RNP - Rede Nacional de Ensino e Pesquisa

english | español


 

 
RNP na Mídia 
 

Spam no Brasil


Terra

Redação Terra

31.10.2003


O país do futebol e do carnaval está correndo sérios riscos de ficar internacionalmente conhecido como a nação do spam. A ausência de uma legislação específica para o tema, a facilidade com que provedores e operadoras de telefonia recebem blocos de IP (uma das únicas formas de identificar os remetentes das mensagens), que acabam sendo "queimados" por spammers, e o descaso com as denúncias feitas por usuários são fatores que contribuem para fazer do Brasil um paraíso para essa prática que há tempos deixou de ser inofensiva.

Algumas associações de provedores do exterior, como a ISP-Planet, chegaram até a declarar, no ano passado, que mensagens made in Brazil não eram bem-vindas. Em setembro deste ano, Bill Larson, do provedor norte-americano Compu.Net, enfurecido com a praga do spam, disse que os registradores oficiais de IP precisariam encarar o problema muito seriamente e foi enfático: "Um grande golpe que poderia ser usado contra países como China, Brasil e outros que ignoram os spammers, exceto quando eles enviam lixo para seus próprios cidadãos, seria revogar ou suspender suas alocações de IP até que limpem os spammers de suas casas e ganhem os IPs de novo".

A fama mundo afora não é a única conseqüência grave da ausência de medidas mais enérgicas em relação ao spam. No país, usuários domésticos e empresas vêm sofrendo com o aumento da disseminação dessas desagradáveis mensagens. E não precisa ir longe para perceber. Basta observar o volume de e-mails impessoais que você deve ter recebido nos últimos tempos, muito deles curiosamente escritos em inglês apesar de terem sido enviados por remetentes que possuem endereço com terminação ".com.br", o que mostra que há spammers internacionais que se aproveitam da legislação frouxa do Brasil para continuar agindo, contando ainda com a proteção de testas-de-ferro.

O problema nacional do spam continua a ser um gigante cujas reais dimensões permanecem desconhecidas. Faltam dados estatísticos para traçar um panorama nacional sobre a questão e não raramente recorre-se a estimativas aproximadas, baseadas em índices de outros países. Mas essas informações, pelo menos em parte, devem começar a aparecer.

Neste mês de novembro, serão realizados pelo menos dois eventos que abordarão a questão e certamente terão números a apresentar. Uma das ocasiões é o 5º Simpósio Segurança em Informática, que acontecerá em São José dos Campos (SP), de 4 a 6 de novembro. Apesar de não ter como tema único os e-mails não-solicitados, haverá um workshop no qual os grupos CAIS (Centro de Atendimento a Incidentes de Segurança), NBSO (NIC BR Security Office) e Movimento Anti-Spam vão conduzir uma discussão em torno do problema.

Buscar soluções práticas e jurídicas que possibilitem minimizar o impacto provocado pela crescente disseminação do spam é o objetivo principal de outro evento, marcado para o dia 24 de novembro. Promovido pela Associação Brasileira dos Provedores de Internet (Abranet), o seminário Spam 2003 pretende reunir em São Paulo usuários de e-mail, empresas, provedores de acesso e e-mail, profissionais de marketing, Internet e operadoras e deverá definir ações que podem ser executadas em conjunto com provedores e também cuidados a serem tomados pelos usuários. A criação de uma cartilha contra o spam para os internautas e provedores é uma das sugestões imediatas da Abranet. Outra proposta é estabelecer regras comuns relacionadas aos e-mails indesejados entre os provedores de acesso.

fonte: http://informatica.terra.com.br/virusecia/spam/interna/0,,OI195174-EI2403,00.html

Consulta em noticias