanos e interconectá-la com a GEANT, sua equivalente européia. A iniciativa está englobada dentro do CAESAR, o projeto do Programa @LIS da Comunidade Européia que contribuirá com parte do financiamento para o estabelecimento da infra-estrutura da rede.

CLARA (Cooperação Latino-americana de Redes Avançadas) é o nome que as redes acadêmicas do Panamá, México, Argentina, Equador, Peru, Cuba, Costa Rica, Uruguai, Bolívia, Colômbia, Guatemala, Brasil, Venezuela, Paraguai, Honduras, El Salvador, República Dominicana e Chile escolheram para formar uma aliança que materialize essa interconexão.

Elena Vilar Pascual, membro do Escritório de Cooperação da Comunidade Européia, afirma que a importância de conexão das redes acadêmicas da América Latina e Europa repousa na necessidade de incrementar a atual capacidade de conexão. "Este é um dos objetivos fundamentais do @LIS. Queremos que os projetos de pesquisa conjunta se multipliquem e que haja uma comunidade mais ampla com acesso às redes de alta capacidade, para permitir pesquisas mais avançadas".

Nelson Simões, Diretor Geral da RNP (Brasil) e Coordenador Geral da CLARA, assinala que o principal benefício para a América Latina, se o projeto ocorrer alcançar seus objetivos, será a estreita colaboração entre a região e a Europa. "Se conseguirmos uma conexão direta no próximo ano, todos os projetos que atualmente não são viáveis por não haver largura de banda adequada ou aplicações inovadoras poderão ser executados. Isso garantirá que nossos países terão acesso a um cenário de alto nível e demostrará que não estarão à margem do processo da Sociedade da Informação".

De acordo com o Coordenador Geral da CLARA, uma segunda razão estratégica para as nações é a importância de se construir uma infra-estrutura de rede global latino-americana. "É um marco que estamos perseguindo há anos e, graças ao @LIS, é a primeira vez que teremos a possibilidade de utilizar recursos da União Européia para gerar esta rede e, com ela, estabelecer uma relação direta e real entre a América Latina e a Europa".

Para que a CLARA deixe de ser um projeto e se transforme em realidade, é imprescindível o compromisso dos governos de cada país da região. Elena Vilar afirma que a Comunidade Européia já identificou a participação do setor público como uma das condições para garantir a sustentabilidade do projeto. "O financiamento do @LIS será de três anos, mas nossa idéia de um projeto bem-sucedido é que ele seja sustentável a médio e longo prazo. O apoio dos governos é também uma forma de garantir um compromisso político e financeiro".

Para Vilar é fundamental que os Estados compreendam que eles serão os principais beneficiários se a CLARA vingar. "A criação de uma rede regional permitirá maior colaboração e pesquisa cooperativa. Além disso, possibilitará a geração de economias de escala, redução de custos, ampliação da cobertura, preços mais baixos e maiores velocidades. Tudo isso sem contar que uma aliança deste tipo serviria aos interesses de cada governo no que se refere à relação com a União Européia. Então, não temos apenas um interesse estratégico, mas também político".

fonte: http://apc.reuna.cl

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