RNP - Rede Nacional de Ensino e Pesquisa

english | español


 

 
RNP na Mídia 
 

Internet a beira de um colapso


Hoje em Dia

Janaina Oliveira

29.08.2004


Quando você conecta seu computador à Rede, a máquina é identificada por um código, o IP (Internet Protocol). O protocolo utilizado atualmente, o IPv4, disponibiliza cerca de 4,3 bilhões de endereços distribuídos entre os mais de 635 milhões de usuários mundiais. No entanto, segundo um estudo do IANA, sigla de Internet Assigned Numbers Authority - instituto norte-americano que autoriza a criação de endereços na Web, já foram consumidos 68% de todos os endereços disponíveis no mundo, o que acendeu o alerta em relação a capacidade restrita do atual protocolo. Pensando nisso, um novo modelo, com capacidade de 25 mil bilhões de vezes maior, passou a ser desenvolvido e ganhou o nome de IPv6.

"Se todos os chineses resolverem assistir através do celular ou do computador, ao mesmo tempo, a um compatriota competindo nas Olimpíadas, a Internet entraria em colapso", disse Latif Ladid, que presidiu o "Global IPv6 Summit Brazil 2004", fórum de discussão realizado paralelamente à IT Comdex Brasil, maior feira de tecnologia da América Latina, realizada neste mês em São Paulo. "Com a convergência das tecnologias, a escassez torna-se cada vez mais evidente e rápida. Deve acontecer na Internet processo semelhante ao que sofreram os prefixos telefônicos e as placas de automóveis, que foram reestruturados com um dígito a mais porque os números haviam se esgotado. No entanto, não é uma transição tão simples devido à complexidade e a seus impactos em toda a cadeia", explicou o diretor de tecnologia da IPv6 do Brasil, Robson Oliveira.

Para garantir que nenhum problema interfira na Rede mundial de computadores, os dois protocolos irão funcionar paralelamente durante aproximadamente oito anos, dependendo da economia e da dinâmica do mercado. Uma vez definida a mudança, o espaço de endereçamento corrente será ampliado de 32 bits para 128 bits. Japão, Coréia e China, nessa ordem, estão na frente no desenvolvimento do IPv6 e detém, juntos, quase 140 milhões de internautas. A União Européia não quer ficar para trás e, nos últimos dois anos, gastou 180 milhões de 1'euros para poder adequar sua indústria ao IPv6. Para 2004 estão previstos novos investimentos. No Brasil, onde existem 10 milhões de usuários, o novo modelo apenas engatinha.

Começam os testes no Brasil

Por aqui, os primeiros testes foram feitos com a presença da Rede Nacional de Pesquisa (RNP) em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Robson Oliveira cita pelos menos duas grandes empresas envolvidas no desenvolvimento do modelo - Grupo Telefônica e a operadora continental Teleglob.

"Mas é necessário que grandes provedores invistam no modelo para usuários domésticos. A indústria precisa entender com urgência a necessidade de adaptar-se ao novo protocolo, pois quem ficar de fora perderá mercado e competitividade", alertou.

Entre as promessas do IPv6 estão ainda autoconfiguração, qualidade de serviço, aprimoramento da segurança e conexão ponto-a-ponto. "Com o advento do ponto-a-ponto, será possível conectar-se no Brasil de um telefone proveniente do Canadá, por exemplo, sem o custo de longa distância", exemplificou Ladid. Já a velocidade, conforme garante, continuará a mesma, porém com maior eficiência.

fonte: http://www.hojeemdia.com.br/sec/hoje.cgi? funcao=L&codigo=j001&data=0829&datas=0829&anopesq=2004

Consulta em noticias