| Investimento necessárioNa era da Sociedade da Informação, a comunidade acadêmica se tornou global e cliente número um de avançadas tecnologias de informação e comunicação. O Globo Alberto Santoro 09.12.2004 A primeira rede de acesso à Internet no Brasil, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), foi criada como um projeto do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para atender às necessidades da comunidade acadêmica do país, no início da década de 90. Pesquisadores, professores e estudantes brasileiros, de todas as áreas do conhecimento, passaram a dispor de uma ferramenta através da qual poderiam, em tempo real, compartilhar informações de projetos e pesquisas, acessar conteúdos de bibliotecas distantes, comunicar-se com seus pares e fazer novos contatos com pesquisadores de todo o mundo. Ainda que, a partir de 95, a sociedade brasileira tenha passado a ter acesso à Internet através dos provedores comerciais, o Ministério da Ciência e Tecnologia, em conjunto com o Ministério da Educação, optou por criar uma nova infra-estrutura exclusivamente para a comunidade de educação e pesquisa (E&P). O projeto deu lugar à organização social RNP, que atua sob contrato de gestão firmado com o MCT, e tem o dever de planejar e desenvolver a rede avançada brasileira para universidades, centros de pesquisa e agências de E&P. Na era da Sociedade da Informação, a comunidade acadêmica se tornou global e cliente número um de avançadas tecnologias de informação e comunicação. A existência de uma rede tradicional que permita a troca de e-mails e acesso à Internet já não é mais a condição suficiente para a inserção dos pesquisadores brasileiros no rol dos cientistas globais. A demanda atual é por serviços de videoconferência; telefonia pela Internet; acesso compartilhado a gigantescos bancos de dados para grupos em áreas como biodiversidade, genoma humano, células-tronco e física experimental de altas energias; acesso virtual a laboratórios com possibilidade de realização de pesquisas a distância; velocidade na transmissão de imagens com alta definição para experimentos de telemedicina; dentre outros./ A rede da RNP alcança todos os 26 estados da Federação e o Distrito Federal e interliga mais de 200 instituições de ensino e pesquisa nacionais, atendendo a mais de um milhão de professores, pesquisadores e estudantes. Esta condição confere à instituição a responsabilidade de integração da comunidade de ensino e pesquisa do país. Portanto, é tarefa da RNP pesquisar, desenvolver e disponibilizar, através de sua rede, as mais avançadas aplicações a fim de que os cientistas brasileiros participem da comunidade acadêmica global e possam colaborar nacional e internacionalmente da mesma forma que os pesquisadores dos demais países. Neste sentido, em março de 2005, a RNP inicia a implantação da nova geração da rede nacional, que permitirá conexões de alta capacidade, multi-gigabit, entre seus pontos de presença estaduais. No entanto, o bom uso desta infra-estrutura nacional dependerá de sua capilarização até o laboratório ou computador dos pesquisadores. Isto significa que serão necessários novos investimentos nos acessos de instituições à RNP, bem como, na revitalização das redes internas de nossas universidades e centros de pesquisa. Estas estradas vicinais da sociedade do conhecimento estão em condições precárias em função do reduzido investimento dos últimos anos em sua capilarização ou atualização. Para isto, a RNP está propondo que novos recursos orçamentários sejam destinados no próximo ano para a atualização de redes de campus. Trata-se de uma proposta de impacto nacional, que complementará os investimentos na infra-estrutura da rede nacional da RNP e poderá facilitar a implantação dos projetos de modernização que cada universidade e unidade de pesquisa busca realizar. Com este investimento será possível adequar a infra-estrutura de rede de educação e pesquisa para a colaboração e comunicação global. Estas estradas escoam a importante produção brasileira na Sociedade do Conhecimento. Através delas somos atores para a criação de novas oportunidades de desenvolvimento baseadas em ciência, tecnologia e educação. Alberto Santoro é professor do Instituto de Física da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) fonte: http://oglobo.globo.com/jornal/opiniao/147382141.asp |