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Internet à beira de um colapso


Jornal do Commercio

Mona Lisa Dourado

01.09.2004


Estamos chegando perto do limite máximo de capacidade da Grande Rede. A boa notícia é que já há solução pra isso

Se todos os computadores e dispositivos com acesso à Internet disponíveis hoje no mundo fossem conectados simultaneamente, a Rede simplesmente sofreria um colapso. Isso porque, para ser reconhecida ao entrar no universo virtual, cada máquina precisa de um número de registro que está cada vez mais escasso. Trata-se do tão falado endereço IP, ou Protocolo de Internet, cuja versão quatro atual está fadada ao esgotamento. Devido à quantidade limitada de endereços oferecidos (4,3 bilhões) e à possibilidade restrita de multiplicação, o IPv4 é incapaz de suportar o ritmo de crescimento da Internet no globo.

A perspectiva seria catastrófica caso a solução já não estivesse a caminho. Chama-se IPv6, ou IPng (IP Next Generation), o novo padrão de endereçamento que vem sendo gestado desde o início da década de 90, quando a Internet Engineering Task Force (IETF) alertou para a eminente exaustão do IPv4, sugerindo a criação de um protocolo mais robusto.

O resultado é que o IPv6 promete ampliar em bilhões de vezes a capacidade de geração de endereços IP, o suficiente, espera-se, para bancar a evolução da Rede por várias gerações. O principal fator responsável por esse salto exponencial é o tamanho do comprimento dos novos endereços, de 128 bits (contra 32 bits dos atuais), que permite justamente um número bem maior de combinações.

Testes com a nova plataforma estão sendo realizados no mundo inteiro, especialmente nos Estados Unidos, Japão, Coréia e China, esta última uma das maiores interessadas no IPv6, em virtude do número de assinantes de serviços móveis que passa dos 270 milhões e da necessidade de transmissão das olimpíadas em 2008. A União Européia, de sua parte, já investiu 90 milhões de euros para preparar a indústria e prevê o aporte de quantia semelhante em 2004.

No Brasil, é a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) que está à frente dos trabalhos. A entidade implementou um backbone de produção que fornece serviços de conectividade nativa IPv6 para a realização de testes avançados. Disponível hoje em oito estados e no Distrito Federal, a estrutura deve ser ampliada para todo o território nacional até o fim do ano (leia matéria na página 6).

Como se sabe que a transição entre os dois protocolos não será tarefa simples, dada a complexidade do tráfego na Rede, também se criou uma série de iniciativas para difundir o IPv6. A mais importante delas é o IPv6 Fórum, que reúne cerca de 30 forças-tarefa em vários países, incluindo o Brasil.

Lançado em 1998, o fórum tem como objetivo desenvolver pesquisas que tornem claras para as empresas as oportunidades representadas pelo IPv6. Recentemente, a entidade ajudou a formatar o fórum Global IPv6 Summit 2004 Brazil, que ocorreu durante o Comdex, em São Paulo, em agosto, trazendo discussões sobre a importância do IPv6 e demonstrações de funcionamento do protocolo.

“A penetração da Internet no mundo hoje é de apenas 10% e quase 70% do endereçamento disponível já foi consumido. Portanto, se cada País aumentar em 20% sua taxa de conectividade, o que fatalmente ocorrerá com a expansão das redes, seria necessário que a Internet tivesse cinco vezes mais capacidade. Isso sem o surgimento de nenhuma inovação tecnológica”, compara o presidente do IPv6 Fórum, Latif Ladid.

fonte: http://mct.empauta.com/noticia/mostra_noticia.php?cod_noticia=829883002

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